Wall Street fecha no verde na véspera do relatório do emprego. American Eagle dispara 37%
Os índices dos EUA parecem animados com a perspetiva de corte de juros pela Reserva Federal. Mas há analistas que alertam para o excesso de otimismo.
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As bolsas norte-americanas terminaram a sessão pintadas de verde, na véspera do relatório da criação de emprego nos EUA, que deverá fortalecer as apostas do mercado num corte das taxas de juro pela Reserva Federal (Fed) na reunião deste mês.
O S&P 500 avançou 0,83% para 6.502,08 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite acelerou 0,98% para 21.707,69 pontos. O industrial Dow Jones subiu 0,77% para 45.621,29 pontos.
Já outros dados têm vindo a mostrar que o mercado laboral norte-americano está mais enfraquecido. A criação de emprego no setor privado aumentou menos do que o antecipado pelos analistas, enquanto os pedidos de subsídio de desemprego ficaram acima das expectativas. O mercado espera que a flexibilização da política monetária por parte da Fed saia reforçada amanhã, quando for divulgado o relatório da criação de emprego, que deverá indicar o período mais fraco de crescimento do emprego do lado de lá do Atlântico desde a pandemia.
Segundo os economistas ouvidos pela Bloomberg, terão sido criados 75 mil empregos em agosto, o que marcaria o quarto mês consecutivo de crescimento do emprego abaixo dos 100 mil. A taxa de desemprego deve subir para 4,3% – o nível mais alto desde 2021.
Também o Livro Bege do banco central indicou que a maior economia do mundo está mais lenta, com algumas contrações devido à incerteza política. No entanto, os analistas alertaram que os mercados financeiros estão a ignorar os riscos acrescidos com as expectativas em alta e a focarem todas as atenções nos benefícios de um corte de juros.
A analista Kristina Hooper, da Man Group, explica à Bloomberg que as preocupações surgem com "a vulnerabilidade das ações, com avaliações elevadas - muitas estão com preços próximos da 'perfeição' e espero que os próximos meses sejam 'menos do que perfeitos', dados os desafios à independência da Reserva Federal, bem como o potencial para rendimentos mais elevados e lucros mais fracos".
O destaque dos movimentos empresariais foi para a retalhista American Eagle, com as ações a subirem mais de 37% depois de os resultados terem superado as estimativas, com a procura impulsionada pela campanha publicitária com a atriz Sydney Sweeney.
Já a Salesforce desceu 4,8% após a empresa ter previsto uma receita do terceiro trimestre abaixo das estimativas de Wall Street esta quarta-feira.
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