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UBS eleva "target" do preço do ouro para 3.500 dólares

O banco suíço cita as tensões geopolíticas, as relações comerciais crispadas e a maior procura por parte dos ETF e dos bancos centrais como fatores que criam uma tempestade perfeita de sustentação dos preços.

12 de Abril de 2025 às 10:00

O ouro não tem dado tréguas ao movimento de subida. Na sexta-feira, 11 de abril, escalou para novos níveis sem precedentes, ao superar a fasquia dos 3.240 dólares por onça e a negociar já muito perto dos 3.250 dólares – estabelecendo assim o seu 23.º recorde só este ano. E não deve parar por aqui, com o UBS a rever em alta o seu "target" para o preço ao longo de 2025, que coloca agora nos 3.500 dólares.

Só na sessão de 10 de abril, o metal amarelo valorizou 3,2% (o correspondente a 98,7 dólares) para um novo máximo de fecho, nos 3.155,20 dólares por onça. Tratou-se do ganho percentual mais elevado desde abril de 2020, quando a incerteza da pandemia de covid-19 intensificou a procura por ouro como ativo-refúgio.

"Este rally histórico está a ser alimentado por uma tempestade perfeita de fatores, como a escalada das tensões geopolíticas, os receios de inflação e uma mudança nas perspetivas para os juros diretores – uma combinação que levou a uma procura maior do que o esperado por parte dos especuladores e dos exchange-traded funds [ETF – fundos que, neste caso, replicam o desempenho do ouro]", sublinha Giovanni Staunovo, estratega de matérias-primas do UBS, numa análise a que o Negócios teve acesso.

No entanto, acrescenta o analista do banco suíço, "estamos cientes de que alguns desenvolvimentos poderão travar a subida do ouro: um aliviar das tensões geopolíticas, um regresso a relações comerciais mais cooperantes ou uma substancial melhoria no panorama macroeconómico e orçamental dos Estados Unidos".

Ainda assim, o UBS considera que a tendência de subida está para durar. Depois de, a 17 de março, ter revisto o "target" do ouro em alta, de 3.000 para 3.200 dólares, o banco suíço coloca agora nos 3.500 dólares por onça a sua previsão para o preço ao longo deste ano e no primeiro trimestre de 2026.

Ao final do dia, na sexta-feira, ouro a pronto (spot) seguia a somar 2% para 3.237,29 dólares por onça no mercado londrino, depois de ter chegado a tocar a meio da tarde nos 3.243,82 dólares. No mercado nova-iorquino (Comex), os futuros do ouro avançavam 2,52%, para 3.234,70 dólares.

"Além da procura por ouro como refúgio e como posicionamento tático dos especuladores, vemos sinais de uma mudança mais estrutural na alocação do ouro", aponta o "research". Entre os exemplos apontados está o facto de Pequim ter passado a permitir que os fundos de seguros invistam em ouro e o facto de os bancos centrais estarem a aumentar de forma sistemática a proporção de ouro nas suas reservas totais.

Segundo Giovanni Staunovo, "isto sustenta significativamente a procura, numa altura em que é improvável que a oferta consiga responder". "Estimamos que os bancos centrais comprem cerca de mil toneladas de ouro em 2025 [uma revisão em alta face à anterior projeção de 950 toneladas] depois de compras superiores a este nível nos últimos três anos".

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