Impacto deste tipo de acidentes no turismo "é bastante momentâneo", afirma Cristina Siza Vieira
A CEO da Associação da Hotelaria de Portugal defende, no entanto, que "a rapidez da ação, a transparência e a verdade são essenciais".
O acidente no Elevador da Glória, que provocou a morte a 16 pessoas, não deverá ter impacto no turismo de Lisboa, admitem especialistas ouvidos pelo Negócios. No entanto, esse impacto está também dependente da forma como a Carris, Câmara de Lisboa, embaixadas e Turismo de Portugal, entre outros, lidam com a situação. Na opinião da CEO da Associação da Hotelaria de Portugal o impacto será efémero.
"Todos os acidentes, desastres naturais ou outros, têm impacto no turismo, mas o que os estudos indicam é que é um impacto bastante momentâneo no momento em que eles ocorrem e sobretudo a rapidez da ação, a transparência e a verdade na comunicação são decisivas para que no momento seguinte se ultrapasse e de alguma maneira a vida continue", explica Cristina Siza Vieira em entrevista ao Negócios no NOW.
"Há aquele momento impactante inicial, circunscrito àquilo que aconteceu naquele equipamento, à ação que a administração pública e as forças políticas tomam e, a partir daí, de facto a retoma é muito rápida, não tem basicamente impactos na procura turística. Naturalmente há uma redução até porque, e bem, os equipamentos estão encerrados, como aconteceu em Notre-Dame, em Paris", acrescenta.
Caso se venha a concluir que houve alguma falha na manutenção destes equipamentos, Cristina Siza Vieira defende que a questão da perceção de segurança é válida não apenas para o turismo "mas para todos nós, ou seja, esta situação é mais política e de gestão, das competências de gestão que terão falhado na manutenção de equipamentos de uso público".
"Se vier a ocorrer, de facto, esta questão de erro humano ou de falha - erro humano neste caso imputável - a uma falha de manutenção, tem obviamente um custo grande a todos os níveis. Mas aqui o prejuízo não é tanto para a imagem do turismo, é para a imagem, de alguma maneira, de Portugal como país responsável. Portanto, aqui a rapidez da ação, a transparência e a verdade são essenciais", conclui.
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