Stoxx 600 atinge novo recorde com setor energético a impulsionar
Juros da Zona Euro agravam-se. França lidera subidas
Iene em queda com aumento dos preços do petróleo. Libra no vermelho
Ouro avança com tensões geopolíticas. JPMorgan aponta para 5 mil dólares em 2026
"Lista negra" dos EUA de petrolíferas russas leva crude a disparar 5%
Contas trimestrais deixam Wall Street sem rumo. Tesla derrapa 5%
Europa negoceia com maioria de ganhos. Petrolíferas impulsionam índices
Juros das dívidas soberanas europeias registam agravamentos
Dólar brilha e ganha face a moedas europeias e iene
Ouro regressa às subidas com geopolítica em foco
Crude ganha mais de 3% com novas sanções norte-americanas a petrolíferas russas
Ásia com maioria de perdas. Investidores nervosos com "earnings season" e guerra comercial
Stoxx 600 atinge novo recorde com setor energético a impulsionar
As bolsas europeias fecharam a sessão todas com valorizações, tendo o índice de referência para o bloco atingido um novo máximo histórico intradiário e de fecho esta quinta-feira, com os resultados trimestrais de algumas gigantes do bloco europeu a animar o sentimento do mercado. Para além disso, as novas sanções dos EUA sobre produtoras de petróleo russas fizeram com que os preços do crude saltassem mais de 5% esta quinta-feira, com as empresas do setor a beneficiarem desta subida.
"À primeira vista, o anúncio de sanções dos EUA às empresas Rosneft e Lukoil é uma grande escalada na segmentação do setor energético da Rússia e pode ser um choque grande o suficiente para levar o mercado mundial de petróleo a um défice no próximo ano", disse David Oxley, economista-chefe da Capital Economics, à Reuters.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – ganhou 0,37%, para um recorde de 574,43 pontos, tendo, durante a sessão, chegado a tocar nos 574,84 pontos, um novo marco para o "benchmark". Entre os 20 setores que compõem o índice, a dar mais gás estiveram os de petróleo e gás, que ganhou 2,6% e registou a melhor sessão desde abril, bem como dos "basic resources", que somou 1,6%.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX subiu 0,23%, o espanhol IBEX 35 ganhou 0,07%, o italiano FTSEMIB valorizou 0,41%, o francês CAC-40 avançou 0,23%, o britânico FTSE 100 ganhou 0,67% e o neerlandês AEX somou 0,82%.
Entre os principais movimentos de mercado, a Shell subiu 2,9% com a subida dos preços do petróleo nos mercados internacionais. A portuguesa Galp ganhou também quase 3%.
A "earnings season" na Europa segue a todo o vapor, com os "traders" a procurarem sinais de que a incerteza comercial estará a impactar os lucros empresariais.
No setor do luxo, a Kering, dona de marcas como a Gucci, disparou quase 9% após os resultados trimestrais terem mostrado que as vendas caíram menos do que os analistas previam.
As ações da SAP subiram mais de 2%, após a maior fabricante de software anunciar resultados melhores do que o esperado. No entanto, a empresa alemã previu uma receita anual de "cloud" ligeiramente abaixo das previsões anteriores, o que limitou os ganhos.
A Nokia disparou 10% e atingiu o nível mais alto em mais de três anos, no dia em que a empresa revelou uma subida dos lucros, à boleia da procura por inteligência artificial e negócios na "cloud".
As ações da Volvo Car chegaram a disparar 38%, com a fabricante a apresentar lucros acima do esperado, beneficiando do seu programa de redução de custos de 18 mil milhões de coroas suecas. A empresa acabou o dia a subir apenas 0,62%.
Os lucros de 50% das empresas do Stoxx 600 que divulgaram resultados até esta terça-feira superaram as estimativas dos analistas, segundo dados compilados pela LSEG, abaixo dos 54% registados num trimestre "típico".
Juros da Zona Euro agravam-se. França lidera subidas
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro encerraram a sessão desta quinta-feira com agravamentos, num dia em que os investidores tiveram as suas atenções centradas no petróleo - cujos preços dispararam mais de 5%, após sanções dos EUA a duas petrolíferas russas. O objetivo é continuar a pressionar Vladimir Putin, Presidente da Rússia, para aceitar um acordo de paz na Ucrânia, através do corte das principais fontes de financiamento da guerra.
