PPR para mim, PPR para ti
Perderam grande parte do charme fiscal que tinham, mas os PPR ainda são sinónimo de reforma mais ou menos desafogada. É preciso saber escolher.
Ir ao banco e subscrever o primeiro plano de poupança-reforma (PPR) que o seu gestor de conta lhe apresentar, normalmente embrulhado numa linguagem técnica e hermética, e numa argumentação sedutora e sólida, é o equivalente a - perdoe-nos a liberdade de comparação - ir à praça comprar um pargo e perguntar à peixeira se o peixe é fresquinho. A única diferença é que o funcionário do banco não lhe vai responder: "É à confiança, freguês!"
Há centenas de PPR no mercado. No site da PROTESTE INVESTE, disponibilizamos uma ferramenta que permite comparar a rentabilidade de mais de 600 PPR e simular quanto podem os investidores ganhar ao transferirem o seu produto para outro mais rentável (ganhemaisnoppr.pt). A conclusão dos especialistas é que 99% dos PPR contratados não são a melhor aposta em termos de investimento. Grande parte, senão a maioria, dos portugueses desconhece o rendimento da sua aplicação, afinal de contas, um dos produtos de poupança mais populares.
Prova desta falta de conhecimento sobre a arquitetura dos PPR é o facto de mais de 90% do dinheiro aplicado em planos de poupança-reforma estar em produtos sob a forma de seguro, ou seja, de capital garantido, apontam os técnicos da PROTESTE INVESTE. Mas o PPR ideal para um pode não ser a escolha mais acertada para outro. O plano de poupança certo para cada um de nós varia ao longo da vida. Além de que há grandes diferenças na rentabilidade destes produtos. Os PPR sob a forma de seguro renderam em média 1,9% ao ano, nos últimos três anos, mas o mais rentável obteve 4,6 por cento. Nos PPR sob a forma de fundo (sem capital garantido), a diferença é ainda maior. O mais lucrativo registou uma rentabilidade de 9,2% ao ano, nos últimos três anos, mas a média foi de 2,3 por cento.
PPR antes dos 40 anos?
Aos 20, 30 anos, a idade da reforma parece tão longínqua como a cura da calvície. Mas se há verdade, na vida, é que ela vai chegar. Vale a pena subscrever um PPR nesta fase? Há vários motivos que um consumidor desta faixa etária pode invocar para não o fazer. Os planos de poupança-reforma têm pouca liquidez, implicam fortes penalizações no caso de o dinheiro investido ser resgatado fora das condições previstas na lei e já não oferecem benefícios fiscais atrativos. E, de facto, falta muito tempo para a reforma. Quem é que, antes dos 40, já está a projetar pescarias com os netos?
Não sendo a opção de investimento de eleição para esta fase da vida, pode, ainda assim, revelar-se uma escolha avisada e lucrativa. Elegendo um PPR sob a forma de fundo de investimento com parte aplicada em ações (ou seja, com maior potencial de valorização, ainda que a rentabilidade não esteja garantida), pode conseguir um bom pé-de-meia. A rentabilidade obtida nos últimos anos pelo Alves Ribeiro PPR, a nossa Escolha Acertada, é o argumento para pôr trintões a sonhar com a reforma. Investindo 50 euros por mês durante 36 anos, pode amealhar 156 mil euros... Se - e este é daqueles ses mesmo, mesmo, mesmo importantes - o PPR mantiver o rendimento dos últimos três anos durante todo esse período. E se o investidor conseguir ter folga no orçamento mensal para poupar aquele valor. E se não resgatar o dinheiro antes dos 66 anos.
Cheguei aos 40: é agora
Faltam 26 anos para a reforma. Comece a pensar no que vai fazer à poupança que pode conseguir com o Alves Ribeiro PPR, que também é Escolha Acertada para esta altura. Agora já não há como fugir à necessidade de subscrever um plano de poupança-reforma. Pode é dar-se ainda ao luxo de optar por um que case segurança com risco. Aplicando 50 euros por mês durante 26 anos, há a probabilidade de calçar as pantufas com 61 mil euros amealhados. Se - lá vamos nós outra vez - a rentabilidade dos últimos três anos se mantiver, já que os ganhos do passado não são garantia de riquezas futuras.
Não fuja já do risco. A máquina de calcular diz-lhe porquê: com um depósito a prazo ou um PPR sob a forma de seguro, que rendem 2% ao ano, teria no máximo 20 mil euros quando chegasse aos 66 anos...
Faltam 10 anos: adeus, risco
Este é o momento em que transfere o seu PPR mais volátil para um de maior segurança (nota extra: transferir um PPR sob a forma de fundo não implica custos; se o PPR tiver a forma de seguro, terá de pagar uma comissão máxima de 0,5 por cento). Nesta fase, já não tem margem para perder dinheiro. Agora quer é sopas e capital garantido. A nossa Escolha Acertada, o Lusitania Poupança Reforma PPR, permite-lhe juntar perto de 7500 euros, pondo de lado 50 euros por mês, durante 10 anos (mantendo a rentabilidade dos últimos três anos). Um depósito a prazo com um juro de 1% ao ano render-lhe-ia 6311 euros, ou seja, cerca de 1200 euros a menos. Se conseguir encontrar um depósito com esta taxa, porque a maioria não rende nem metade.
Reforma. Olá, dinheiro poupado!
Chegou o dia em que pode resgatar o seu PPR. Só tem de pagar 8% de imposto sobre o rendimento obtido. Porque é que isto é uma boa notícia? Porque o rendimento obtido com a maior parte dos produtos financeiros é taxada a 28 por cento. Se tivesse ganhado dez mil euros com um depósito, teria de entregar ao Fisco 2800 euros. Com um PPR, pagaria apenas 800 euros. Sempre são dois mil euros a mais para comprar canas de pesca.
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Este artigo foi redigido ao abrigo do novo acordo ortográfico.
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