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Espanhola Globalvia entra na corrida para comprar A28 e Via do Infante

Com a entrada no processo de licitação das duas autoestradas que pertencem ao fundo CVC DIF, a Globalvia pretende expandir o seu portefólio em Portugal, onde gere a A4 - Transmontana e a A-23 - Beira Interior.

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autoestradas Pedro Brutt Pacheco
24 de Julho de 2025 às 08:58

A espanhola Globalvia entrou no processo de licitação com vista à compra de duas autoestradas em Portugal detidas pelo fundo CVC DIF. São elas a A28 (Norte Litoral, entre Vila Nova de Gaia e Vilar de Mouros, junto à fronteira com Espanha) e a A22 (mais conhecida como Via do Infante, que atravessa o Algarve de uma ponta à outra), avança o esta quinta-feira. O fundo de infraestrutura holandês DIF, que foi adquirido pela CVC, sediada nos EUA, em 2023, adquiriu esses ativos da Ferrovial em duas fases, em 2016 e 2020, por um desembolso combinado de 330 milhões de euros.

Agora, a proprietária CVC DIF está em consulta com o Banco Santander para a transferência das duas rodovias e já recebeu propostas não vinculativas. A A28 - Norte Litoral tem 47 quilómetros de extensão e a A22 - Via do Infante tem 130 quilómetros, com prazos de concessão até 2031 e 2030, respectivamente. A Cintra, concessionária da Ferrovial, foi a vencedora de ambos os projetos no início dos anos 2000 e assinou um contrato de gestão após a venda à DIF.

Com a aquisição destes dois projetos, a Globalvia pretende expandir o seu portefólio em Portugal, onde atualmente gere duas autoestradas, detendo 96% da autoestrada A4 - Autoestrada Transmontana, entre Vila Real e Bragança - com uma extensão de 194 quilómetros e um prazo de concessão até 2038 -, e 100% da A-23 - Autoestrada da Beira Interior, que liga a A1 (desde Torres Novas) à Guarda, com 198 quilómetros e prazo de concessão até 2029.

A Globalvia já identificou Portugal como um mercado prioritário, tendo chegado a fazer uma oferta pela concessionária portuguesa Brisa, mas acabou por perder para o consórcio formado pelo fundo de pensões holandês APG, o Serviço Nacional de Pensões da Coreia do Sul (NPS) e a Swiss Life Asset Management (SLAM), que comprou a Brisa ao Grupo José de Mello e fundo Arcus.

Em 2020, a empresa chegou a um acordo com a Lineas - Concessões de Transportes, detida a 60% pela Mota-Engil e pelo Novo Banco (40%), para adquirir 80,75% da concessionária Douro Interior, que opera duas autoestradas no nordeste do país, com uma extensão total de 242 quilómetros. No entanto, o negócio acabou por fracassar.

No ano passado, a Globalvia tentou também adquirir a Autoestradas do Douro Litoral (AEDL), que opera vários troços de autoestradas A41, A43 e A32, nos arredores do Porto, mas a Igneo venceu a licitação final. O fundo australiano é listado como um dos potenciais rivais da Globalvia na licitação pelas autoestradas da CVC DIF.

Já este ano, a presidência da Globalvia Portugal foi assumida por Gonçalo Reis, antigo CEO da RTP e administrador da Estradas de Portugal. O grupo espanhol já gere no país as concessões rodoviárias Beira Interior (A23) e Transmontana (A4), mas tem o objetivo de desenvolver o negócio e novas oportunidades.

Ao Negócios, Gonçalo Reis afirmou ser "relevante e interessante juntar-me a um projeto liderado por um player global com credenciais fortíssimas na área das infraestruturas e da mobilidade". "É especialmente atrativo a Globavia ter capacidades na rodovia e na ferrovia. Já está presente em Portugal com duas concessões rodoviárias, e seguramente que a lógica é consolidar a presença atual e desenvolver novas oportunidades de crescimento e inovação".

Até este ano, o gestor exercia as funções de presidente do conselho de administração da Autoestradas Douro Litoral, que foi vendida no ano passado à Igneo Infrastructure Partners num processo a que a Globalvia também tinha concorrido. A Globalvia é um dos grandes players do setor das infraestrutras e mobilidade, com escala global e operações na Europa, Estados Unidos e América Latina, e gere concessões rodoviárias e ferroviárias, estando também presente no setor da mobilidade urbana.

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