CaixaBI optimista face ao BCP mas com dúvidas nas metas para 2018
O CaixaBI está optimista em relação ao BCP, continuando a ter um preço-alvo superior à actual cotação da instituição financeira. Olhando para as metas para 2018, a casa de investimento da Caixa Geral de Depósitos acredita nos indicadores relativos ao capital, mas tem dúvidas sobre a rentabilidade prevista. A pesar está ainda o custo do risco de crédito.
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"As nossas estimativas para 2018 estão abaixo das metas do BCP em termos de rentabilidade. O que se deve sobretudo ao maior custo de risco de crédito", concretiza André Rodrigues, o analista do CaixaBI, que esteve com o italiano Banca Akros em Milão, Itália.
Por exemplo, o ROE (rendibilidade dos capitais próprios médios, que relaciona o resultado líquido e os capitais próprios) previsto pela entidade presidida por Nuno Amado (na foto) é de mais de 10% no próximo ano, mas o CaixaBI aponta para os 8,2%.
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Já no que diz respeito ao custo de risco de crédito, que compara o dinheiro colocado de lado em imparidades e o crédito a clientes, o BCP antecipa um número abaixo dos 75 pontos base (0,75%), quando o CaixaBI espera 84 pontos base. Esta é uma área em que o banco, que tem a Fosun como principal accionista, tem actuado, já que em 2016 estava em 216 pontos base. No primeiro trimestre deste ano, era de 114 pontos base, esperando o banco ter um indicador de custo de risco em torno de 120 pontos base na globalidade do ano.
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"A descida do crédito de risco é um elemento fulcral", indica a nota emitida pelo CaixaBI após o "road-show" por Milão, já que um recuo de 10 pontos base neste indicador é "equivalente a uma diminuição de cerca de 50 milhões de euros em imparidades para crédito". Com imparidades ainda elevadas, os resultados do banco sofrem, já que vão anulando os ganhos obtidos nas suas operações bancárias.
Apesar disso, as metas para 2018 foram reafirmadas pelo BCP nesta viagem, conta o CaixaBI. André Rodrigues sublinha, na nota, que a "reestruturação em Portugal, com a normalização gradual da conta de resultados, deve continuar nos próximos trimestres, com um lucro antes de imparidades superior a mil milhões de euros em 2017". É este o motivo para que André Rodrigues, que tem um "target" de 26 cêntimos para as acções do BCP e uma recomendação de "comprar", reforce a sua "perspectiva positiva" para a cotada.
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Reposição de salários
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Em Julho deste ano, o BCP eliminou os cortes e repôs os salários aos seus funcionários, o que deverá ter um "impacto anual de 16 milhões de euros" a partir deste mês. "Em todo o caso, espera-se que seja compensado por outras poupanças".
A redução de custos, com a eliminação de balcões e a redução do quadro de pessoal, tem sido uma das peças centrais da alteração estrutural do BCP nos últimos anos.
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Em termos internacionais, o CaixaBI dá uma nota de que, embora o "tom seja positivo" para esta área, há alguns casos que precisam de atenção, "nomeadamente a Polónia (onde, no segundo semestre de 2017, deverá ser apresentado o plano para os créditos hipotecários denominados em francos suíços) e Moçambique (onde um acordo entre o governo local e o Fundo Monetário Internacional é um cenário provável)".
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O BCP irá apresentar os seus resultados do segundo trimestre a 27 de Julho, com a unidade de investimento a relembrar que deverá contabilizar cerca de 60 milhões de euros devido às contribuições para o sector bancário e para os fundos de resolução.
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Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.
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