Azores Airlines encolhe prejuízos à espera de novo dono
As três empresas do grupo apresentaram resultados operacionais positivos no terceiro trimestre. A Azores Airlines apresentou lucros de 7,8 milhões de euros neste período, mas o saldo acumulado ainda é negativo em 33,3 milhões.
A Azores Airlines apresentou um resultado líquido de 7,8 milhões de euros no terceiro trimestre deste ano, valor que que compara com 2,8 milhões de euros no período homólogo. Ainda assim, o saldo no acumulado do ano continua a ser negativo, isto apesar da forte quebra registada nos custos.
O resultado líquido "acumulado até setembro é negativo em 33,3 milhões de euros", sendo ainda assim "melhor em 5% face ao ano anterior", refere o grupo SATA em comunicado.
Esta evolução positiva é apresentada numa altura em que foi apresentada pelo consórcio Atlantic Connect Group, do qual faz parte Carlos Tavares, uma proposta de 17 milhões de euros por 85% do capital social da companhia aérea.
Além do resultado líquido, também há uma "evolução positiva verificada no EBITDA", enquanto ao nível das receitas os números são menos positivos. Houve uma "quebra de 11% no número de passageiros transportados que impactou a receita em cerca de 19%", diz o comunicado.
"No terceiro trimestre, destacou-se uma alteração significativa no mix de rotas exploradas, privilegiando operações domésticas com aeronaves próprias e de menor dimensão", o que explica a quebra das receitas apresentada. Esta alteração responde ao contexto de "elevada competitividade no setor aéreo, com o mercado norte-americano mais contido face aos últimos anos".
Em contrapartida, contudo, "os custos registaram reduções expressivas, em proporções superiores às da receita", o que explica o EBITDA e os lucros alcançados. "Os custos diretos diminuíram 37%, sustentados sobretudo pela redução nos gastos com combustível, fruto da conjugação entre queda nos preços e a alteração do tipo de equipamento e rotas. Adicionalmente, os custos com ACMIs apresentaram uma redução de 65% face ao ano anterior, com maior incidência no mês de setembro, refletindo a menor dependência de aeronaves contratadas".
"Mesmo com uma redução dos custos operacionais diretos, os custos com pessoal (que representam cerca de 20% do total da estrutura de custos) registaram um aumento de 4% fruto dos acordos celebrados em 2024 com impactos prospetivos", refere o comunicado.
Recorde-se que a questão dos custos com pessoal era um entrave para a Atlantic Connect Group avançar com uma oferta no âmbito do processo de privatização da empresa. Contudo, após várias negociações, o consórcio chegou a um acordo com, nomeadamente, o sindicato dos pilotos que “assegura a proteção integral dos postos de trabalho e a intangibilidade da remuneração base e dos ‘per diems’ dos pilotos”.
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