pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Wall Street perdeu mais de 1 bilião no dia da queda recorde de mais de mil pontos do Dow

Nunca o Dow Jones tinha perdido tantos pontos numa única só sessão. O índice caiu mais de 4%, naquela que foi a queda percentual mais violenta desde 2011.

06 de Fevereiro de 2018 às 07:15

Foi um dia caótico em Wall Street (como descreveu o Financial Times) mas não houve pânico entre os operadores (segundo apurou a Bloomberg).

Certo é que a sessão de segunda-feira vai ficar para a história. O Dow Jones fechou a cair mais de mil pontos, o que representa a descida em pontos mais elevada de sempre deste índice centenário. Em termos percentuais, a queda foi superior a 4%, o que representa a queda mais violenta desde 2011.

Acresce que esta queda acelerou quando no espaço de apenas 15 minutos (quando faltava pouco mais de uma hora para o fecho da sessão) o Dow Jones deu um mergulho de mais de 800 pontos.

Um queda que ocorreu num dia em que não foram divulgadas notícias relevantes e que os operadores justificam  com os receios coma subida da inflação e o agravamento das taxas de juro nos Estados Unidos

bolsas mercados operadores wall street queda
Wall Street perdeu mais de 1 bilião no dia da queda recorde de mais de mil pontos do Dow

A Bloomberg fez as contas e refere que a segunda-feira negra em Wall Street eliminou mais de 1 bilião de dólares ao valor de mercado das empresas cotadas nas bolsas norte-americanas. A factura totalizou 1,25 biliões de dólares, uma soma que corresponde a cerca de 7% do PIB dos EUA.

A queda de segunda-feira atirou o valor de mercado das empresas cotadas nas bolsas norte-americanas nos 29 biliões de dólares. Ainda assim um valor idêntico ao registado no final de 2017 e substancialmente superior aos 27 biliões registados em meados do ano passado, o que ilustra que apesar das quedas recentes, as acções norte-americanas estão ainda em terreno positivo no prazo de um ano.

bolsas mercados operadores wall street queda
Wall Street perdeu mais de 1 bilião no dia da queda recorde de mais de mil pontos do Dow

Quedas acentuadas nas bolsas também se traduzem automaticamente em fortunas menos valiosas para os bilionários. A Bloomberg também fez as contas e conclui que a fortuna dos 500 mais ricos do mundo caiu 114 mil milhões de dólares só na sessão de ontem.

Warren Buffett foi o mais castigado, com o valor de mercado da sua Berkshire Hathaway a cair 5,1 mil milhões de dólares (caiu 9,2%). Segue-se Mark Zuckerberg, que perdeu 3,6 mil milhões de dólares com a perda de valor do Facebook.

Jeff Bezos, que continua a ser o homem mais rico do mundo, viu a sua fortuna baixar 3,3 mil milhões de dólares.

Esta perda de valor na segunda-feira ocorre depois de na sexta os mais ricos do mundo já terem visto as suas fortunas encolherem 68,5 mil milhões de dólares.

bolsas mercados operadores wall street queda
Wall Street perdeu mais de 1 bilião no dia da queda recorde de mais de mil pontos do Dow

Correcção ou "bear market"?

A questão está agora em saber se estamos perante uma correcção saudável (apesar de abrupta), ou o início de um ciclo mais prolongado de desvalorizações "bear market". "Penso que o sentimento era demasiado optimista", comentou à Bloomberg Brad McMillan, CIO da Commonwealth Financial Network. "O que conduziu o mercado em Janeiro? Não foram os fundamentais, por melhor que sejam, foi um excesso de confiança", considerou.

"Fomos muito longe e de forma muito rápida em Janeiro e um pouco de fogo como este não é uma coisa má", afirmou à Bloomberg Philip Blancato, CEO da Ladenburg Thalmann Asset Management.

Este ajustar de expectativas acerca da subida da inflação está a levar o mercado a descontar agora mais agravamentos na taxa de juro dos Estados Unidos. O mercado de futuros já está a assumir pelo menos três subidas de juros da Fed, sendo a primeira de 2018 já em Março.  

"Quanto temos as taxas de juro a subir, tipicamente o que acontece é que as condições financeiras apertam, o crédito da banca e os empréstimos começam a abrandar e a economia fica mais exposta a um abrandamento" afirmou à Reuters Mona Mahajan, da Allianz Global Investors.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio