Wall Street termina semana marcada pela Fed em máximos históricos
As bolsas norte-americanas terminaram a sessão em recordes, prolongando os ganhos conseguidos na sessão anterior. A aposta em mais cortes de juros pela Reserva Federal até ao final do ano continua a animar o mercado.
Mais um dia, mais um recorde. Wall Street termina, pela segunda sessão consecutiva, em máximos históricos, enquanto os investidores continuam otimistas de que a Reserva Federal dos EUA vai continuar a descer as taxas de juro até ao final do ano.
A semana ficou marcada pelo corte de 25 pontos-base nos juros diretores, que já era amplamente esperado pelos "traders". Mas o "rally" escalou quando o número um do banco central, Jerome Powell, sinalizou que as flexibilizações monetárias não iriam ficar por setembro, devendo a Fed cortar os juros mais duas vezes, de forma a apoiar o mercado laboral norte-americano bastante fragilizado. Ainda assim, Powell disse que a maior economia do mundo continua em crescimento.
Os cortes nas taxas de juro impulsionam os lucros das empresas, que se mantêm robustas, mesmo com o efeito das tarifas. "Um ciclo de flexibilização da Reserva Federal num ambiente não recessivo tem historicamente ajudado a impulsionar as ações, e vemos subidas adicionais sustentadas pela inteligência artificial, lucros e consumo" dos norte-americanos, disse Ulrike Hoffmann-Burchardi, da UBS Global Wealth Management, à Bloomberg.
No entanto, a analista sugere que, após os recentes recordes de Wall Street, um período de consolidação "não deverá ser uma surpresa": prevê que o índice de referência dos EUA, o S&P 500, alcance 6.800 pontos até junho de 2026; num cenário otimista, poderia chegar a 7.500 pontos.
Para já, o S&P 500 fecha a terceira semana consecutiva de valorizações, ao subir 0,49% para recorde, nos 6.664,36 pontos. Durante a sessão atingiu máximos de 6.671,82 pontos.
O tecnológico Nasdaq Composite subiu 0,72% para 22.631,48 pontos, mas durante a sessão chegou ao nível mais elevado de sempre, nos 22.645,11 pontos. O industrial Dow Jones acelerou 0,37% para 46.315,27 pontos, tendo tocado recordes intradiários de 46.396,47 pontos.
Após uma pausa nos recordes, os analistas acreditam que um novo "boost" surja com a próxima "earning season", já que há expectativas cada vez melhores para o crescimento dos lucros das empresas americanas, o que indica que a recuperação dos índices pode continuar.
Os investidores esperam agora novos desenvolvimentos sobre a tensão entre os EUA e a China. Os presidentes dos dois países falaram por telefone pela primeira vez desde junho. Donald Trump confirmou o sucesso da chamada e os avanços em vários temas, como a guerra comercial e a venda do TikTok. Trump e Xi Jinping deverão encontrar-se no final do próximo mês.
Nos principais movimentos empresariais, a FedEx subiu mais de 2%, após ter divulgado lucros e receitas trimestrais acima das estimativas de Wall Street esta quinta-feira, uma vez que a redução de custos e a força nas entregas domésticas ajudaram a compensar as vendas internacionais, mais fracas do que o antecipado. A empresa antecipa uma subida entre 4% e 6% no atual ano fiscal.
Já a Intel desceu 3,3%, após ter recebido um corte na recomendação por parte do Citigroup, que justifica a descida com uma sobrevalorização da empresa "em dificuldades". É um retrocesso face aos 23% que valorizou na sessão anterior, à boleia do investimento da Nvidia
A UPS viu a recomendação das ações a ser cortada pela BMO Capital Markets, que prevê “desafios macroeconómicos persistentes” para a transportadora. As ações desceram 1,15%.
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