OPEP+ aumenta oferta mas petróleo sobe. UBS mantém estimativa do Brent nos 75 dólares

O UBS continua a projetar que os preços do Brent do Mar do Norte atinjam os 75 dólares por barril no último trimestre deste ano.
Reuters
Carla Pedro 01 de Abril de 2021 às 20:45

Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados (OPEP+) decidiram aumentar a oferta de crude, de forma gradual, nos próximos três meses.

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A expectativa seria a de que a OPEP+ manteria o atual nível de redução da oferta em maio, mas os membros do cartel e os seus parceiros foram mais longe no tempo e decidiram também ir aumentando a produção. Uma vez que os mercados esperavam que o atual nível de retirada de crude do mercado se mantivesse, seria de esperar que reagissem em baixa à notícia. Mas não foi o que sucedeu. Porquê?

 

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Uma das causas terá sido porque o prolongar dos cortes confirmaria o panorama pessimista para esta matéria-prima, sublinha a Reuters.

 

Já o ministro saudita da Energia, o príncipe Abdulaziz Bin Salman, referiu que talvez seja porque o mercado confia nele.

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"Apesar de os intervenientes de mercado estarem à espera de uma manutenção dos atuais cortes, os preços subiram mais de 3% esta quinta-feira. Instado a comentar este facto, Bin Salman respondeu: ‘talvez o mercado confie em mim’", sublinha um relatório de análise do UBS publicado esta tarde e a que o Negócios teve acesso.

 

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Giovanni Staunovo, analista de matérias-primas do UBS, diz no relatório que, apesar desta produção adicional, o banco suíço continua a prever que o mercado petrolífero se mantenha com uma oferta inferior à procura – isto por conta dos cortes anteriores, que levaram a que os países recorressem mais aos stocks, e devido à perspetiva de uma melhoria do consumo com o avançar dos processos de vacinação.

 

"Antevemos que a procura por petróleo retome este trimestre, provavelmente a beneficiar de uma distribuição mais rápida das vacinas e do levantamento das restrições à mobilidade. Continuamos a estimar que a procura aumente dos atuais 94 milhões de barris por dia para cerca de 99 milhões no segundo semestre. Apesar da maior produção que virá da OPEP+, este cenário deverá manter o mercado com uma oferta inferior à procura em cerca de 1,5 milhões de barris por dia este ano, o que sustentará os preços", sublinha Staunovo.

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Por isso mesmo, o UBS continua a projetar que os preços do Brent do Mar do Norte atinjam os 75 dólares por barril no último trimestre deste ano. Esta foi a estimativa feita em meados de março que, na altura, era já uma revisão em alta face aos 60 dólares que previa em dezembro passado.

 

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E o UBS reitera assim a recomendação do relatório anterior. "Continuamos a aconselhar os investidores com elevada tolerância ao risco no sentido de manterem a aposta no Brent e a assumirem posições longas" neste ativo, sublinha a equipa de análise de "commodities" do banco suíço.

 

Recorde-se que o atual plano da OPEP+, decidido hoje, é aumentar a produção em 350.000 barris em maio e de novo em junho, passando o aumento de julho para 441.000 barris por dia.

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Também os sauditas vão reduzir gradualmente o seu esforço extra de retirar um milhão de barris por dia do mercado e que vigorou desde fevereiro e permanecerá em abril.

 

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Riade anunciou que acrescentará 250.000 barris em maio, 350.000 em junho e mais 400.000 em julho. Isto além da sua quota da OPEP, já que o referido milhão de barris foi um corte adicional e unilateral para ajudar a sustentar mais os preços e a encaixar o ligeiro aumento da produção da Rússia e do Casaquistão em fevereiro e março.

 

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