Como vender 'on-line' aquilo que já não usa
Os "sites" de leilões e de classificados podem ser uma saída interessante para esvaziar o sótão e aumentar a receita o fim do mês. Veja como funcionam, o que os diferencia e como maximizar as hipóteses de sucesso no papel de vendedor. Cristina A. Ferreira/Casa dos Bits
Artigos desportivos, móveis, acessórios indispensáveis nos primeiros meses de vida do bebé, aos quais não voltará a dar uso. Já pensou quantas coisas tem em casa que, com ou sem valor sentimental, servem para pouco mais que encher espaço?
Um estudo recente realizado pela Netsonda garante que, em média, cada português - internauta, já que a pesquisa foi realizada neste universo - terá em casa perto de 500 euros em bens que já não usa, contas feitas pelos próprios. Acumular antiguidades no sótão pode ser uma saída. Dar a quem precisa, ou a um amigo é outra hipótese, tal como vender.
"On-line" as hipóteses para o fazer multiplicam-se. Os "sites" de leilões ganharam nova vida e os classificados saltaram para o mundo digital e ganharam espaço para anunciar mais do que casas, automóveis e serviços/propostas amorosas, ainda que estas três categorias continuem a assumir lugar de destaque nos vários "sites" de classificados que estão hoje disponíveis no mercado português.
Anunciar nestas plataformas é simples, não tem custos (ou são baixos), tem alguns riscos mas que podem ser mitigados e pode assegurar uma fonte extra de receita ao fim do mês. A colocação dos anúncios na maior parte dos casos é gratuita. Só terá custos quando decide colocar um empenho extra no negócio e maximizar as hipóteses de visualização. As hipóteses aí serão diversas e vão dos 2 euros semanais para letras em negrito aos 20 euros para destaques de primeira página, dependendo da plataforma escolhida.
Nos "sites" de classificados a publicação de anúncios é sempre gratuita e um endereço de "e-mail" é suficiente para submeter produtos, embora dessa forma o vendedor possa perder algumas das comodidades só disponíveis para quem se regista, ao nível da gestão dos anúncios essencialmente.
Nos "sites" de leilões há mais regras. O registo é sempre obrigatório, há sempre custos associados às transacções e pode haver custos associados à colocação de produtos. Para além destas, a diferença essencial entre estas plataformas e as de classificados está na licitação que, pelo menos teoricamente, faz dos "sites" de leilões uma escolha mais atraente em termos de receita. Se encontrar vários interessados nas ofertas publicadas é expectável que estejam prontos a disputá-las e isso acontecerá num período de tempo definido e que é relativamente curto.
Nos "sites" de leilões quando a oferta é colocada "on-line" é fixada uma data para o fim do leilão e até lá é esperar pelas propostas. Para se defender o vendedor pode estabelecer um preço mínimo aceitável para a venda. Como também pode vender através da modalidade "Comprar já", disponível quer no Leiloes.net quer no Miau.pt, as duas plataformas mais relevantes no mercado português. Neste caso a venda é directa e permite arrematar o produto antes que seja feita uma primeira licitação.
Nos classificados "on-line", como nos "sites" de leilões a comunidade que alimenta os negócios é um misto de utilizadores privados à procura de uma oportunidade para realizar algum dinheiro extra, e de vendedores profissionais, que complementam "on-line" negócios "físicos". Uns e outros têm aumentado de forma exponencial, como mostram os números do leiloes.net que tem activos neste momento mais de meio milhão de negócios. Com os cuidados e a estratégia adequados, estas são definitivamente montras a ter em conta para quem anda a pensar em dar uma nova vida aos objectos que já não usa e ganhar alguma folga no orçamento.
Leiloes.net
Mais vendidos: Vestuário e acessórios, telemóveis e telefones, relógios e jóias, informática e jogos de consolas.
Miau.pt
Mais vendidos: Telefones e Acessórios, Informática, Jogos e Consolas, Vestuário e acessórios, Coleccionáveis, Audio, TV e Fotografia
CustoJusto
Mais procurados: Imobiliário; automóvel (incluem-se peças e acessórios); artigos para casa e vestuário, informática e electrónica; desporto e lazer.
OLX
Mais visitados: Automóveis; imobiliário (venda e aluguer); Emprego
Coisas.com
Mais visitados: Motores, imóveis, empregos e encontros
Dez Conselhos úteis para vender com sucesso
1. Faça uma triagem do que tem lá por casa e já não precisa. Escolha a plataforma onde quer vender, adequando os produtos à procura. Em cada plataforma há categorias onde é mais fácil vender.
2. Fotografe os objectos com detalhe e preocupe-se com a apresentação de imagens de boa qualidade. Artigos com imagens têm cinco a dez vezes mais probabilidade de chamar a atenção.
3. Use informação clara e detalhada para descrever cada produto.
4. Seja claro em relação às formas de pagamento e à informação relativamente aos portes de envio. Deve ficar claro quanto custam e quem os paga.
5. Use um título chamativo para a oferta e seja cuidadoso como os erros ortográficos, ou corre o risco do produto passar ao lado dos filtros de pesquisa.
6. Antes de fixar um preço olhe para a concorrência e perceba que valores estão a ser cobrados. Lembre-se também que sobre cada venda terá de pagar uma comissão (se escolher um 'site' de leilões). Incorpore essa margem no preço.
7. Assegure-se que regista a oferta na secção adequada ao tipo de produto, para garantir que é encontrada.
8. Mantenha a oferta actualizada. Os anúncios organizam-se por "ordem de chegada". Quem está nas primeiras páginas garante maior destaque e pode jogar com isso. Nos sites de classificados, onde os anúncios não estão "presos" à cadência temporal do leilão, pode alterar conteúdo ou apagar e recolocar. Em todas as plataformas pode comprar destaques.
9. Nos 'sites' de leilões os votos nos vendedores são uma forma de auto- -regulação. Essa informação constrói credibilidade e potencia negócio. Por isso, seja honesto nas propostas, cumpra prazos e seja solicito na resposta às questões que os potenciais compradores possam colocar-lhe via estas plataformas.
10. O crescimento exponencial destas lojas 'on-line' atraiu esquemas de fraude que não vitimam só os compradores. Seja cuidadoso com os envios a pagar no destino e analise devidamente os comprovativos de transferência bancária. A concretização do negócio presencialmente ou usando os serviços de pagamento 'on-line' mais comuns também é uma alternativa a considerar.
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