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Didi. Empresa chinesa agigantou-se em Wall Street, mas ajoelhou-se perante Pequim

A rival chinesa da Uber estrou-se em Wall Street na semana passada, mesmo tendo sido alertada por Pequim para adiar a operação. Agora está sob escrutínio dos reguladores chineses, sem novos clientes e indisponível nas "app stores".

06 de Julho de 2021 às 12:58
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Semanas antes de se estrear na New York Stock Exchange, a Didi - uma plataforma de mobilidade chinesa rival da Uber - terá recebido um alerta de Pequim a sugerir o adiamento do seu IPO (oferta pública inicial, na tradução para português), por desconfiar da segurança da sua rede, garante o Wall Street Journal. Mas Cheng Wei, o CEO da empresa, não quis esperar. A entrada na bolsa norte-americana na semana passada levantou 4,4 mil milhões de dólares, naquele que foi o maior IPO de uma empresa chinesa desde a Alibaba, em 2014.

A Didi começou a cotar em Wall Street na quarta-feira, no último dia de junho. Os reguladores em Pequim, atentos, nada fizeram. No dia seguinte, quinta-feira, seriam as comemorações dos 100 anos do Partido Comunista Chinês.

A pressão para a empresa cotar em bolsa o mais rápido possível seria enorme, tendo em conta os valores envolvidos na operação. Todo o "roadshow" para atrair investidores durou apenas alguns dias, durante junho, num período de tempo muito mais curto do que o habitual nas empresas chinesas que se estreiam nos EUA.

A Administração do Ciberespaço da China esperou que o maior evento político no país acabasse para começar a sua própria revisão de segurança à Didi. No mesmo dia, Pequim bloqueou a aplicação de receber novos utilizadores. Passados dois dias, ordenou que todas as lojas de aplicações removessem a Didi dos seus serviços. 

A ação repentina do regulador chinês, que surpreendeu os investidores e novos acionistas da empresa que se tinha estreado em bolsa há três dias, sublinhando a ideia de que, para Pequim, a proteção da segurança nacional está acima de globalizar as suas empresas. Agora será de esperar que Pequim não baixe a guarda em questões regulatórias, mesmo que isso encurte a capacidade das suas empresas em atrair investidores estrangeiros. 

Mas no seu prospeto de entrada em bolsa, a Didi já tinha deixado o alerta de que os reguladores poderiam não ficar satisfeitos com esta operação. "Não podemos garantir que as autoridades regulatórias vão ficar satisfeitas com os resultados da nossa auto-inspeção

ou que não estaremos sujeitos a qualquer penalização em relação a quaisquer violações de antimonopólio, concorrência desleal, preços, proteção da privacidade, segurança, qualidade do produto, impostos e outras leis e regulamentos relacionados. Esperamos que essas áreas recebam maior e contínua atenção e escrutínio dos reguladores e do público em geral no futuro", alertava a empresa. 

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