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Sinopec pagou prémio "muito elevado" pelos activos da Repsol no Brasil

O avaliação implícita no negócio entre a Repsol e a Sinopec, para os activos brasileiros que ficam numa zona próxima daquela em que se encontra a Galp Energia, reflecte o prémio "muito elevado" que os chineses pagaram para participar no negócio.

04 de Outubro de 2010 às 11:16

“Isto demonstra a importância que a China atribui a assegurar reservas petrolíferas no estrangeiro”, disse o analista da Bernstein, Neil Beveridge, Bloomberg. “Este é um factor que emerge da exploração de água profundas, e há muitos projectos a serem a ocorrerem”, refere. “A Sinpec estabeleceu uma boa posição, mas o preço que pagou foi muito elevado”.

Embora o negócio tenha sido classificado como “entusiasmante também para a Galp Energia”, pelo BPI Equity Research, os analistas portugueses também disseram que os investidores iriam apresentar reservas em relação a incorporar a avaliação do negócio no valor da petrolífera portuguesa.

“Alertaríamos para o facto de esta não ter sido uma avaliação baseada numa operação de mercado (…), pelo que os investidores irão ‘ficar tímidos’ em incorporar uma avaliação por barril tão elevada para a Galp”, escreveu o analista Filipe Rosa, no “Iberian Daily” do Espírito Santo Equity Research, da passada sexta-feira.

Ainda assim, "isto põe uma avaliação forte nas reservas do Brasil", referiu o analista da Panmure Gordon, Peter Hitchens, à Bloomberg.

China foca-se em activos sul-americanos

Esta aquisição faz parte de um esforço generalizado das empresas do país, em adquirir activos que garantam as necessidades energéticas daquele que é o maior consumidor de energia do mundo.. No ano passado, as empresas chinesa investiram 32 mil milhões de dólares em activos relacionados com recursos e activos energéticos.

“A América do Sul parece ser a área chave do momento”, disse Beveridge, da Bernstein. “O enfoque passou deixou [de ser] África e tudo faz parte do desejo de segurança energética da China e o excepcional crescimento da procura de petróleo”, acrescentou.

No ano passado, a China consumiu mais de 8,6 milhões de barris de petróleo por dia. Um valor

Consumo de petróleo duplicou

nos últimos 10 anos na China.

A China consumiu petróleo a um média de 8,6 milhões de barris por dia, em 2009. Um número que compara com 4,47 milhões de barris e a Agência Internacional de Energia antecipa um crescimento de 11,6 milhões em 2015.

que comprara com uma média de 4,47 milhões de barris em 1999, de acordo com a análise publicada pela BP, no seu documento estatístico, denominado “Review of World Energy”. Em 2015, o consumo diário, poderá saldar-se em 11,63 milhões por dia em 2015, segundo a Agência Internacional de Energia.

Hoje os títulos da China Petroleum & Chemical, que é a unidade petrolífera do Grupo Sinopec, avançaram 1,2% para 6,99 dólares de Hong Kong (0,645 euros) por acção, ao negociarem pela primeira vez desde o anúncio do negócio. A Repsol valorizou 0,2% hoje, depois de na sexta-feira ter avançado 5% para um máximo de dois anos, nos 19,83 euros. O negócio impulsionou outras petrolíferas expostas às operações brasileiras. A Galp Energia a ascendeu 7,74% para 13,64 euros, com quase 13 milhões de acções negociadas.

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