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Inflação abre caminho para corte da Fed e leva Wall Street a novos máximos

Com os preços a acelerarem menos do que o previsto, os investidores voltaram a apostar esta sexta-feira no risco e levaram os principais índices norte-americanos a recordes. A Fed tem agora o caminho livre para continuar a reduzir as taxas de juro.

eua estados unidos wall street
eua estados unidos wall street DR
21:13

Foi uma sessão eufórica em Wall Street. Depois de semanas a navegarem às escuras por causa do "shutdown" do governo federal, os investidores conseguiram finalmente o primeiro indicador de como a economia norte-americana se comportou em setembro - e as notícias não podiam ter sido melhores. A inflação acabou por acelerar menos do que o previsto pelos economistas e os principais índices do país aceleraram para novos máximos históricos, todos com ganhos de cerca de 1%. 

O S&P 500 ultrapassou, pela primeira vez na história, a marca dos 6.800 pontos, tocando num valor recorde de 6.807,11 pontos, num dia em que o tecnológico Nasdaq Composite chegou a ascender aos 23.261,26 pontos e o industrial Dow Jones aos 47.326,73 pontos - ambos máximos históricos. O "benchmark" terminou a sessão com ganhos de 0,79% para 6.791,69 pontos, enquanto o índice ligado às ações de tecnologia saltou 1,15% para 23.204,87 pontos e o industrial cresceu 1,01% para 47.207,12 pontos. 

"O mercado normalmente acelera durante a época de resultados, desde que a economia esteja relativamente estável", começa por explicar Jay Hatfield, CEO e gestor de carteiras da InfraCap, à Reuters. "Portanto, é em parte devido aos resultados e também aos juros da dívida mais baixos. A 'yield' dos títulos do Tesouro dos EUA a 10 anos caiu abaixo dos 4%", adiciona o gestor de carteiras. 

Apesar de continuar elevado e longe da meta definida pela Reserva Federal (Fed) norte-americana de 2%, o - um valor abaixo dos 3,1% estimado pelos analistas. A leitura acabou por acalmar alguns dos receios dos investidores de que a política comercial da administração Trump poderia levar a um grande aumento dos preços no país, deixando o caminho aberto para o banco central continuar a cortar nas taxas de juro (o que deve acontecer já na reunião da próxima semana). 

Ao mesmo tempo, a "earnings season" do terceiro trimestre continua a todo o vapor e 143 das 500 empresas que compõe o principal índice dos EUA já apresentaram contas ao mercado. Dessas, 87% conseguiram bater as expectativas dos analistas, de acordo com dados do LSEG, com as previsões a apontarem agora para um crescimento de 10,4% nos lucros em termos homólogos - uma revisão em alta quando comparado com o aumento de 8,8% esperado no início do mês. 

A época de resultados não abranda na próxima semana e esperam-se as contas trimestrais de cinco das "Sete Magníficas": a Meta, a Microsoft, a Alphabet, a Amazon e a Apple. Até agora, deste grupo seleto, só a , com os lucros da fabricante de automóveis elétricos a ficarem aquém das expectativas de Wall Street - apesar de a empresa até ter registado um recorde de vendas de veículos. A Tesla encerrou a sessão a perder 3,40% para 433,72 dólares

Por sua vez, a Alphabet acelerou 2,70% para 259,92 dólares, depois de ter revelado que vai utilizar dezenas de milhares de milhões de dólares em chips de inteligência artificial da Google para treinar o "chatbot" da empresa, o "Claude". Já a Ford valorizou 12,16% para 13,84 dólares, após a fabricante de automóveis ter sinalizado que deverá recuperar no próximo ano dos impactos negativos de um incêndio que afetou um fornecedor importante da sua carrinha "pick-up" F-150, líder de vendas.

Ainda em destaque esteve a Intel, que chegou a disparar mais de 6%, mas acabou por registar ganhos de apenas 0,31% para 38,28 dólares. A tecnológica conseguiu regressar aos lucros no terceiro trimestre do ano, com o resultado líquido por ação a atingir os 0,23 dólares - bastante acima dos 0,01 dólares esperado pelos analistas. As receitas também aceleraram mais do que antecipado, atingindo os 13,7 mil milhões. 

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