Governo dá 530 milhões para promoção de Portugal lá fora e cá dentro
Promover Portugal lá fora e aumentar a exploração dos vários cantos do território nacional. Este é o plano do Governo, no qual aposta 532 milhões de euros do OE2026, para dar mais força ao motor económico que é o turismo.
A proposta de Orçamento do Estado para o turismo está assente em dois pilares: projetar Portugal para o mundo e promoção do turismo regional. Para que esta estratégia resulte, o Governo atribuiu 532 milhões de euros a estes dois segmentos.
"No primeiro pilar [projeção no mundo], destaca-se a aposta no apoio à internacionalização das empresas turísticas nacionais e a expansão da conectividade aérea, tendo em vista a afirmação de Portugal entre os destinos mais prestigiados e competitivos a nível global", indica o documento. Já o segundo pilar assenta na melhoria da acessibilidade interna, no lançamento de uma agenda de inovação para o turismo e a promoção da sustentabilidade e inclusão do setor.
No relatório, o Executivo de Luís Montenegro aponta que "as viagens e o turismo continuaram a apresentar o maior contributo" para a evolução das exportações nominais de serviços, com um aumento de 2,5 pontos percentuais (p.p.).
Neste segmento, o Governo cita os últimos dados do INE relativamente ao turismo, relativos a julho, que mostram "uma aceleração das dormidas de não residentes, para 2,2% (mais 1,1 p.p. face ao primeiro semestre), continuando o mercado americano a assumir um papel preponderante para este crescimento". "Esta evolução positiva estende-se igualmente à receita da atividade turística, que, em julho, aumentou 10,6% (mais 2,8 p.p. face aos primeiros seis meses do ano)", sustenta o relatório elaborado pelos ministros de Luís Montenegro.
No fundo, o turismo está a fazer crescer a economia portuguesa e o Governo pretende manter esta rota de ascensão. Para a projeção do destino Portugal a nível mundial são atribuídos 442 milhões de euros nesta proposta de orçamento, em que os objetivos passam por consolidar o país "como um destino de topo nos mercados internacionais de maior valor, aumentando a notoriedade e reputação da marca Portugal", mas também "reforçar a internacionalização das empresas do turismo e das marcas nacionais".
Neste âmbito, o Governo prevê ainda o "lançamento de um programa específico de expansão de conectividade aérea em articulação com parceiros nacionais e regionais". Ou seja, mediante um aeroporto de Lisboa esgotado e com os restantes preparados para assumir a expansão, num momento em que são desconhecidos os planos para Alcochete, o Executivo de Montenegro está preparado para "incentivar a abertura de novas rotas aéreas diretas economicamente sustentáveis".
Conhecer o território português
Apostando na exploração do território nacional em várias frentes, o Governo atribui 90 milhões de euros para a promoção de Portugal a nível regional.
Para o turismo regional, a proposta visa a dinamização da "oferta de viagens fluidas e diminuir a pegada de carbono do transporte turístico através da melhoria da acessibilidade interna sustentável alinhada com a oferta de ligações ferroviárias rápidas e mais ecológicas, entre os principais polos turísticos". Está prevista ainda a inovação e transição digital nas empresas e nos destinos, integrando startups focadas na "promoção de experiências 'seamless' no território", e ainda "acelerar a transição das empresas para a sustentabilidade e a regeneração do território", através de ações e iniciativas governamentais.
Nesta promoção interna, o objetivo é apoiar "soluções de mobilidade 'last mile' nos destinos, ou seja, soluções de mobilidade mais fáceis, sustentáveis e eficientes nas etapas finais de deslocação dos turistas, entre um ponto A e o ponto B".
"Prevê-se ainda o lançamento de uma Agenda de Inovação para o Turismo, definindo áreas prioritárias de inovação (como turismo inteligente, experiências imersivas, sustentabilidade) e identificando incentivos e programas de apoio a projetos inovadores", sustenta o Governo no documento. Será esta agenda que vai "orientar o financiamento a startups e projetos de I&D", estando ainda previstas "calls" para programas de inovação a nível do turismo e "a criação de uma competição internacional para atrair para Portugal empresas e soluções inovadoras no setor".
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