Fragilidade do mercado laboral volta a ensombrar Wall Street. Nasdaq cai 2%

As bolsas norte-americanas regressaram às desvalorizações, depois de um relatório privado do emprego ter revelado cortes expressivos em outubro.
AP/Richard Drew
Bárbara Cardoso 21:12

Wall Street está de volta às perdas significativas, numa altura em que as preocupações com a sobreavaliação das ações de tecnologia se aliam aos receios sobre o mercado de trabalho norte-americano, que está mais frágil. 

Esta quinta-feira, a Challenger, Gray & Christmas publicou dados que mostraram que as empresas norte-americanas anunciaram o maior número de cortes de emprego no mês de outubro em mais de 20 anos: mais de 150 mil postos. 

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Os relatórios destas empresas privadas têm ganho importância crescente, já que o "shutdown" nos EUA atrasa a divulgação de dados oficiais, o que dificulta a avaliação da saúde do mercado laboral da maior economia do mundo para a Reserva Federal (Fed) decidir sobre taxas de juro. No entanto, a crescente aposta num corte de juros em dezembro não foi suficiente para animar o sentimento do mercado.

"Isto mostra que nem sempre se trata de apostas em cortes nas taxas de juro, e a realidade está a começar a impor-se. Francamente, o mercado precisava desta onda de realidade. Após meses de exuberância impulsionada pela inteligência artificial (IA), os 'traders' estão a redescobrir que os fundamentais ainda são importantes", disse Fawad Razaqzada, da Forex.com, citado pela Bloomberg. 

O S&P 500 perdeu 1,12% para 6.720,41 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite tombou 1,9% para os 23.053,99 pontos. Já o industrial Dow Jones recuou 0,84% para os 46.913,65 pontos.

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Os responsáveis da Fed parecem mais preocupados com a falta de dados sobre a inflação. Austan Goolsbee disse à CNBC que este fator o deixa apreensivo em relação aos cortes nas taxas em breve.

A vaga de vendas afetou as ações de IA. A Nvidia e a Tesla tombaram mais de 3% e a Palantir Technologies 6,84%. A Microsoft derrapou 2%, a Meta 2,67%, a Amazon 2,7% e a Apple 0,13%. Em contraciclo, a Alphabet, dona da Google, ganhou modestos 0,21%.

Noutros movimentos empresariais, a Qualcomm, a maior fabricante de semicondutores para smartphones, tornou-se a mais recente empresa a divulgar uma previsão que não conseguiu impressionar os investidores. A fabricante alertou ainda para uma possível perda de negócios no próximo ano com o seu principal cliente, a Samsung, fazendo com que as ações caíssem 2,35%.

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As ações da Datadog escalaram 20% após elevar as suas previsões de lucro e receita anual, enquanto a Elf Beauty mergulhou 28,3% após ter publicado uma previsão de vendas e lucros anuais abaixo das expectativas

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