OPEP reúne-se hoje e considera mais cortes de produção

A reunião do cartel de petróleo arranca hoje e amanhã juntam-se os aliados. A ideia será, pelo menos, manter um corte de produção de 1,2 milhões de barris por dia. Mas pode ir mais longe.
Reuters
Gonçalo Almeida 05 de Dezembro de 2019 às 12:34

Os maiores produtores de petróleo do mundo reúnem-se nesta quinta-feira e sexta-feira, dia 5 e 6 de dezembro, em Viena, na Áustria, com o objetivo de decidir o plano estratégico para os próximos anos. Espera-se que a decisão final seja a de manter os cortes de produção de petróleo a nível global, para impulsionar os preços. 

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A redução da produção em vigor, e que durará até março do próximo ano, está fixada nos 1,2 milhões de barris por dia. A ideia de os 14 membros da OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo e dos seus aliados, liderados pela Rússia (OPEP+), será a de, pelo menos, manter o número de corte e alargar o prazo até junho de 2020. No entanto, a Reuters avançou que, a este número, poderão ser retirados ainda mais 400 mil barris produzidos por dia.

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Agora, com a guerra comercial entre os Estados Unidos e os seus parceiros comerciais e com as tensões geopolíticas vividas em alguns dos maiores produtores do mundo a ameaçarem o equilíbrio dos preços, a OPEP+ parece decidida a agir. Isto, também porque no próximo ano prevê-se que a produção em países fora do cartel, como o Brasil ou a Noruega, aumente.

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A Arábia Saudita, o líder do grupo de produtores, está a fazer uma pressão adicional para que os cortes aumentem, devido à entrada da Saudi Aramco em bolsa. O príncipe saudita Abdulaziz bin Salman quer garantir que os preços do "ouro negro" estão altos o suficiente na altura do IPO, oferta pública inicial, da petrolífera saudita, que vai ser precificada em mercado também nesta quinta-feira, 5 de dezembro.

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Os representantes sauditas insistiram no cumprimento mais rigoroso dos cortes atuais, principalmente porque países como o Iraque e a Nigéria produziram muito acima do que seria suposto, enquanto a Arábia Saudita cortou mais do que se exigia.

 

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O cartel, conhecido como OPEP+ (com 24 países membros, no total), adotou esta política de cortes coletivos desde janeiro de 2017, com o objetivo de conter o petróleo produzido para impulsionar os preços, fazendo aumentar a procura face à oferta. Isto porque em 2014 os preços do petróleo derraparam (o Brent desvalorizou 49,33% e o WTI perdeu 46,47% do seu valor), devido a um excesso extraordinário de oferta, principalmente nos Estados Unidos.

 

Atualmente, o país presidido por Donald Trump é o maior produtor mundial de petróleo, com 12,3 milhões de barris produzidos por dia, em média, desde janeiro até novembro deste ano, segundo a Agência Internacional de Energia. Mas a tendência verificada é a de redução.

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A perspetiva de novos cortes está a impulsionar os preços e hoje o Brent, negociado em Londres e referência para Portugal, valoriza 0,54% para os 63,35 dólares o barril, depois de ontem ter subido 3,58%. O norte-americano WTI sobe 0,12% para os 58,50 dólares por barril. Na última sessão valorizou 4,15%.  

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