Fundo Blackstone promete investir 104 mil milhões no Reino Unido
O investimento faz parte de um pacote de 422 mil milhões de euros que o diretor-geral do fundo, Steve Schwarzman, anunciou em junho para a Europa ao longo de uma década.
O fundo de investimento Blackstone comprometeu-se a investir no Reino Unido 90 mil milhões de libras (104 mil milhões de euros), após anúncios semelhantes de empresas norte-americanas coincidindo com a visita de Estado de Donald Trump ao país.
No total, os investimentos privados norte-americanos no Reino Unido anunciados desde domingo atingiram os 150 mil milhões de libras (173 mil milhões de euros), um recorde para uma visita de Estado ao Reino Unido, de acordo com um comunicado do Governo.
Com um horizonte de 10 anos, o investimento anunciado pela Blackstone, que gere 1,2 biliões de dólares em ativos (1 bilião de euros), é de longe o maior, mas não foram fornecidos no comunicado detalhes sobre o mesmo.
Faz parte de um pacote de 500 mil milhões de dólares (422 mil milhões de euros) que o diretor-geral do fundo, Steve Schwarzman, anunciou em junho como intenção de investir na Europa ao longo de uma década.
O fundo aumentou os seus investimentos em centros de dados nos últimos meses: 7,5 mil milhões de euros em Espanha e 16 mil milhões de dólares (14,5 mil milhões de euros) na Austrália.
No ano passado, anunciou também 10 mil milhões de libras (11,5 mil milhões de euros) para criar "um dos maiores centros de dados de inteligência artificial da Europa" em Blyth, no nordeste de Inglaterra.
O governo britânico, que enfrenta um crescimento lento e uma crise política, está a aproveitar a visita do Presidente norte-americano, que termina na quinta-feira, para fazer anúncios económicos positivos.
Na quinta-feira, Trump vai reunir-se com Keir Starmer, na residência de campo do primeiro-ministro em Chequers.
Na agenda de Trump com Starmer estará o recente acordo comercial que permite ao Reino Unido contornar as tarifas alfandegárias impostas por Washington.
Segundo o Trump, em Londres "querem ver se conseguem refinar um pouco o acordo".
Segundo a imprensa britânica, o governo britânico pretende um acordo para reduzir as tarifas sobre exportações de whisky e aço.
A visita terá um importante cunho económico, estando prevista a assinatura de um acordo para impulsionar a construção de centrais nucleares em ambos os países para fins energéticos, conhecido como Parceria Atlântica para a Energia Nuclear Avançada.
Starmer afirmou na segunda-feira que "esta histórica parceria nuclear" entre o Reino Unido e os Estados Unidos vai além de aumentar a capacidade de geração de eletricidade, permitindo também impulsionar a economia, as comunidades e a "ambição" britânica.
Segundo o Governo britânico, espera-se que este acordo acelere a construção de centrais nucleares, reduzindo a burocracia, o que agilizará o processo de licenciamento de projetos, que passará de cerca de três ou quatro anos para aproximadamente dois.
Pouco depois da chegada de Trump, a multinacional norte-americana Microsoft anunciou um investimento de 30 mil milhões de dólares (25 mil milhões de euros) no Reino Unido, incluindo a construção do "maior supercomputador do país".
"Vamos investir mais de 30 mil milhões de dólares ao longo de quatro anos para construir sobre as fundações que já estabelecemos aqui, o nosso maior investimento no país até à data", disse o CEO da Microsoft, Satya Nadella, no X.
Foram também anunciados vários grandes investimentos privados nos Estados Unidos, incluindo 30 mil milhões de dólares (25 mil milhões de euros) da farmacêutica britânica GSK e mais de 5 mil milhões de dólares por ano da gigante petrolífera BP nos próximos cinco anos.
O governo britânico, por sua vez, anunciou na quarta-feira que vai gastar mais 10 mil milhões de libras do que o planeado nos próximos cinco anos em contratos com empresas norte-americanas, especialmente nas áreas da saúde e do Serviço Meteorológico Nacional --- ou seja, 60 mil milhões de libras (70 mil milhões de euros) em vez de 50 mil milhões de libras.
Londres e Washington deverão assinar uma parceria na quinta-feira --- cujos detalhes ainda não são claros --- para impulsionar a cooperação tecnológica em Inteligência Artificial e computação quântica, além de energia nuclear.
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