Corte de juros devolve ânimo a Wall Street. Nasdaq tem melhor dia desde maio

As bolsas americanas estenderam os ganhos da última sessão, afastando os receios com a sobreavaliação das ações ligadas à inteligência artificial, que deram impulso esta segunda-feira.
Wall Street.
AP/Richard Drew
Bárbara Cardoso 21:21

As bolsas norte-americanas fecharam esta segunda-feira com subidas significativas, estendendo os ganhos registados na sessão anterior, numa altura em que os investidores deixam de lado a ideia de que as ações de tecnologia estejam sobreavaliadas e se focam na hipótese de um corte nas taxas de juro pela Reserva Federal (Fed) dos EUA na reunião de dezembro.

Vários dados da maior economia do mundo, que têm sido publicados após o fim do "shutdown", demonstram que o mercado laboral continua fragilizado e que a inflação segue elevada, reforçando as apostas do mercado numa flexibilização monetária. Para além disso, já três responsáveis do banco central - Christopher Waller, Mary Daly e John Williams -, manifestaram apoio a uma descida de juros. 

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No entanto, ainda há espaço para diferentes interpretações quanto a estes relatórios, dado que são antigos. "É um processo mais desordenado do que estamos habituados", disse James Egelhof, do BNP Paribas, à Bloomberg TV. "Ao mesmo tempo, acreditamos que Jerome Powell quer continuar a cortar as taxas. Tem os votos para isso. Achamos que os dados estão a dar-lhe uma pequena margem de manobra para implementar um último corte de juros para proteger o mercado de trabalho de uma degradação gradual", acrescentou. 

Os índices americanos arrancaram uma semana mais curta - devido ao feriado do Dia de Ação de Graças, na quinta-feira -, com ganhos sólidos, com o grupo das "sete magníficas" a impulsionarem o índice tecnológico Nasdaq. 

O S&P 500 saltou 1,55% para 6.705,08 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite disparou 2,69% para 22.872,01 pontos, o melhor dia desde 12 de maio. Já o industrial Dow Jones subiu 0,44% para 46.446,27 pontos.

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Apesar de subida, Ed Yardeni, fundador da Yardeni Research, afirma que o "benchmark" não vai atingir a meta de 7.000 pontos até ao final do ano, devido à tomada de mais-valias por parte dos investidores em ações relacionadas à inteligência artificial.

Esta terça-feira e na véspera da Black Friday serão divulgados os dados das vendas no retalho de setembro, que deverão mostrar que os consumidores continuam pressionados pela subida de preços. Os pedidos de subsídio de desemprego também são publicados na quarta-feira. Este relatório terá importância acrescida, já que a Fed se baseia em indicadores alternativos na ausência dos dados de emprego.

Entre as "sete magníficas", a Nvidia avançou 2%, a Tesla quase 7%, a Amazon 2,5%, a Alphabet 6,3%, a Apple 1,6%, a Meta 3,2% e a Microsoft 0,4%. 

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