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Semapa quer comprar totalidade da Secil à CRH a 15 de Maio

A aquisição do capital que a Semapa ainda não detém na cimenteira será concretizada com o pagamento de 574 milhões de euros dentro de três semanas. Semapa ficará, assim, com todo o capital da Secil, que Pedro Queiroz Pereira quer utilizar na alternativa à OPA da Camargo sobre a Cimpor.

24 de Abril de 2012 às 21:53

“A Semapa, na sequência da decisão arbitral comunicada ao mercado no passado dia 10 de Agosto de 2011, notificou a CRH da sua intenção de proceder à aquisição das acções da Secil por si detidas no dia 15 de Maio próximo”, anunciou a empresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A referida decisão tinha definido que a compra se iria concretizar através do pagamento de 574,28 milhões de euros à CRH, tal como tinha sido decidido pelo tribunal arbitral no âmbito de um litígio entre as duas donas da Secil. A avaliação resultou, aliás, de avaliações feitas por três peritos independentes.

O tribunal reconheceu, no passado mês de Agosto, que a Semapa poderia comprar os 49% que a CRH tem na cimenteira, operação que tinha de ser concretizada num prazo de 120 dias úteis a partir desse mês, que poderiam ainda ser prolongados até 180 dias úteis. É perto do fim desse prazo que a empresa de pasta e papel notifica a parceira da intenção de comprar o resto da Secil.

Na decisão de Agosto, o tribunal arbitral tinha considerado, segundo comunicado da “holding”, que a CHR “havia incumprido com obrigações para ela decorrentes do acordo parassocial”. Esse motivo fez com que a Semapa visse reconhecer o direito de “adquirir a totalidade da participação” dos irlandeses na Secil.

Na altura, os 574 milhões de euros a que a “holding” tem de comprar à CRH foi considerado um preço demasiado elevado para a avaliação que, por exemplo, o BES Investimento atribuía à Secil.

Caminho para alternativa à OPA

Na alternativa que Pedro Queiroz Pereira apresentou à Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Camargo Corrêa sobre a Cimpor, a Semapa dispunha-se a colocar os seus activos da Secil numa “holding” que integre as participações dos accionistas de referência da Cimpor, como a Caixa Geral de Depósitos, o fundo de pensões do BCP e Manuel Fino.

O BPI Equity Research escreveu, numa nota de “research” divulgada esta semana, quatro cenários possíveis para a proposta que pretende evitar a concretização da OPA à Cimpor. Para que qualquer um desses cenários se concretize é necessário que “a Semapa opte pela compra da posição minoritária da Secil”, apontavam os analistas do BPI.

Tal vai prevenir “a incerteza de mais uma decisão em tribunal, resolve o problema actual da partilha de controlo com uma empresa hostil e permite à Secil libertar valor dos seus activos quanto antes”, nas palavras dos especialistas da casa de investimento.

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