Mais de dois terços de linhas e cartões de crédito ficam por usar
Nunca houve tanto crédito aos consumidores. Em outubro, o “stock” existente abrangia 6,3 milhões de contratos vivos, num montante total de 23,7 mil milhões de euros, sendo que a maioria destes contratos correspondia a crédito renovável (3,7 milhões de contratos), embora esta modalidade representasse apenas 17% do montante total de crédito vivo (4 mil milhões de euros). Dois terços ficam, contudo, por usar, segundo revelam novos dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.
O crédito renovável (“revolving”) diz respeito a contratos em que é definido um limite máximo (“plafond”) que pode ser utilizado e reutilizado à medida que o saldo em dívida vai sendo reembolsado. Incluem, por exemplo, cartões de crédito, facilidades de descoberto e linhas de crédito.
PUB
“No período em análise, os consumidores utilizaram entre 25% e 30% do ‘plafond’ de crédito renovável contratado, o que mostra que a taxa de utilização tem permanecido relativamente estável ao longo do tempo. Em outubro, estava utilizado 27,05% do plafond de crédito renovável disponível”, refere o relatório do Banco de Portugal.
A análise do supervisor por tipo de crédito mostra que o crédito renovável é a categoria mais relevante no número de contratos: representa, em média, 58% do número total de novos contratos por mês. No entanto, é a menos relevante em termos de montante: representa, em média, 18% do montante total de novos contratos por mês.
PUB
Em outubro, o número de novos contratos celebrados totalizou os 83.376, enquanto o montante fixou-se em 135 milhões de euros. Considerando as várias categorias de crédito a consumidores, o crédito renovável é a finalidade com a taxa de variação homóloga anual (TVHA) mais baixa: de 2,8% em outubro.
Considerando o tipo de instituição que concede o crédito, no crédito automóvel e no crédito renovável prevaleceram as instituições com atividade especializada, que em outubro asseguraram 85% e 57% do montante de novos contratos, respetivamente. Em sentido contrário, o crédito pessoal é dominado por instituições com atividade universal (ou seja, que desenvolvem de forma regular a atividade de captação de depósitos, como os bancos).
Já olhando para a taxa anual de encargos efetiva global (TAEG), “desde 2018, o crédito renovável tem, em média, o custo médio contratualizado mais elevado”, indica o BdP. Nos últimos seis anos, a TAEG dos novos contratos de crédito renovável aumentou 3,6 pontos percentuais, passando de 14,3%, em outubro de 2019, para 17,9% em outubro de 2025.
PUB
Mais lidas
O Negócios recomenda