Neste contexto, os juros das "Bunds" alemãs, que servem de referência para a Zona Euro, aceleraram 2 pontos base para 2,582%, enquanto a "yield" das obrigações francesas com a mesma maturidade cresceu 2,7 pontos para 3,380%. Já em Itália, os juros da dívida também a dez anos agravaram em 2,5 pontos para 3,372%.
Pela Península Ibérica, a tendência também foi de subida, com os juros das obrigações portuguesas a dez anos a aumentarem 2,1 pontos base para 2,957% e os das espanholas a saltarem 2,6 pontos para 3,115%.
Fora da Zona Euro, a "yield" das "Gilts" britânicas também registou um agravamento, embora em menor escala, ao subir 0,6 pontos base para 4,422%. Isto acontece numa altura em que os investidores estão mais otimistas em relação a outro corte nas taxas de juro por parte do Banco de Inglaterra, depois de a inflação ter ficado abaixo das previsões.
Iene em queda com aumento dos preços do petróleo. Libra no vermelho
O dólar norte-americano está a negociar em alta face à maioria dos seus principais oponentes, particularmente em relação ao iene, num dia em que os investidores estão a reagir às mais recentes sanções de Washington a duas petrolíferas russas - numa tentativa de aumentar a pressão sobre Vladimir Putin e diminuir as suas fontes de financiamento para a guerra com a Ucrânia.
A esta hora, a "nota verde" acelera 0,41% para 152,60 ienes, aproximando-se dos mínimos de sete meses que atingiu na semana passada, quando Sanae Takaichi conquistou a liderança do Partido Liberal Democrata. A moeda nipónica está a ser pressionada esta sexta-feira pelo aumento dos preços do petróleo, que chegaram a disparar quase 5%.
"O Japão é um grande importador de crude e os preços mais altos do petróleo prejudicam o país", explica Marc Chandler, estratega de mercados da Bannockburn Capital Markets, à Reuters. A administração Trump decidiu introduzir novas sanções contra as petrolíferas russas Rosneft e Lukoil - as duas empresas que já tinham estado na mira do Reino Unido na semana passada.
Já o euro negoceia praticamente inalterado face ao dólar, numa altura em que os investidores continuam à espera dos dados da inflação norte-americana referentes a setembro para aumentarem ou reduzirem a sua exposição à "nota verde". Por sua vez, a libra continua em queda, cedendo 0,26% para 1,3321 dólares, depois de uma inflação abaixo do esperado ter aumentando as expectativas em torno de mais um corte nas taxas de juro por parte do Banco de Inglaterra.
Ouro avança com tensões geopolíticas. JPMorgan aponta para 5 mil dólares em 2026
Após duas sessões consecutivas de perdas, em que tocou mínimos de duas semanas, os preços do ouro estão a subir mais de 1%, à boleia das novas tensões geopolíticas entre EUA e Rússia. Além disso, a administração Trump afirmou que está a considerar restrições às exportações de software para a China, arriscando outra escalada na guerra comercial.
Os investidores estarão ainda a procurar o metal precioso antes dos dados da inflação de setembro, que serão divulgados esta sexta-feira, segundo fontes da Casa Branca, apesar de o Governo norte-americano estar na quarta semana de paralisação. Os dados deverão dar mais detalhes para a Reserva Federal (Fed), que reúne na próxima semana. Segundo os especialistas, o índice de preços no consumidor deve ter-se mantido em 3,1% em setembro.
Neste contexto, a aversão ao risco mantém-se. Esta tarde, a onça de metal amarelo avança 1,15% para 4.145,45 dólares. Na segunda-feira, os preços atingiram máximos históricos de 4.381,21 dólares por onça, mas logo mergulharam para mínimos de 12 anos.
"Todos os fatores fundamentais que impulsionaram a subida do ouro este ano permanecem praticamente inalterados. Houve algumas compras quando os preços estavam mais baixos e talvez um aumento nas tensões comerciais e geopolíticas hoje, a fomentar a subida isso", disse Peter Grant, vice-presidente e estratega de metais da Zaner Metals, à Reuters.
Há quem já aponte para uma nova barreira psicológica nos preços do ouro. O JPMorgan prevê que os preços do metal amarelo possam atingir uma média de 5.055 dólares por onça no quarto trimestre de 2026, com base em suposições de que a procura dos investidores e as compras dos bancos centrais se mantenham perto de 566 toneladas por trimestre no próximo ano.
