BHP diminui produção de petróleo de xisto betuminoso nos EUA
Esta é uma vitória para a Organização dos Países Exportadores do Petróleo (OPEP), que tem mantido a produção em 30 milhões de barris por dia, apesar da queda dos preços desta matéria-prima, tendo em vista a defesa da sua quota de mercado. Os EUA pretendem ficar menos dependentes da OPEP – que é responsável por 40% do fornecimento mundial – com a produção de petróleo a partir do xisto betuminoso, mas a descida dos preços desincentiva a utilização desta tecnologia cara.
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Desde o início de Dezembro, os produtores norte-americanos já diminuíram para 209 as explorações petrolíferas. Hoje, a BHP anunciou que, até Julho, irá reduzir o número de plataformas activas de 26 para 16. "Os planos [da BHP] para cortar as perfuradoras nos EUA constituem um indicador do que vai acontecer no mercado petrolífero", afirma à Bloomberg Ric Spooner, estratega da CMC Markets. "Podemos vir a assistir a uma diminuição da produção por parte dos produtores norte-americanos, como reacção à queda dos preços", afirma Spooner em entrevista telefónica.
O brent, referência para mais de metade do petróleo mundial, desvalorizou 48% no ano passado. Este ano já caiu 16%, e o West Texas Intermediate (WTI) – outro indicador de referência - acumula já uma desvalorização de 12% em 2015. Ontem, o ministro do petróleo do Irão afirmou que o país tem capacidade de suportar uma queda do preço para 25 dólares por barril sem comprometer a industrial nacional.
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A somar a estes dados, o preço do minério de ferro, que constitui o maior rendimento da BHP, caiu 47% em 2014, segundo valores da Bloomberg. Contudo, a BHP tem capacidade para manter o aumento de dividendos planeado, quando anunciar os resultados no próximo mês, escreveu ontem um grupo de analistas da Morgan Stanley em nota citada pela agência noticiosa.
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A contrariar a descida acentuada que tem ocorrido nas últimas sessões, o crude de Nova Iorque sobe, nesta altura, 0,67% para 46,78 dólares e o Brent, de Londres, sobe 1,27% para 48,60 dólares.
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