Otimismo na frente comercial anima Wall Street. E Apple volta a ser uma trillion-dollar baby
As bolsas norte-americanas encerraram em alta, impulsionadas pela perspetiva de um acordo comercial entre os EUA e a China e também pela nova ronda de estímulos económicos anunciada pelo Banco Central Europeu.
O Dow Jones encerrou a somar 0,17% para 27.182,45 pontos e o Standard & Poor’s 500 avançou 0,29% para 3.009,57 pontos.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite valorizou 0,30% para 8.194,47 pontos.
A animar a negociação estiveram sobretudo as perspetivas de um acordo comercial entre Washington e Pequim, que no início de outubro voltam à mesa das negociações para tentarem chegar a um entendimento.
O presidente norte-americano anunciou na quarta-feira à noite (já madrugada de quinta em Lisboa) que as tarifas aduaneiras adicionais sobre produtos importados da China previstas para entrarem em vigor a 1 de outubro só começarão a ser impostas 15 dias depois.
Donald Trump diz ter tomado a decisão como um gesto de boa vontade, e a pedido de Liu He, vice-primeiro-ministro chinês, já que a 1 de outubro o país estará a comemorar o 70.º aniversário da fundação da República Popular da China (com a revolução de 1949).
A China gostou do gesto de Trump e a resposta não se fez esperar, com os media a avançarem que Pequim já deu ordem para que as empresas chinesas voltem a comprar soja e carne de porco aos Estados Unidos. Na véspera o Governo chinês tinha já publicado uma lista onde isentava de tarifas vários produtos norte-americanos.
Entretanto hoje foi avançado que os responsáveis do lado americano estão a ponderar oferecer um acordo comercial limitado à China, o que animou ainda mais o sentimento dos investidores.
O setor tecnológico voltou a ter um dos melhores desempenhos do outro lado do Atlântico (a Alphabet e Microsoft subiram mais de 1%), uma vez que as cotadas desta indústria dependem da China para boa parte das suas receitas.
Em destaque esteve a empresa da maçã, liderada por Tim Cook, que tocou em máximos de quase um ano e voltou a ser uma trillion-dollar baby (a primeira vez que aconteceu foi em agosto do ano passado).
A Apple, que na terça-feira apresentou novos produtos que agradaram à comunidade tecnológica, tem estado a ganhar terreno nas últimas sessões e hoje tocou em máximos de outubro de 2018 – tornando-se a segunda cotada mais valiosa no mercado dos EUA, com uma capitalização bolsista de 1,02 biliões de dólares), apenas atrás da Microsoft (avaliada em 1,05 biliões de dólares).
A tecnológica sediada em Cupertino (Califórnia) acabou depois por inverter perto do final da sessão e cedeu 0,23% para 223,08 dólares (com um valor de mercado de 1,008 biliões de dólares), mas no "after hours" segue já de novo no verde.
A contribuir para o bom momento de hoje em Wall Street esteve também o anúncio de uma nova ronda de estímulos económicos por parte do BCE – com um novo programa de compra de ativos.
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