"Acreditamos que o ouro ainda tem mais para subir, à medida que entramos num ciclo de cortes da Fed, com sobreposições sobre uma 'estagflação', preocupações com a independência do banco central e os 'hedge funds' mais amplos contra a desvalorização", afirmou o banco na nota.
"Lista negra" dos EUA de petrolíferas russas leva crude a disparar 5%
Os preços do petróleo estão a subir cerca de 5% nos mercados internacionais em reação dos investidores ao mais recente pacote de sanções à Rússia. Esta quinta-feira, os EUA impuseram sanções aos principais produtores de crude russos, a Rosneft e a Lukoil, como forma de pressionar o Kremlin a pôr fim à guerra na Ucrânia, assinando o acordo de cessar-fogo.
Os analistas consultados pela Bloomberg dizem que estas sanções representam "uma escalada significativa e sem precedentes na campanha de pressão de Washington contra Moscovo". "Combinadas com a recente onda de ataques à infraestrutura petrolífera russa, estas sanções aumentam a possibilidade de grandes perturbações na produção e exportação de petróleo bruto russo, aumentando o risco deparagens forçadas da produção", afirmou Jorge Leon, chefe de análise geopolítica da Rystad Energy.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – avança 5,08% para os 61,47 dólares por barril, enquanto o Brent – de referência para o continente europeu – segue a disparar 4,8% para os 65,57 dólares por barril, caminhando para o maior ganho diário desde o início do conflito entre Israel e o Irão, a 13 de junho.
Várias fontes comerciais disseram à Reuters que as principais empresas petrolíferas estatais chinesas suspenderam as compras de petróleo russo transportado por via marítima das duas empresas, o que impulsionou ainda mais os preços.
De acordo com o analista do Saxo Bank, Ole Hansen, as sanções de Washington significam que as refinarias na China e na Índia, grandes compradoras de petróleo russo, vão precisar de ir procurar fornecedores alternativos.
Já na semana passada, o Reino Unido penalizou as mesmas empresas. Também os países da União Europeia aprovaram o 19.º pacote de sanções contra a Rússia - sendo que uma das medidas inclui a proibição da importação de gás natural russo.
Há, ainda assim, algum ceticismo entre o mercado, sobre se estas sanções irão, de facto, ter algum impacto na oferta e procura. "Até agora, quase todas as sanções contra a Rússia nos últimos três anos e meio não conseguiram afetar os volumes produzidos pelo país nem as receitas do petróleo", disse o analista da Rystad Energy, Claudio Galimberti, à Reuters.
Do lado da procura, os "stocks" de petróleo bruto, gasolina e destilados dos EUA caíram na semana terminada a 17 de outubro, segundo a Administração de Informação de Energia esta quarta-feira.
Contas trimestrais deixam Wall Street sem rumo. Tesla derrapa 5%
As bolsas norte-americanas arrancaram a sessão divididas entre ganhos e perdas, numa altura em que os resultados trimestrais das grandes empresas do país não estão a conseguir animar o sentimento do mercado, que está ainda pressionado pelas novas tensões comerciais.
A Administração do presidente dos EUA, Donald Trump, impôs um novo pacote de sanções aos maiores produtores de petróleo da Rússia, o que está a fazer com que as cotações de crude saltem mais de 5% nos mercados internacionais esta quinta-feira. A União Europeia também adotou novas sanções contra as infraestruturas energéticas russas.
Além disso, a administração Trump afirmou que está a considerar restrições às exportações de software para a China, arriscando outra escalada na guerra comercial.
Entretanto, os "traders" estão a depositar as suas apostas noutro corte das taxas de juro da Reserva Federal no final deste mês, mesmo enquanto aguardam os dados da inflação de setembro, que estão atrasados, mas que a Casa Branca afirma que serão divulgados esta sexta-feira.
Neste contexto, o S&P 500 sobe 0,13% 6.707,91 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite soma 0,02% para 22.744,68 pontos e o industrial Dow Jones está inalterado nos 46.589,73.
As contas da Tesla e da IBM também não impressionaram o mercado e estão a pressionar os três principais índices norte-americanos. Depois do fecho desta quarta-feira de Wall Street, a fabricante de veículos elétricos reportou um recuo de 29% nos lucros para 1,77 mil milhões de dólares, apesar de as vendas terem atingido recordes. As ações da empresa fundada por Elon Musk cedem na abertura 5,53%.
Os resultados da Tesla deram início à época de lucros das "Sete Magníficas", o grupo de peso, que detém quase 35% do S&P 500.
