Strategy aproveita queda da bitcoin para reforçar "arca do tesouro"
As mais recentes quedas da bitcoin, que tem vivido uma autêntica "montanha-russa" nas últimas semanas, têm impactado a confiança de alguns investidores no setor dos criptoativos, mas não tem abalado a fé da Strategy na criptomoeda. Pela segunda semana consecutiva, a empresa conhecida por ser uma "arca de tesouro" da bitcoin decidiu ir ao mercado e comprar quase mil milhões de dólares desta moeda digital, aproveitando o desconto nos preços para reforçar o seu portefólio.
De acordo com dados disponibilizados pela empresa no seu website, a Strategy comprou 980,3 milhões de dólares em bitcoin na semana que terminou a 14 de dezembro, com cada unidade a custar cerca de 92 mil dólares. Foi a maior compra desde julho e a segunda semana consecutiva em que a empresa compra mais de 10 mil bitcoins - a primeira vez aconteceu em janeiro deste ano.
PUB
Estas aquisições acontecem numa altura em que a criptomoeda mais famosa do mundo enfrenta grande volatilidade, tendo mesmo chegado a cair abaixo do patamar dos 85 mil dólares e ascender ao nível dos 95 mil dólares apenas numa questão de dias. A bitcoin continua à procura de novos catalisadores para romper o intervalo de negociação em que tem negociado, mas o reavivar das preocupações em torno de uma bolha nas ações de inteligência artificial (IA) tem afastado os investidores das ações tecnológicas e do risco - aos quais os ativos digitais estão bastante ligados.
A bitcoin continua em "bear market", tendo desvalorizado mais de 30% desde o máximo histórico que atingiu no arranque de outubro. As quedas têm-se refletido no valor das ações da Strategy, que está agora a negociar em mínimos de mais de um ano. Apesar da queda abrupta em bolsa, o antigo CEO da empresa e pioneiro na estratégia de transformar empresas em "arcas do tesouro" de um certo ativo, Michael Saylor, afasta a ideia de mudar o modelo de negócio da Strategy.
PUB
"A minha empresa foi criada para os maximalistas da bitcoin", explicou, num evento do Clube Económico de Miami, na segunda-feira. "As únicas pessoas que compram as minhas ações são aquelas que acreditam que a bitcoin vai vencer e crescer 30% ao ano", acrescentou. Neste momento, a criptomoeda original tem um saldo anual negativo de 8%.
Mais lidas
O Negócios recomenda