Cláudia Azevedo manda no seio das empresas cotadas: “Se não for agora, quando?”
Volvidos oito anos sobre a criação da lei das quotas, Portugal reforçou o peso de mulheres administradoras em empresas cotadas em 136%, ou seja, mais do que duplicou, passando de 15,5% para 36,6%.
A conclusão resulta da análise do Innovators Forum, iniciativa promovida pela Sonae, esta quinta-feira, 27 de novembro, que será marcada pela visão de como as medidas de diversidade, equidade e inclusão (DE&I, na sigla inglesa) podem impactar o desempenho das empresas.
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A sessão de abertura “DE&I – Se não for agora, quando?” está a cargo de Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, durante a qual irá destacar “a urgência de integrar a diversidade, equidade e inclusão como prioridade estratégica, essencial para impulsionar a criatividade e a inovação nas organizações, de forma a aumentar a sua competitividade”, revela a Sonae, em comunicado.
A propósito, a Sonae encerrou 2024 com 41% de mulheres em funções de liderança, um crescimento de sete pontos percentuais face aos 34% registados em 2019, tendo entretanto estabelecido a ambição de alcançar 45% no próximo ano.
De resto, tal como no ano em que foi decidida a implementação de quotas em empresas cotadas, até ao final de 2024 Cláudia Azevedo era a única mulher a mandar – entretanto, desde o início deste ano são duas, com Maria João Carioca a partilhar a coliderança da Galp com João Diogo Silva.
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Portugal passa de 20.º para 15.º lugar do ranking
Voltando à análise da Sonae sobre a presença feminina em cargos de gestão nas empresas cotadas, a evolução registada por Portugal constitui a quinta melhor entre os 30 países europeus analisados, apenas superada por Roménia (200%), Grécia (190%), Malta (140%) e Irlanda (139%).
“Esta evolução positiva, bem acima do crescimento médio de 44% dos países da União Europeia, permitiu a Portugal passar de 20.º para 15.º lugar no ranking dos países com maior percentagem de mulheres nos conselhos de administração das empresas cotadas”, realça a Sonae.
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Portugal supera a média de 35,2% de mulheres administradoras nas principais empresas cotadas da União Europeia, mas ainda está longe dos valores registados em França (46,9%), Islândia (45,7%), Itália (44,4%), Dinamarca (44,3%) e Reino Unido (44,3%), os países com maior percentagem de mulheres nos conselhos de administração de empresas cotadas.
A análise do Innovators Forum’25 – powered by Sonae, realizada pela BA&N Research Unit tendo por base dados do European Institute for Gender Equality, revela também que Portugal está entre os países com melhor evolução na presença de mulheres nas equipas de gestão de empresas cotadas.
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O peso das mulheres em funções executivas na administração das cotadas em Portugal aumentou 128%, passando de 8,2% para 17,4%.
Equipas de gestão em Portugal contam apenas com 17,4% de mulheres
A evolução registada por Portugal é a quarta maior entre os países europeus, sendo apenas superada pela Áustria (151%), Irlanda (136%) e Alemanha (128%) e sendo bem superior à evolução média dos países da União Europeia (56%).
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“Apesar destes avanços, os dados mostram que Portugal continua longe do equilíbrio de género nas posições onde se tomam decisões estratégicas”, ressalva a Sonae, dando conta que, entre os 30 países analisados, Portugal continua a ser o sétimo com menor peso de mulheres em funções de administração executiva.
Segundo a mesma análise, em Portugal as equipas de gestão contam apenas com 17,4% de mulheres, o que contrasta com a média de 23,7% dos países da União Europeia e que apenas supera os valores verificados na Polónia (15,9%), Eslováquia (14,7%), Chéquia (14,1%), Áustria (13,8%), Bulgária (13,8%) e Luxemburgo (10%).
Entre os países com maior percentagem de mulheres em posições de administração executiva estão o Reino Unido (34,7%), Noruega (31,3%), Islândia (32,3%), França (30,8%) e Suécia (30,4%).
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Oana Iordachescu e Sundiatu Dixon-Fyle no Innovators Forum’25
Além da intervenção de Cláudia Azevedo, o debate sobre o impacto da diversidade na competitividade das empresas – tema do Innovators Forum’25, no terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões – vai também contar com duas das vozes mais relevantes na agenda global da diversidade.
Oana Iordachescu, especialista europeia em estratégias de talento e inovação inclusiva, irá conduzir uma sessão que provoca a reflexão sobre a cultura e liderança que queremos construir, “oferecendo ferramentas práticas para acelerar a transformação e reforçar a DE&I nas organizações”; e Sundiatu Dixon-Fyle, referência mundial em crescimento inclusivo, que “traz um olhar abrangente sobre DE&I, explorando a sua importância, o impacto nas organizações e o estado atual da diversidade e inclusão nas empresas”, promete a Sonae.
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O programa inclui também painéis de debate que, “com o contributo de vários especialistas, trarão para cima da mesa dados, metodologias científicas e evidências práticas da aplicação de medidas de diversidade, equidade e inclusão nas organizações”, sinaliza a entidade promotora.
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