Tripulantes chocados com bónus da CEO da TAP

Pessoal de cabine lembra que os “lucros históricos são sustentados nos cortes aos trabalhadores”, que há tripulantes “que vivem em condições dramáticas” e que “persiste a precariedade laboral na empresa”.
Pedro Catarino
Ana Petronilho 30 de Janeiro de 2023 às 14:38

Os tripulantes da TAP dizem estar chocados e envergonhados com o pagamento de um bónus de dois milhões de euros à CEO da companhia, caso o plano de reestruturação seja cumprido.

Em comunicado, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), recusa entrar na "demagogia dos números", com o valor do bónus, porque sabe das "especificidades da indústria". No entanto, não deixa de frisar que a "existência" do bónus "choca" os tripulantes da TAP sobretudo quando, refere o documento, os "lucros históricos são sustentados nos cortes aos trabalhadores", quando há tripulantes "que vivem em condições dramáticas" e quando "persiste a precariedade laboral na empresa".

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O sindicato faz as contas e diz que os dois milhões de euros seriam suficientes para "acabar com a existência de tripulantes com meio per diem", aliviando "um pouco mais os cortes" salariais em vigor.

Os tripulantes aproveitam ainda para lembrar que aguardam o "alívio dos cortes salariais efetuados" e o pagamento dos 48 milhões de euros "prometidos aos trabalhadores do grupo TAP" pela administração da companhia, que "estariam suspensos, caso tivesse ocorrido a greve" de sete dias, entre 25 e 31 de janeiro.

O comunicado volta ainda a repetir que os tripulantes exigem que seja tornado público o plano de reestruturação da companhia, e que querem uma "gestão séria e transparente", frisando que os "episódios e decisões questionáveis" da administração da TAP "envergonham" os trabalhadores.

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