AIE: Procura de petróleo vai ser mais baixa mas preços vão continuar altos
A Agência Internacional de Energia (AIE) reviu em baixa a sua estimativa para a procura de petróleo a nível global, mas conclui que os preços da matéria-prima devem continuar elevados pois a oferta disponível é diminuta.
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No relatório mensal publicado esta sexta-feira, a AIE estima que o aumento da procura de petróleo a nível global será de 1,3 milhões de barris em 2018 e 1,4 milhões de barris em 2019. Números que representam um corte de 100 mil barris face às previsões anteriores.
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Apesar do corte, as novas estimativas da AIE apontam para que quer a procura, quer a oferta, se situem perto dos 100 milhões de barris por dia, o que representa um nível recorde.
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A revisão das estimativas está relacionada com a intensificação das ameaças ao crescimento da economia global este ano e 2019. Mas esta perspectiva não deverá ter influência nos preços da matéria-prima, que segundo a AIE deverão continuar elevados.
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Isto porque os países produtores da matéria-prima têm pouca margem para compensar os cortes na oferta por parte da Venezuela e do Irão. As contas da AIE mostram que o excesso da capacidade de produção fora destes dois países representa apenas 2% dos actuais níveis de procura.
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"A energia cara está de regresso" e "tal representa uma ameaça ao crescimento económico", diz a AIE, destacando que esta tendência acontece numa altura em que muitas divisas estão a perder terreno face ao dólar, o que exponencia o impacto da valorização do petróleo.
A matéria-prima atingiu máximos de quatro anos na semana passada, com o Brent em Londres a tocar nos 85 dólares. Recentemente a AIE já tinha alertado que "os mercados de petróleo estão a entrar na zona vermelha".
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Para reverter esta escalada, a Agência apela à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e outros grandes produtores que aumentem a sua oferta.
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"A procura ainda é muito forte, e temos perdido petróleo da Venezuela e também do Irão", salientou Fatih Birol, acrescentando que a "queda livre" daquele país da América Latina poderá afundar a produção para menos de 1 milhão de barris por dia "muito em breve". Pelo contrário, a Arábia Saudita, que produz actualmente a um ritmo de 10,7 milhões de barris por dia, poderia estar a produzir 11 milhões.
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