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Ouro e prata tocam em novos máximos à boleia da guerra comercial

A escalada nas tensões comerciais entre EUA e China eclipsou os mais recentes desenvolvimentos no Médio Oriente. Os investidores estão mais avessos ao risco e procuram no ouro e na prata algum refúgio contra a turbulência nos mercados.

O ouro continua a registar recordes sucessivos alimentada pelo recrudescimento das tensões comerciais.
O ouro continua a registar recordes sucessivos alimentada pelo recrudescimento das tensões comerciais. AP
08:40

O novo capítulo nas relações comerciais entre a China e os EUA está a dar alento aos ativos de refúgio, com o ouro e a prata a conquistarem recordes sucessivos. Depois de Pequim ter anunciado novas restrições à exportação de terras raras, as tensões voltaram a escalar entre as duas maiores economias do mundo e Washington decidiu responder com a ameaça de - uma decisão que afastou os investidores do risco e levou-os a procurar segurança noutros ativos. 

O ouro, impulsionado ainda pela perspetiva de novos cortes nas taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana, ultrapassou pela primeira vez na história os 4.000 dólares por onça na semana passada e continua a somar máximos históricos. Esta madrugada, o metal precioso chegou a acelerar 1,5% e a tocar nos 4.078,24 dólares. Também a prata está a negociar em máximos, tendo chegado a saltar 2,7% para 51,70 dólares por onça esta manhã, impulsionada por fatores similares ao ouro - além de uma escassez de oferta no mercado. 

Apesar de as tensões comerciais estarem de novo a fervilhar, relembrando a hecatombe nos mercados registada em abril após o infame Dia da Libertação, as duas partes parecem mais dispostos a negociar do que antes. Para já, a China decidiu não responder com um aumento das tarifas aos produtos importados dos EUA e - uma abertura elogiada por Donald Trump, Presidente norte-americano, na sua rede social Truth Social.

"O altamente respeitado presidente Xi [Jinping] acabou de passar por um momento difícil. Ele não quer uma depressão para o seu país, e eu também não. Os EUA querem ajudar a China, não prejudicá-la", exclamou o líder dos EUA. 

A limitar os ganhos do ouro e da prata, que poderiam ser ainda mais expressivos, está o recuo das tensões geopolíticas no Médio Oriente. Depois de mais de dois anos de combates intensos na Faixa de Gaza, com várias organizações internacionais a acusarem Israel de estar a praticar um genocídio contra a população palestiniana, o , mediado pelos EUA. 

O acordo prevê a em troca dos reféns (e restos mortais) detidos em Gaza esta segunda-feira. O mesmo baseia-se num plano de três fases anunciado no final de setembro por Donald Trump e que previa, entre outras cedências, o desarmamento do Hamas - uma exigência que o grupo de resistência palestiniana já rejeitou. 

"É interessante porque os mais recentes desenvolvimentos no Médio Oriente estavam a ser um fator menos favorável para o mercado do ouro, mas agora temos este ressurgimento de riscos devido às tensões comerciais inflamadas entre os EUA e a China", explica Kyle Rodda, analista da Capital.com, à Reuters. 

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