Wall Street em euforia após discurso de Powell. Nasdaq e Dow Jones saltam quase 2%

Mesmo sem se comprometer com um corte na próxima reunião, a posição mais "dovish" de Powell foi suficiente para deixar os investidores eufóricos. Mercados dão quase como certo um novo alívio nas taxas de juro em setembro.
AP
Ricardo Jesus Silva 22 de Agosto de 2025 às 21:19

A sinalização de um possível "ajuste" na política monetária foi o suficiente para dar gás a Wall Street. Os principais índices norte-americanos encerraram a derradeira sessão da semana em território positivo, com ganhos a tocarem quase nos 2%, com os investidores mais certos de que a Reserva Federal (Fed) dos EUA vai mesmo avançar com um corte de 25 pontos base na reunião de setembro - depois de ter decidido não mexer nas taxas de juro desde o início do ano. 

Apesar de Jerome Powell, presidente do banco central, e ter reafirmado que as decisões da autoridade monetária vão sempre ser acompanhadas de uma análise intensiva dos dados, o mercado de "swaps" já dá como quase certo um novo alívio - e até aponta para um segundo ainda este ano. Num contexto mais otimista, o S&P 500 encerrou a sessão a saltar 1,52% para 6.466,91 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite subiu 1,88% para 21.496,54 pontos e o industrial Dow Jones cresceu 1,89% para 45.631,74 pontos, tendo tocado um máximo histórico de 45.757,84 pontos durante a sessão. 

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"A Fed, ou pelo menos Powell, está a inclinar-se para uma postura mais 'dovish', a fim de dar força a um mercado de trabalho em enfraquecimento", começa por explicar Ipek Ozkardeskaya, analista sénior do Swissquote Bank, à Reuters. "O facto de a Fed estar agora a preparar-se para conceder ao mercado essa redução de 25 pontos base nas taxas de juro, está obviamente a criar muita euforia" nos mercados, acrescentou ainda.

A grande maioria das "megacaps" (empresas com a maior capitalização de mercado) terminaram a sessão com ganhos substanciais, com a Tesla a liderar o grupo e a disparar 6,22%. Também o Russell 2000, índice que agrega empresas de pequena capitalização e bastante sensível às taxas de juro, disparou com o discurso de Powell, valorizando 3,76%. 

Com os ganhos desta sexta-feira, o Dow Jones e o S&P 500 conseguiram recuperar de uma semana que até se mostrava negativa, encerrando a série de cinco sessões com ganhos modestos. Já o Nasdaq Composite, que esteve no centro do "sell-off" que afetou o setor da tecnologia, ainda está em modo de recuperação face às perdas avultadas registadas na terça e na quarta-feira. 

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Ainda antes do discurso de Powell, a UBS Global Wealth Management já tinha aumentado as suas perspetivas para o S&P 500 relativas a 2025. Foi a segunda revisão em alta este mês, com a empresa de serviços financeiros suíça a citar a solidez dos lucros das empresas norte-americanas, a atenuação das tensões comerciais e as expectativas de cortes nas taxas de juro como razões para melhorar as suas previsões. 

Entre as principais movimentações de mercado, a Intel disparou 5,53% para 24,80 dólares, depois de . A entrada no capital vai ser feita através da conversão dos subsídios ao abrigo da Lei CHIPS em ações, no valor de 11 mil milhões de dólares - dinheiro destinado reforçar a produção de semicondutores para uso militar e comercial.

Por sua vez, a Intuit caiu 5,03% para 662,66 dólares, após a criadora do software TurboTax ter previsto vendas para o seu primeiro trimestre fiscal inferiores às expectativas dos analistas. 

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