Wall Street fecha com fortes ganhos antes da "pausa" para o Dia de Ação de Graças
Os principais índices norte-americanos fecharam a sessão desta quarta-feira em alta, antes da “pausa” do Dia de Ação de Graças, à medida que cresce entre os investidores a expectativa de que a Reserva Federal (Fed) norte-americana poderá mesmo avançar com uma nova flexibilização dos juros diretores na sua reunião do próximo mês. As tecnológicas foram o grande catalisador da sessão.
O “benchmark” S&P 500 avançou 0,69%, para os 6.812,61. Já o Nasdaq Composite ganhou 0,82% para os 23.214,69 pontos. O Dow Jones, por sua vez, valorizou 0,67% para os 47.427,12.
PUB
A volatilidade nos mercados bolsistas norte-americanos diminuiu drasticamente nos últimos dias, depois de receios com a sobrevalorização de empresas ligadas à área da inteligência artificial terem levado a um “sell-off” dos ativos de risco na semana passada. Nesta linha, o índice do medo de Wall Street – o VIX - caiu mais de 35% nos últimos quatro dias, a maior retração no indicador desde meados de abril.
E numa altura em que a divulgação de dados económicos retoma – depois de o “shutdown” do Governo Federal dos EUA ter deixado estes relatórios em suspenso -, soube-se esta tarde que os pedidos de subsídio de desemprego nos EUA recuaram para 216 mil, na semana que terminou em 22 de novembro, segundo os dados divulgados pelo Departamento do Trabalho (DOL) norte-americano. Os valores desafiaram as expectativas do mercado de um aumento modesto nos números de pedidos de subsídio de desemprego.
“No geral, foram dados mais fortes do que o esperado que reforçaram a noção de que existem correntes contrárias e um desempenho misto na economia real”, disse à Bloomberg Ian Lyngen, da BMO Capital Markets. “Dito isto, não há nada nos relatórios que impeça o Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC) de reduzir [as taxas diretoras] em 25 pontos-base a 10 de dezembro”, acrescentou ainda o especialista.
PUB
Declarações “dovish” por parte de responsáveis da Fed têm reavivado as apostas numa redução das taxas em dezembro. Essas expectativas ganharam ainda mais força depois de se saber que o diretor do Conselho Económico Nacional da Casa Branca, Kevin Hassett, será o principal candidato a assumir a presidência da Fed, sucedendo a Jerome Powell, cujo mandato termina em maio do próximo ano — uma escolha que os investidores consideram alinhada com a pressão do Presidente Donald Trump para uma redução das taxas de juros. Os mercados apontam agora para uma probabilidade de cerca de 80% de um corte em um quarto de ponto no próximo mês e mais três até o final de 2026.
Entretanto, começam a surgir apostas otimistas para o desempenho das ações em 2026. Analistas do Deutsche Bank esperam que o S&P 500 suba para os 8 mil até o final do próximo ano. Já o JPMorgan vê o índice de referência a chegar aos 7.500 pontos, enquanto o Société Générale estabelece uma meta de 7.300 pontos para o “benchmark”.
Entre os movimentos do mercado, as ações da Dell Technologies valorizaram mais de 6%, depois de a empresa ter aumentado as suas projeções anuais para o mercado de servidores de inteligência artificial. Já a Deere & Co., que também apresentou previsões para o ano que vem, perdeu mais de 5%, com o “outlook” da empresa a ficar aquém das expectativas do mercado.
PUB
Quanto às “big tech”, a Nvidia subiu 1,37%, a Amazon caiu 0,22%, a Meta cedeu 0,41%, a Apple somou 0,21%, a Microsoft valorizou 1,78% e a Alphabet recuou 1,04%, depois de ontem ter renovado máximos históricos.
Na quinta-feira, os mercados norte-americanos estarão encerrados devido ao feriado nacional do Dia de Ação de Graças.
Saber mais sobre...
Saber mais Subsídio de desemprego Desemprego Mercado e bolsa Juros Estados Unidos S&P Jerome Powell Donald Trump Kevin Hassett Casa Branca JPMorgan Chase Deutsche Bank Ministério do Trabalho e Previdência Social Société Générale BMO Capital Markets Nvidia Nasdaq Alphabet Inc. Deere & CompanyMais lidas
O Negócios recomenda