Portugal deve "criar uma reserva estratégica de Bitcoin"

O presidente do Instituto Português de Bitcoin defende que o país não pode ficar para trás e que as criptomoedas devem ser encaradas como um possível ativo refúgio como acontece com o ouro.
Portugal deve "criar uma reserva estratégica de Bitcoin"
Cláudia Arsénio e Inês Santinhos Gonçalves 16 de Julho de 2025 às 14:39

A Câmara dos Representantes norte-americana vai votar, esta semana, uma série de propostas para aprofundar a ligação das cripto aos mercados tradicionais. A ascensão das cripto tornou-as uma arma política nos EUA com o apoio de Donald Trump. Um apoio que tem sido essencial, considera Francisco Quartin Macedo, presidente do Instituto Português de Bitcoin.

PUB

"Não tem havido muito apoio ao longo dos anos. O presidente Trump, felizmente, decidiu juntar-se à causa. Não tem nada a ver com partidos políticos, não tem nada a ver com esquerda ou direita, apesar do que se pensa normalmente. Mas, simplesmente, era preciso alguém que levasse isto para a frente, era preciso alguém que percebesse que isto é um instrumento de soberania individual e liberdade financeira, acima de tudo. Isso é o que a Bitcoin representa e neste momento as conversas estão a acontecer, os líderes estão a começar a trazer os tópicos para conversas políticas, regulatórias, e através disso estamos a conseguir realmente ter muito mais tração", afirma em entrevista ao programa do Negócios no NOW.

Para Francisco Quartin Macedo este é o momento para os governos avançarem, Portugal incluído, para não perderem o comboio das cripto. "Não é realmente complicado, é preciso realmente só que haja a intenção e que se avance". 

"Acho que podemos, mais uma vez, inovar na União Europeia, estar à frente dos outros países. A verdade é que a implementação tem sido bastante lenta na UE toda e acho que, neste momento, os consumidores europeus e portugueses não estão a ter a oportunidade de aceder a produtos que deviam ter e, portanto, isso é uma injustiça e deve ser corrigido o quanto antes", critica.

PUB

Questionado sobre a mudança de paradigma das cripto que começam a ser vistas como um possível ativo refúgio, como acontece com o ouro, o presidente do Instituto Português de Bitcoin considera que a criptomoeda "traz vantagens que o ouro não tem".

"É visto como ouro digital por várias razões: a divisibilidade, como é fácil de transportar, ao mesmo tempo também não é preciso um intermediário para fazer transações em Bitcoin e enquanto o ouro é visto como uma oferta limitada, nós não sabemos quanto ouro vai ser encontrado no mundo, só pode haver 21 milhões de Bitcoins no mundo e isso faz com que haja uma previsibilidade que faz com que a oferta seja limitada", enumera.

PUB

Sobre a integração das criptomoedas no mercado financeiro, Francisco Quartin Macedo entende que "cria um sentido de confiança nos investidores, cria também mais capacidade de supervisão, ao mesmo tempo permite que haja produtos como os ETF, como fundos regulados, também como custódia institucional, ou seja, traz essa parte mais tradicional", conclui.

Pub
Pub
Pub