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Elevador da Glória: Responsável pela manutenção considera prematura qualquer conclusão

"Aquilo que podemos confirmar é que o Elevador da Glória foi alvo de uma inspeção na manhã de quarta-feira [03 de setembro], tendo nessa ocasião sido considerado em condições adequadas de funcionamento", refere a empresa.

Tiago Petinga/Lusa_EPA
09:45

A empresa responsável pela manutenção do elevador da Glória, em Lisboa, considerou no sábado à noite "prematura" qualquer conclusão nesta fase, acrescentando que o ascensor foi considerado "em condições adequadas de funcionamento" após a inspeção realizada na manhã do dia do acidente.

"Qualquer conclusão nesta fase seria prematura, mas aquilo que podemos confirmar é que o Elevador da Glória foi alvo de uma inspeção na manhã de quarta-feira [03 de setembro], tendo nessa ocasião sido considerado em condições adequadas de funcionamento", refere, numa nota enviada à agência Lusa pelo advogado da MNTC -- Serviços Técnicos de Engenharia, Lda.

Na primeira reação, após o descarrilamento de uma das cabinas pouco depois das 18:00 de quarta-feira, que causou 16 mortos e 22 feridos, a empresa contratada pela Carris para assegurar a manutenção do elevador assume estar a colaborar com as autoridades.

"Este é um momento de grande dor e consternação, pelo que a MNTC se encontra, desde o primeiro momento, a colaborar com as autoridades, para que as causas do acidente sejam rapidamente determinadas e assim dar também uma resposta às famílias das vítimas, às quais expresso as mais sentidas condolências", refere-se ainda no comunicado assinado pelo advogado Ricardo Serrano Vieira.

da carruagem que descarrilou, revelou o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF).

"Do estudo feito aos destroços no local, foi de imediato constatado que o cabo que unia as duas cabinas cedeu no seu ponto de fixação dentro do trambolho [peça de encaixe] superior da cabina n.º 1 (aquela que iniciou a viagem no cimo da Calçada da Glória)", refere a Nota Informativa (NI) deste organismo público, hoje publicada, e à qual a agência Lusa teve acesso.

O GPIAAF indica que o plano de manutenção do elevador da Glória "estava em dia" e que na manhã do acidente foi feita uma inspeção visual programada, que não detetou qualquer anomalia no cabo ou nos sistemas de travagem das duas carruagens.

Segundo este organismo, "o ascensor está sujeito a um plano de manutenção a cumprir pelo prestador de serviços, o qual prevê variados níveis de intervenção com periodicidades diferenciadas, de acordo com o âmbito e extensões das intervenções".

A investigação constatou que o guarda-freio do elevador que descarrilou acionou os travões automático e manual para tentar suster o movimento de descida, mas essas ações não surtiram efeito e a carruagem continuou em aceleração até se descarrilar 170 metros depois.

O GPIAAF estima que o embate da carruagem do elevador contra um edifício tenha ocorrido a "uma velocidade da ordem dos 60" quilómetros hora e que todo o evento tenha "decorrido num tempo inferior a 50 segundos".

O organismo adianta que o elevador da Glória percorre 276 metros, vence um desnível de 45 metros, com uma inclinação média de 18%, sendo a "sua velocidade máxima de funcionamento" de 11,5 quilómetros hora, levando pouco mais de um minuto a realizar o percurso.

É constituído por dois veículos, designados por "cabinas" e numerados 1 e 2, cada um com cerca de 14 toneladas de tara e capacidade para 42 pessoas, 22 das quais sentadas e as restantes em pé, além do condutor ('guarda-freio').

O ascensor da Glória, classificado como monumento nacional, na sua tipologia e configuração atual data de 1914, embora tenha ao longo destes 111 anos sido sujeito a diversas intervenções de conservação e beneficiação, além da manutenção periódica definida para cada momento.

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