Já a IBM perde 6% depois de ter mostrado uma desaceleração no crescimento do seu principal segmento de software na "cloud". A Molina Healthcare afunda mais de 21% depois de também não ter conseguido superar as estimativas dos analistas nas contas do terceiro trimestre, enquanto a American Airlines ganha 2,65% após divulgar um prejuízo menor do que o esperado.
Europa negoceia com maioria de ganhos. Petrolíferas impulsionam índices
Os principais índices europeus negoceiam com uma maioria de ganhos, à medida que os investidores seguem de perto a “earnings season” das cotadas do Velho Continente. As empresas energéticas estão a impulsionar a subida dos índices, depois de os EUA terem imposto sanções a duas das maiores petrolíferas russas.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – ganha 0,13%, para os 573,06 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX cai 0,39%, o espanhol IBEX 35 recua 0,17%, o italiano FTSEMIB valoriza 0,37%, o francês CAC-40 avança 0,29%, o britânico FTSE 100 ganha 0,34% e o neerlandês AEX soma 0,72%.
Entre as cotadas que divulgaram contas, a Nokia sobe quase 9% a esta hora, com a inteligência artificial e a procura por serviços "cloud" a impulsionar os resultados da tecnológica no terceiro trimestre. Já a fabricante de automóveis Volvo dispara mais de 30%, após a empresa sueca ter apresentado lucros acima do esperado no terceiro trimestre, numa altura em que a cotada prossegue com o seu programa de redução de custos. Já a SAP, a empresa de software mais valiosa da Europa, cede mais de 2,50%, no seguimento de ter avançado o seu “guidance” para 2025.
Nesta linha, as empresas europeias têm apresentado resultados mistos após um forte início da época de divulgação de resultados, impulsionado por empresas de luxo como a LVMH e a Kering. À Bloomberg, Daniel Murray, vice-diretor de investimentos da EFG Asset Management, refere que as ações europeias se devem manter razoavelmente bem até o final do ano. “Há uma diferença de avaliação em relação aos EUA, há uma narrativa positiva em torno do estímulo fiscal alemão e há o fator sazonal”, referiu o especialista.
Entre os setores, o dos recursos naturais (+1,14%) regista os maiores ganhos, seguido das telecom (+0,74%). Já o setor tecnológico recua quase 1%, com as “utilities” (-0,25%) a pressionarem igualmente a negociação.
Quanto aos movimentos do mercado, empresas do setor energético, como a BP (+3,04%), a TotalEnergies (+2,06%), a Shell (+2,44%), a Equinor (+3,27%)e a Galp (+3,07%), acompanham a forte valorização dos preços do petróleo nos mercados internacionais. Isto depois de os EUA terem imposto sanções a duas gigantes estatais russas, a Rosneft e a Lukoil, alegando a falta de compromisso de Moscovo com a paz na Ucrânia.
Juros das dívidas soberanas europeias registam agravamentos
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro negoceiam com agravamentos em toda a linha, num dia em que os investidores parecem estar a virar as suas apostas para os ativos de risco, com quase todos os principais índices europeus a negociar no verde.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, agravam-se em 2 pontos-base, para 2,956%. Em Espanha a "yield" da dívida com a mesma maturidade sobe igualmente 2 pontos, para 3,110%.
Já os juros da dívida soberana italiana avançam 1,9 pontos, para 3,366%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa segue a mesma tendência e soma 2,2 pontos-base, para 3,375%, numa altura em que os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, agravam-se em 1,8 pontos, para os 2,579%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, sobem 1,6 pontos-base, para 4,432%.
Dólar brilha e ganha face a moedas europeias e iene
O dólar está a mostrar-se forte e a ganhar as restantes moedas mundiais, nomeadamente o euro, libra e o iene. Neste momento, os investidores estão a assimilar as ameaças comerciais trocadas entre os EUA e a China.
A esta hora, o índice do dólar da Bloomberg, que mede a força da nota verde face aos principais concorrentes, avança 0,16% para 99,054 pontos, ainda que registe uma perda de 4,8% desde o início do ano.
O iene está a registar valores mínimos de negociações de uma semana face ao dólar, num momento em que o mercado aguardava o pacote de estímulos da primeira-ministra Sanae Takaichi. Neste momento, o dólar ganha 0,32% para 152,47 ienes.
