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Mais mulheres, idosos e migrantes empregados podem aumentar PIB europeu em 1,7%

A Comissão Europeia defende que remover barreiras e promover igualdade é decisivo para enfrentar a escassez de mão de obra e garantir uma transição justa.

18 de Setembro de 2025 às 20:47
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O mais recente relatório Employment and Social Developments in Europe 2025 (ESDE) revela que a União Europeia (UE) atingiu em 2024 uma taxa de emprego historicamente elevada, de 75,8%, com as mulheres, os mais velhos e os migrantes a dar o maior contributo para este crescimento. Na mesma altura, a taxa de desemprego caiu para 5,9%, o valor mais baixo de sempre. Além do contributo económico, a Comissão Europeia destaca o impacto no cumprimento de objetivos ESG em matéria de inclusão e igualdade de oportunidades.

“O relatório da ESDE de 2025 mostra que o mercado de trabalho da UE continua a ser notavelmente forte, com o emprego a aumentar, em grande medida, graças ao crescimento do número de mulheres, idosos e migrantes que entram no mercado de trabalho”, aponta Roxana Mînzatu. A vice-presidente executiva da Comissão, responsável pelos diretos sociais, considera que “é encorajador”, ainda que reconheça que “temos de fazer mais para garantir que todos possam contribuir com as suas competências e talentos”.

O estudo destaca que, apesar dos progressos, continuam a verificar-se desafios significativos. Enquanto a taxa média de emprego na UE é de 75,8%, entre as pessoas com deficiência esse valor cai para cerca de 52%, uma diferença de 24 pontos percentuais. Também no género persistem desigualdades, com a taxa de emprego das mulheres a manter-se dez pontos percentuais abaixo da regista entre os homens. “Fechar as lacunas na força de trabalho requer um foco sustentado nos grupos vulneráveis”, lê-se no relatório.

Do ponto de vista da sustentabilidade, a inclusão destes grupos é, além de uma questão de justiça social, uma vantagem económica. O ESDE estima que o alargamento da educação e dos cuidados infantis podia aumentar significativamente a taxa de emprego feminina e impulsionar o PIB da UE em até 1,7%. 

Outro eixo central é a valorização do envelhecimento ativo, um tema que cada vez mais empresas, , têm procurado trabalhar. Com a população europeia a envelhecer rapidamente, políticas de reforma faseada, formação contínua e melhor acesso a cuidados de saúde são vistas como instrumentos decisivos para prolongar a vida ativa e reduzir a pressão sobre os sistemas sociais. Já no que respeita aos migrantes, medidas como o reconhecimento simplificado de qualificações e programas de formação linguística são apontadas como formas de acelerar a integração laboral.

“O futuro sustentável da Europa depende da nossa capacidade de eliminar obstáculos, desafiar estereótipos e promover a igualdade de género. Assim poderemos enfrentar a escassez de mão de obra, impulsionar a nossa competitividade e construir uma sociedade mais justa e inclusiva”, reforça Roxana Mînzatu.

O relatório apresenta ainda o Roteiro para Empregos de Qualidade e a futura Estratégia Europeia de Luta contra a Pobreza como pilares para uma transição justa, que combine crescimento económico com coesão social. 

Na perspetiva ESG, o ESDE 2025 evidencia que a sustentabilidade não se limita ao ambiente e que exige sociedades mais inclusivas, bem como economias capazes de transformar diversidade em valor. “Os empregos de qualidade ajudam a trazer mais pessoas para a força de trabalho, ao mesmo tempo que reduzem a pobreza entre trabalhadores”, sublinha ainda o relatório.

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