Wall Street no vermelho com investidores "às escuras". Dell afunda mais de 8%
Sem novos dados económicos e à espera da Nvidia, os investidores voltaram a reduzir a exposição das suas carteiras às ações norte-americanas. A sessão foi marcada por um novo máximo histórico da Alphabet.
Sem catalisadores para dar força às ações, os principais índices norte-americanos voltaram a terminar a negociação em território negativo. As perdas foram avultadas, perto de 1%, numa altura em que os investidores continuam a "navegar às escuras", à espera de novos dados que permitam medir o pulso à maior economia do mundo e à espera dos resultados trimestrais da Nvidia e das gigantes do retalho dos EUA.
O S&P 500 caiu 0,92% para 6.672,41 pontos, enquanto o industrial Dow Jones cedeu 1,18% para 46.590,24 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite desvalorizou 0,84% para 22.708,07 pontos. Apesar das quedas, os três índices continuam com um saldo anual bastante positivo e, recentemente, renovaram máximos históricos, com o movimento das últimas sessões a ser, em parte, atribuído a uma retirada de mais-valias.
Com o fim do "shutdown" mais longo da história dos EUA, os investidores preparam-se agora para receberem uma chuva de dados, com o claro destaque a ir para a criação de emprego relativa a setembro, cujos números devem ser lançados na quinta-feira. Apesar de os dados não serem os mais recentes, vão permitir avaliar o estado do mercado laboral norte-americano - que tem dados sinais de estagnação ou, até mesmo, recessão nos últimos tempos.
Em consequência desta desaceleração no mundo do trabalho, os investidores querem ainda perceber como está o sentimento do consumidor. Para isso, estão de olhos postos nos resultados das grandes retalhistas norte-americanas, onde se inclui a Walmart, a Home Depot e a Target, com Adam Sarhan, CEO da 50 Park Investments, a indicar, em declarações à Reuters, que "o consumidor está potencialmente a ficar mais fraco, não mais forte".
As atenções também estão viradas para a Nvidia, numa altura em que o setor tecnológico continua a enfrentar um "sell-off". A gigante dos "chips" caiu 1,88% para 186,60 dólares esta segunda-feira, numa semana marcada pela apresentação das suas contas trimestrais e do "guidance" para o próximo trimestre, que serve de "farol" para medir a sustentabilidade dos investimentos em inteligência artificial (IA).
Entre as principais movimentações, a Alphabet saltou para máximos históricos, ao tocar nos 293,95 dólares, depois de a Berkshire Hathaway ter revelado uma posição de 4,3 mil milhões de dólares na empresa dona da Google. A tecnológica acabou a sessão a avançar 3,11% para 285,02 dólares. Já a Apple caiu 1,82% para 267,46 dólares, após ter sido revelado que a Berkshire reduziu a posição que tinha na fabricante do iPhone.
Por sua vez, a Dell Technologies afundou 8,42% para 122,48 dólares, depois de o Morgan Stanley ter cortado a recomendação da empresa de "comprar" para "vender".
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