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Credit Suisse alerta para "inflação turbulenta". Mas já vê alívio nos preços da zona euro

O banco suíço vê desafios para a economia e para os mercados financeiros. Ainda assim, considera que 2022 será um ano de recuperação da atividade para níveis pré-pandemia.

Reuters
16 de Janeiro de 2022 às 15:00

O cenário global é de transição nas condições da política monetário, impulsionado pela aceleração da inflação. O Credit Suisse fala num período de "turbulência" e de "mudança drástica" no posicionamento dos bancos centrais de todo o mundo. Ainda assim, espera um alívio dos preços na zona euro em 2022.

"A elevada inflação de hoje pode ser uma amostra do que está para vir. Após décadas de inflação notavelmente baixa e estável, a economia global está em transição para um período de inflação mais turbulenta", diz o Credit Suisse, no Economic Outlook para 2022.

"Condições que deverão ser mais desafiantes para os mercados, indicando rendimentos reais mais baixos, particularmente nos rendimento fixos", alerta. O banco considera que, apesar dos desafios, o ano será de recuperação económica, apontando um crescimento de 4% do PIB mundial, após os 5,8% em 2021.

A atividade económica deverá, assim, voltar a níveis pré-pandemia. Mas, olhando a nível regional, há diferenças nas perspectivas, nomeadamente no que diz respeito aos preços na zona euro, que atingiram os 5% em dezembro.

"A inflação deverá voltar a aliviar das elevadas taxas que atingiu no final do ano passado", diz o Credit Suisse. "Os efeitos de base da subida do IVA na Alemanha, em janeiro do ano passado, deverão significar um recuo na inflação geral e subjacente. A curto prazo, a inflação deverá ser sustentada pelas crescentes contas do gás e da eletricidade e pela contínua forte dos preços dos bens em consequência das disrupções nas cadeias de produção".

A expectativa dos analistas do banco suíço é que estes fatores percam relevância ao longo de 2022, levando à desaceleração da inflação na zona euro. Mas é, mesmo assim, "improvável" que a inflação geral regresse a 1% como acontecia entre a crise da dívida e a pandemia. As estimativas do Credit Suisse apontam para uma inflação geral de 3,2% este ano e 1,6% no próximo.

O BCE prevê igualmente que os preços aumentem em média 3,2% em 2021, desacelerando para 1,8% em 2023 e 2024. Esta semana o vice-presidente Luis de Guindos reafirmou que estas projeções ainda se mantêm válidas, mas admitiu que a inflação na zona euro poderá não ser tão transitória como o esperado.

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