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Soja no centro das tensões entre China e EUA. O que se passa?

A China é um dos maiores compradores de soja dos Estados Unidos, mas as tarifas e a incerteza levaram o gigante asiático a recorrer ao Brasil e ao aumento de stocks. A tensão tem subido entre EUA e China. O explicador da semana esclarece o que se passa.

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23 de Agosto de 2025 às 15:00

A China é o maior comprador de soja a nível mundial, importando mais de 60% da produção de outros países. Noutros anos, os Estados Unidos eram o principal fornecedor para o mercado chinês, mas o cenário tem vindo a mudar. Em 2018, a guerra comercial aumentou as tarifas para 25% e este ano o valor subiu para 34%. A diferença entre esta guerra comercial e a de 2018 é que, desta vez, há alternativas e a china antecipou-se. 

Nos últimos meses, as compras chinesas de soja dos Estados Unidos têm sido nulas. Além de ter estreitado relações com o Brasil, a China também tem vindo a armazenar para não ter de recorrer tanto à importação. O país detém atualmente cerca de 34% das reservas mundiais de soja e algumas fábricas de processamento tiveram mesmo de encerrar devido à falta de espaço de armazenamento. 

Apesar disso, Donald Trump pediu ao gigante asiático que quadruplique a compra de soja norte-americana, mas poucos acreditam que seja possível concretizar o acordo, o que levou os preços da soja nos Estados Unidos a escalarem acima dos 10 dólares por "bushel" (unidade de medida de volume utilizada principalmente para "commodities" secas). 

No ano passado, a China importou no total 105 milhões de toneladas, das quais 22 milhões dos Estados Unidos. Se a China aceitasse a proposta de Trump, teria de importar 88 milhões de toneladas, ou seja, teria de praticamente excluir outros vendedores, uma estratégia contrária ao que o país tem feito

Além disso, os próprios Estados Unidos teriam dificuldade em dar resposta a esse nível de procura. As previsões do Departamento de Agricultura apontam para que a produção total de soja seja de 118 milhões de toneladas este ano, das quais 47,6 milhões são para exportações. 

Esta situação tem preocupado os produtores de soja norte-americanos que pediram numa carta que Donald Trump chegue a um acordo comercial com a China e onde alertam para as consequências a médio e longo prazo caso a China continue a comprar soja noutros mercados.

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