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Boeing cai a pique na bolsa com 737 Max a levantar novos riscos

A controvérsia em torno dos modelos da Boeing cujas falhas deram origem a acidentes fatais reacendeu. Mensagens antigas de um trabalhador que podiam ter permitido atuar antes dos incidentes relançam a desconfiança sobre a empresa e os analistas reagem com pessimismo.

Boeing 737 Max
Boeing 737 Max Reuters
21 de Outubro de 2019 às 19:42

As cotações da fabricante de aeronaves Boeing seguem numa trajetória negativa acentuada depois de a empresa ter sido alvo de três revisões em baixa da sua avaliação por parte dos analistas. Estes apontam riscos reforçados em relação à venda do modelo 737 Max depois de ter sido divulgado que um piloto havia assinalado perigos durante o processo de certificação do avião que, mais tarde, vieram a ser relacionados com dois incidentes fatais.

Em causa estão as falhas do modelo 737 Max, central para o negócio da Boeing, que estiveram na génese de dois acidentes que levaram à morte de 157 pessoas em março passado, num voo da Ethiopian Airlines, depois de já terem falecido 189 pessoas a bordo da mesma nave da Boeing em outubro de 2018. Agora, vieram a público mensagens escritas por um piloto responsável pela parte técnica da nave, Mark Forkner, dirigidas ao colega Patrik Gustavsson. Estas alertavam para os problemas no sistema da Boeing.

Boeing 737 Max
Boeing cai a pique na bolsa com 737 Max a levantar novos riscos

O suíço UBS escreveu que as referidas notícias "reforçam a perceção de, e pesam no potencial, de resolução incompleta (do problema), o que inevitavelmente coloca mais dinheiro/confiança e tempo em jogo". Na sequência destas conclusões, a entidade cortou a avaliação de "compra" para "neutral" e acompanhou esta mudança de uma revisão em baixa do preço alvo de 470 dólares para 375 dólares.

Para o Credit Suisse, as notícias são "indefensáveis" e as ações também não podem ser "defendidas"  tendo em conta as mais recentes revelações, as quais "aumentam significativamente o perfil de risco para os investidores". A recomendação desta casa de investimento desceu de 416 dólares para os 323 dólares, ao mesmo tempo que acrescenta que este evento pode ter implicações a longo-prazo ao nível da procura, tanto do modelo em causa como de outros produtos da fabricante.

Por fim, o Baird cortou a avaliação de outperform para neutral citando "riscos de produção incrementados" nos próximos 24 meses.

As ações da Boeing caíram 5,70% para 324,40 dólares, um mínimo de 15 de agosto, depois de na última sessão terem já deslizado 6,79% para os 344 dólares. Nestes dois dias, a quebra foi assim de 12%, a maior desde março, implicando perdas no valor em bolsa de 21 mil milhões de dólares.

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