Tecnológicas e alívio das tensões comerciais dão novo gás a Wall Street

Os principais índices norte-americanos terminaram mais uma sessão no verde - a segunda consecutiva -, depois de uma série de resultados de bancos regionais terem afastado os receios em torno da vitalidade do setor. As tecnológicas foram as principais propulsoras de Wall Street esta segunda-feira, numa altura em que os investidores preparam-se para uma semana recheada de resultados de grandes empresas.

Neste contexto, o S&P 500 acelerou 1,07% para 6.735,13 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite ganhou 1,37% para 22.990,54 pontos e o industrial Dow Jones subiu 1,12% para 46.706,58 pontos. Os três índices encerraram a última sessão, na sexta-feira, em alta, marcando o fim de uma semana bastante volátil para Wall Street

Entre as grandes empresas que se preparam para apresentar contas ao mercado esta semana, os claros destaques vão para os pesos-pesados Tesla e Netflix, além da Ford, General Motors e ainda da Coca-Cola e da Intel. De acordo com dados da LSEG, citados pela Reuters, o terceiro trimestre das cotadas do S&P 500 deverá ser bastante positivo, com um crescimento nos lucros de 9,3% face ao mesmo período do ano passado - mas as expectativas dos investidores estão altas, numa altura em que as ações continuam a renovar máximos históricos.

"Grande parte da incerteza que as empresas tinham em relação à legislação fiscal e às tarifas no início deste ano diminuiu por enquanto, o que permitiu às empresas concentrarem-se nos lucros e na sua rentabilidade", explica Matthew Keator, analista do Keator Group, à Reuters. A banca regional vai estar ainda no radar dos investidores, com uma nova série de resultados, depois de os mercados terem sido agitados na semana passada, após dois bancos terem admitido problemas na qualidade dos empréstimos que concederam.

No campo da política comercial, EUA e China parecem cada vez mais disponíveis para negociar. Os presidentes das duas maiores economias do mundo vão encontra-se na Coreia do Sul nas próximas semanas e Donald Trump está confiante que poderão chegar a um "acordo robusto", apesar da mais recente escalada de tensões entre os dois países. O líder norte-americano tem mesmo uma visita agendada à China no arranque do próximo ano, dando esperança aos investidores que, pelo menos, as tréguas alcançadas em maio possam subsistir. 

A impulsionar o sentimento de negociação estiveram ainda as afirmações de Kevin Hassett, conselheiro económico da Casa Branca, que prevê uma solução para o "shutdown" do Governo federal ainda esta semana. O Senado norte-americano vai voltar a votar as duas propostas apresentadas pelos democratas e republicanos esta segunda-feira, mas, para já, não se prevê um fim do impasse, que pode arrastar-se para o 21.º dia e tornar-se a segunda maior paralisação de sempre - empatando com a da era Clinton. 

Entre as principais movimentações de mercado, a Apple acelerou 3,94% para 262,24 dólares, atingindo novos máximos históricos e aproximando-se dos quatro biliões de capitalização bolsista, depois de a nova gama do iPhone da empresa ter conseguido superar a geração anterior em termos de vendas nos primeiros dez dias, tanto em território norte-americano como na China. Foram vendidos mais 14%, de acordo com a Counterpoint Research. A Bloomberg cita ainda o contributo de mais uma revisão em alta, desta vez pela casa de investimento Loop Capital, que elevou o preço-alvo das ações para 315 dólares nos próximos 12 meses e passou hoje a recomendar a compra dos títulos da tecnológica, tendo em conta o aumento da procura.

Por sua vez, a Boeing ganhou 1,82% para 216,82 dólares, depois de a fabricante de aeronaves ter conseguido "luz verde" da Administração Federal de Aviação para aumentar a produção do modelo 737 MAX. Já a WeightWatchers disparou 9,25% para 29,40 dólares, após a empresa ter celebrado um contrato com a Amazon para a entrega de medicamentos para a perda de peso.