As ações da companhia aérea easyJet dispararam até 11,5% nas negociações desta terça-feira, tendo já suavizado a subida para cerca de 6%. A razão para este salto deve-se ao potencial interesse da italiana MSC, gigante dos transportes marítimos e dos cruzeiros, divulgado pela publicação Corriere Della Sera, mas que a empresa da família Aponte já veio negar. 

"A MSC nega qualquer envolvimento neste tema", disse o porta-voz da gigante dos mares à Reuters, não se prolongando em declarações. A easyJet optou por não fazer comentários, mas isso não impediu a subida dos títulos na bolsa inglesa.

O volume de negociação ultrapassou 3,8 milhões de ações apenas nos primeiros 30 minutos da sessão. Dados recolhidos pela Reuters apontam que o volume de negociação nas duas primeiras horas superaram as 7,8 milhões de títulos negociados nos últimos três dias. Esta subida representa também uma mudança face à perda de 14% desde janeiro. Por esta hora, os títulos da easyJet estão a subir 6,5% em Londres para 4,94 libras. 

De acordo com a publicação italiana, a MSC estaria a colaborar com um fundo de investimento para adquirir a companhia "low-cost", podendo apostar numa participação maioritária ou no controlo total. Ainda assim, o Corriere Della Sera admite que estas são avaliações preliminares e que a companhia cor-de-laranja pode rejeitar uma proposta, caso esta não tenha sido solicitada ou a oferta não seja satisfatória.

Mesmo que não avance para a compra, o interesse da MSC no céu não é novidade. Em 2022, a MSC fez um consórcio com a Lufthansa para adquirir a ITA Airways, sucessora da Alitalia, mas a empresa de cruzeiros abandonou a corrida em novembro do mesmo ano, deixando a Lufthansa sozinha, tendo vindo depois a ganhar uma posição de 41%.

A easyJet tem uma capitalização de mercado de quase quatro mil milhões de euros e este é um preço atrativo para quem tem estudado o dossiê, segundo o Corriere. As bases em Itália - Malpensa e Linate, em Milão, Fiumicino em Roma e Nápoles - são atrativos para a empresa italiana. A estas juntam-se os slots nos aeroportos de Gatwick (Londres), Orly (Paris) e Lisboa, e ainda as mais de 350 aeronaves que possui na frota.

Além dos cruzeiros, o grupo italiano tem ainda no seu portefólio o transporte marítimo de contentores - que é a sua principal atividade -, operações logísticas e a gestão de portos marítimos. Ainda que não divulgue publicamente os seus relatórios financeiros, uma vez que é uma empresa privada, é estimado que os lucros do grupo andem entre os 55 mil milhões e os 60 mil milhões de euros, o que lhe dá uma margem financeira para apostar na diversificação das operações, passando dos mares para os céus europeus.