Abutres deixam marcas em Lisboa. PSI afasta-se dos 8 mil pontos

A bolsa de Lisboa fechou a perder quase 1% esta terça-feira, em linha com as quedas verificadas na generalidade das principais praças europeias. O PSI recuou 0,92%, para os 7.844,17 pontos, afastando-se da fasquia dos oito mil pontos, conquistada na semana passada pela primeira vez desde abril de 2011.

Apenas a EDP, que ganhou 0,34% até aos 3,831 euros, e a Ibersol, que terminou o dia inalterada, escaparam à maré vermelha em Lisboa.

A maior pressão coube à Mota-Engil e BCP, as duas cotadas que viram os fundos abutre reforçar as posições a descoberto. A construtora, que apresenta as contas semestrais esta quarta-feira, tombou 3,74%, para os 4,842 euros, somando a sexta sessão consecutiva no vermelho, depois de 11 dias sempre a subir. A empresa liderada por Carlos Mota dos Santos perdeu, desta forma, o estatuto de campeã de agosto no PSI, ocupando agora apenas a terceira posição.

Já o banco liderado por Miguel Maya foi vítima do reforço da posição a descoberto da Citadel e também do fim do programa de recompra de ações no valor de 200 milhões de euros. O BCP caiu 3,2%, fechando nos 0,7444 euros.

A fechar o pódio das quedas, os CTT recuaram 2,85%, até aos 7,51 euros, ainda pressionados pela suspensão dos envios de bens para os EUA.

Entre os pesos pesados, além da EDP e BCP, a Jerónimo Martins cedeu 0,38%, para os 20,96 euros, enquanto a EDP Renováveis perdeu 0,29%, até aos 10,34 euros, e a Galp deslizou 0,12%, fechando nos 16,43 euros.

Fora do principal índice, a Teixeira Duarte tombou 8,01%, para os 0,425 euros. Esta foi a quinta sessão seguida no vermelho, sendo que em três - nos dias 21, 25 e hoje - as perdas superaram os 6%. A construtora apresentou resultados na sexta-feira, dia 22, após o fecho do mercado, mas os lucros alcançados graças ao acordo com a banca parecem não ter convencido os investidores: nas duas primeiras sessões desta semana a empresa perdeu 14,31%, reduzindo o seu valor em bolsa em quase 30 milhões de euros.