Por esta hora, o euro está a perder terreno face à moeda dos Estados Unidos, registando uma quebra de 0,13% para 1,1596 dólares. O mesmo acontece com a moeda britânica, que está a perder 0,05% para 1,3349 dólares.
Ouro regressa às subidas com geopolítica em foco
O ouro inverteu o sentido de negociação e regressou a terreno positivo, ainda que com uma subida ligeira, afastado-se das perdas registadas nos últimos dias.
A esta hora, o ouro avança 0,41% para 4.115,38 dólares por onça, assente em possíveis sanções dos Estados Unidos contra a Rússia e novos controlos de exportações para a China. A situação geopolítica difícil está a fazer com que os preços do metal amarelo continuem a crescer, após a regressão de 7% nas duas últimas sessões.
"Neste momento, e a longo prazo, ainda estamos otimistas em relação ao ouro, mas, a curto prazo, os investidores precisam de ser cautelosos porque a volatilidade é grande", disse o analista Brian Lan da GoldSilver, à Reuters.
"Continuamos a ver o ouro como um diversificador de portfólio eficaz, com ganhos adicionais em direção ao nosso cenário positivo de 4.700 dólares por onça, ainda possíveis caso surjam desenvolvimentos macroeconómicos e políticos adversos", explicou Mark Haefele, diretor de investimentos do UBS, numa nota.
Os Estados Unidos e a China voltaram à mesa de negociações para abordar as terras raras, mas tudo indica que não existe forma de prever o desfecho de mais umas negociações, com Pequim a querer manter-se firme. De recordar que a China anunciou que irá, a partir de novembro, impor controlos de exportações de materiais críticos para as indústrias tecnológica, energética e militar, o que irritou Donald Trump e o levou a responder com uma ameaça de aumento das tarifas.
Os investidores aguardam também a divulgação dos dados da inflação com expectativa, que deve acontecer esta sexta-feira. Com as perspetivas de que a inflação base se manteve nos 3,1% em setembro, a expectativa é que a Reserva Federal volte a cortar as taxas de juro na próxima semana, o que significará mais uma valorização do ouro.
O metal amarelo já subiu perto de 57% desde janeiro, atingindo o seu máximo histórico de 4.381,21 dólares por onça na segunda-feira.
Crude ganha mais de 3% com novas sanções norte-americanas a petrolíferas russas
Os preços do petróleo seguem a negociar em alta esta manhã, ampliando os ganhos da sessão anterior, depois de os EUA terem anunciado a imposição de sanções a dois dos principais fornecedores de crude russo, a Rosneft e a Lukoil, numa tentativa de pressionar Putin a sentar-se à mesa das negociações para pôr fim à guerra na Ucrânia.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – avança 3,28% para os 60,42 dólares por barril, ainda que esteja a reduzir alguns dos ganhos registados anteriormente. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 3,16% para os 64,57 dólares por barril.
A decisão da Administração dos EUA chega já depois de, na semana passada, o Reino Unido ter já avançado com sanções às mesmas petrolíferas russas. Separadamente, os países da União Europeia aprovaram um 19.º pacote de sanções contra a Rússia, que inclui a proibição das importações de gás natural liquefeito russo.
“As novas sanções do presidente Trump contra as maiores petrolíferas russas visam diretamente sufocar as receitas de guerra do Kremlin — uma medida que pode restringir os fluxos físicos de barris russos e forçar os compradores a redirecionar os volumes para o mercado aberto”, disse à Reuters Priyanka Sachdeva, da Phillip Nova.
E isto à medida que a Administração Trump pressiona a Índia para deixar de importar “ouro negro” da Rússia.
“Se Nova Deli reduzir as compras sob pressão dos EUA, poderemos ver a procura asiática a voltar-se para o petróleo bruto dos EUA, elevando os preços no Atlântico”, acrescentou Sachdeva.
E as refinarias indianas estarão já preparadas para reduzir drasticamente as importações de petróleo russo após as novas sanções, confirmaram fontes do setor à agência de notícias.
“As novas sanções estão certamente a aumentar a tensão entre os EUA e a Rússia, mas vejo o aumento do preço do petróleo mais como uma reação instintiva dos mercados do que como uma mudança estrutural”, afirmou Claudio Galimberti, da Rystad Energy.
“Até agora, quase todas as sanções contra a Rússia nos últimos três anos e meio falharam em afetar os volumes produzidos pelo país ou as receitas do petróleo”, acrescentou Galimberti.
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