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OPEP+ vai aumentar gradualmente a produção nos próximos três meses

Os membros da OPEP+ decidiram aumentar progressivamente a oferta de petróleo no mercado ao longo dos próximos três meses.

01 de Abril de 2021 às 17:08

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados (o chamado grupo OPEP+) decidiram hoje, na sua reunião para debater as quotas de produção, que vão aumentar a oferta de crude, de forma gradual, ao longo dos próximos três meses.

A expectativa seria a de que a OPEP+ manteria o atual nível de redução da oferta em maio, mas os membros do cartel e os seus parceiros foram mais longe no tempo e decidiram também ir aumentando a produção.

Apesar de os mercados esperarem que o atual nível de retirada de crude do mercado se mantivesse, estava também em cima da mesa um potencial aumento gradual, que agora se confirma.

Mas será mesmo muito progressivo. Com as cotações a subirem no início deste ano, a OPEP+ estava a contar poder começar a reduzir de forma mais visível o seu esforço de retirada de crude do mercado, mas, com os novos confinamentos na Europa, a dimensão dos aumentos de produção não será significativa por agora.

Segundo a Energy Voice, foi a Arábia Saudita que propôs este aumento, indo assim ao encontro do que tem sido pedido pela Rússia (que, com o Casaquistão, já aumentou ligeiramente a sua produção de fevereiro e março). Esta proposta de hoje inclui a redução do esforço extra de Riade de retirar um milhão de barris por dia do mercado - que deverá estar completamente eliminado no final de julho.

O atual plano é aumentar a produção da OPEP+ em 350.000 barris em maio e de novo em junho, passando o aumento de julho para 440.000 barris por dia.

Além do menor consumo decorrente dos confinamentos, outro motivo para cautela tem sido o aumento das exportações iranianas, que também tem pesado nos preços do crude - que este mês desceram. Teerão conseguiu aumentar as suas vendas para fora nos últimos meses, apesar das sanções de que é alvo por parte dos EUA.

Recorde-se que há três membros da OPEP isentos do esforço de corte da produção devido aos apuros com que as suas economias se deparam. São eles o Irão, a Líbia e a Venezuela.

No início do ano, a oferta de petróleo da OPEP+ aumentou em 500.000 barris por dia. Entretanto, na reunião de janeiro – os encontros para avaliação das quotas de produção passaram a ser mensais – foi acordado um ligeiro aumento da produção em fevereiro e março, a ser feito pela Rússia e pelo Cazaquistão. Ficou definido que entrariam em fevereiro mais 75.000 barris por dia no mercado, 10.000 à conta do Casaquistão e os restantes por parte da Rússia. No caso daqueles dois países foi também acertada nessa altura a quota de março, com um aumento na mesma proporção.

O cartel anunciou então que o volume de petróleo que iria retirar voluntariamente do mercado passaria dos 7,2 milhões de barris diários em janeiro para 7,125 milhões de barris por dia em fevereiro e depois para 7,05 milhões de barris por dia em março. Mas a Arábia Saudita mais do que compensou o crude adicional no mercado com um corte unilateral extra de um milhão de barris por dia, ajudando assim a encaixar a maior entrada de ouro negro proveniente do Casaquistão e da Rússia.

Ontem, a OPEP+ reviu em baixa de 300.000 barris por dia as previsões para o crescimento da procura este ano. As estimativas apontam agora para um aumento da procura na ordem dos 5,6 milhões de barris diários.

Recorde-se que foi em dezembro de 2016 que foi assinada a "declaração de cooperação" entre a OPEP e outros grandes produtores não membros do cartel para uma retirada concertada de crude do mercado a partir de janeiro de 2017 de modo a fazer subir os preços, cooperação que se mantém até hoje.

Preços reagem bem

Apesar deste aumento da oferta que vai entrar em vigor a partir de maio, os preços do petróleo mantêm a tendência de subida nos principais mercados. Isto porque o prolongar dos cortes confirnaria o panorama pessimista para esta matéria-prima, sublinha a Reuters.

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em maio soma 1,99% para 60,34 dólares.

Já o contrato de junho do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, ganha 1,67% para 63,79 dólares.

A CNN refere que este aumento da oferta da OPEP+ também se prende com um apelo dos EUA no sentido de se manterem acessíveis os preços da energia, se bem que o ministro saudita da Energia, o príncipe Abdulaziz Bin Salman, tenha dito que a decisão não foi tomada por pressão norte-americana.

(notícia atualizada pela última vez às 19:36)

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