pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

JPMorgan prevê subidas de quase 20% nas bolsas da China e Hong Kong em 2026

O banco de investimento antevê um ano de valorização num contexto de maiores lucros para as empresas.

JPMorgan prevê subidas de quase 20% nas bolsas da China e Hong Kong em 2026
JPMorgan prevê subidas de quase 20% nas bolsas da China e Hong Kong em 2026 Long Wei / FeatureChina / Associated Press
10 de Dezembro de 2025 às 07:38

As ações da China e de Hong Kong poderão registar ganhos próximos de 20% em 2026, impulsionadas por um crescimento global resiliente, recuperação dos lucros e menor concorrência, prevê o banco de investimento JPMorgan.

A instituição financeira norte-americana estima que o índice MSCI China suba cerca de 18% até ao final do próximo ano, enquanto o CSI 300, que agrega as maiores empresas cotadas nas praças financeiras da China continental (Xangai e Shenzhen), deverá valorizar 12%.

O MSCI Hong Kong poderá avançar até 18%, apoiado por uma recuperação gradual nos fluxos de capital e no sentimento em relação ao setor imobiliário.

"Os lucros estão a dar-nos confiança", afirmou Wendy Liu, estratega para ações chinesas do JPMorgan, durante uma conferência com jornalistas. Liu sublinhou que os mercados chineses atravessam uma fase de recuperação de lucros, após uma queda entre 2021 e meados de 2024, que afastou investidores e empurrou as avaliações para mínimos de vários anos.

A estratega apontou como fator determinante o abrandamento da guerra de preços no comércio eletrónico e na logística, que este ano disfarçou a melhoria dos lucros subjacentes e penalizou o desempenho do MSCI China.

Liu destacou também o impacto da campanha de Pequim contra a "involução" – termo utilizado para descrever a concorrência excessiva e o aumento da capacidade produtiva –, que deverá favorecer a expansão das margens, sobretudo nas energias renováveis e setor transformador avançado. "É uma mudança estrutural, que pode marcar a próxima década, levando à consolidação e a retornos mais fortes sobre o capital", afirmou.

O JPMorgan mantém ainda uma posição otimista em relação a equipamento ligado à inteligência artificial e sistemas de armazenamento de energia, beneficiando do aumento dos investimentos em centros de dados. A procura por baterias e componentes solares para alimentar essas infraestruturas poderá crescer mais depressa do que o investimento em tecnologia no geral, segundo Liu.

O consumo interno continua a ser o tema "mais debatido", com as famílias a manterem uma postura cautelosa, apesar do aumento da poupança e da redução da dívida, apontou a analista. A possibilidade de nova escalada nas tensões sino-americanas ou de um reacender da guerra de preços entre plataformas logísticas são riscos a ter em conta, advertiu.

Mas Liu descreveu o panorama como "otimista", com os investidores a revelarem maior disciplina do que em anteriores ciclos de valorização. "Estamos a meio de uma fase de expansão do crescimento, e os lucros estão com bom aspeto", resumiu.

No caso de Hong Kong, Liu disse que o desempenho do mercado continua fortemente correlacionado com os fluxos de capital, influenciando os ativos financeiros, o imobiliário residencial e o consumo discricionário.

Entretanto, o HSBC Private Bank fixou na terça-feira como meta 31.000 pontos para o índice de Hong Kong Hang Seng até ao final de 2026, o que representa uma valorização de 22% face ao fecho do dia anterior. O banco atribui esta previsão à melhoria da liquidez e dos lucros, sublinhando que os estímulos ao consumo interno na China, a estabilização do mercado habitacional de Hong Kong, o aumento da atividade no retalho, a retoma do turismo e uma nova vaga de ofertas públicas iniciais (IPO) deverão sustentar a recuperação da região.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio