Maus ventos polacos derrubam bolsa de Lisboa. BCP e Jerónimo Martins caem
A bolsa portuguesa despediu-se da semana pintada de vermelho, contrariando o otimismo das congéneres europeias. A pressão veio de Varsóvia, com o anúncio de um imposto sobre a banca polaca.
A bolsa de Lisboa fechou a última sessão da semana em queda, destoando dos ganhos das restantes praças europeias, que se animaram com a perspetiva de que a Reserva Federal vá iniciar o alívio da política monetária nos EUA. O PSI recuou 0,5%, para os 7.980,23 pontos, um dia após ter quebrado a fasquia dos oito mil pontos pela primeira vez desde abril de 2011. Das 15 cotadas do índice, seis fecharam no verde, oito no vermelho e a Nos terminou a sessão inalterada.
A pressão sobre o PSI veio da Polónia, com a decisão do Governo polaco de um novo imposto sobre a banca, que fez o Bank Millennium, controlado pelo BCP, tombar quase 8%. O banco liderado por Miguel Maya acabou por perder 3,41%, para os 0,77 euros, apenas um dia após ter ameaçado alcançar o patamar dos 80 cêntimos.
A pesar no índice nacional esteve a outra cotada com exposição à Polónia. A Jerónimo Martins, que tem no mercado polaco a maior fonte de receitas, recuou 2,43% até aos 20,9 euros.
Pelo meio, a Mota-Engil perdeu 2,72%, para os 5,19 euros, e a Corticeira Amorim caiu 2,49%, fechando nos 7,83 euros, com a possível tomada de mais-valias após o salto de quase 6% na véspera, quando se soube que a cortiça seria isenta das tarifas de 15% aplicadas pelos EUA.
A impedir um maior descalabro na praça nacional, a EDP Renováveis avançou 2,39%, para os 10,7 euros, enquanto as produtoras de pasta de papel viveram igualmente um dia positivo. A Navigator ganhou 2,22%, até aos 3,41 euros, e a Altri subiu 2,16%, para os 5,21 euros. A Semapa, cujo principal ativo é a participação na Navigator, apanhou a "boleia" e valorizou 1,12%, terminando o dia nos 18,08 euros.
A sustentar o PSI, a EDP ganhou 0,78%, para os 3,882 euros, e a Galp valorizou uns tímidos 0,06%, fechando a valer 16,45 euros.
Mais lidas