Taxa Euribor desce no prazo a 12 meses, mas sobe a três e seis meses
Europa pinta-se de verde depois de corte de juros nos EUA. Tecnológicas impulsionam índices
Juros da dívida sobem na Europa após decisão da Fed
Dólar sustenta ganhos após corte da Fed com euro e libra em alta moderada
Ouro recua após recorde com dólar mais forte e cautela da Fed
Petróleo recua após corte de juros da Fed e aumento de reservas nos EUA
Ásia fecha entre ganhos e perdas depois de corte de juros nos EUA
Taxa Euribor sobe a três e a seis meses e desce a 12 meses
A taxa Euribor subiu esta quinta-feira a três e a seis meses e desceu a 12 meses em relação a quarta-feira.
Com estas alterações, a taxa a três meses, que avançou para 2,029%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,098%) e a 12 meses (2,160%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu, ao ser fixada em 2,098%, mais 0,015 pontos do que na quarta-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a julho indicam que a Euribor a seis meses representava 37,96% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,09% e 25,51%, respetivamente.
A Euribor a três meses também subiu, para 2,029%, mais 0,005 pontos.
Em sentido contrário, no prazo de 12 meses, a taxa Euribor recuou, ao ser fixada em 2,160%, menos 0,004 pontos.
Em 11 de setembro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve, pela segunda reunião de política monetária consecutiva, as taxas diretoras, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 29 e 30 de outubro em Florença em Itália.
Em agosto, as médias mensais da Euribor subiram nos três prazos, e de forma mais acentuada a três meses.
A média da Euribor em agosto subiu 0,075 pontos para 2,021% a três meses e 0,029 pontos para 2,084% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou em agosto, designadamente 0,035 pontos para 2,114%.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa pinta-se de verde depois de corte de juros nos EUA. Tecnológicas impulsionam índices
Os principais índices europeus negoceiam em alta esta manhã, naquela que é uma primeira reação dos mercados bolsistas no Velho Continente ao muito antecipado corte de juros do lado de lá do Atlântico.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – ganha 0,76%, para os 554,84 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX soma 1,29%, o espanhol IBEX 35 avança 0,60%, o italiano FTSEMIB valoriza 0,62%, o francês CAC-40 pula 1,25%, o neerlandês AEX ganha 1,11% e o britânico FTSE 100 sobe 0,34%.
O índice de referência europeu está a negociar ligeiramente abaixo do seu último recorde atingido em março deste ano. O Stoxx 600 está agora a cerca de 2% do máximo histórico e segue impulsionado pelo corte das taxas de juro pela Reserva Federal (Fed) norte-americana, que decidiu ontem flexibilizar a política monetária pela primeira vez este ano em 25 pontos-base.
O foco vira-se agora para a decisão de política monetária do Banco de Inglaterra, onde se espera que as taxas diretoras se mantenham inalteradas. Além disso, os pedidos iniciais de subsídio de desemprego nos EUA também centrarão atenções, à medida que os investidores procuram por mais pistas sobre a saúde do mercado laboral norte-americano, que tem vindo a mostrar crescentes sinais de debilidade.
Entre os setores, o tecnológico (+2,29%) segue a liderar os ganhos, seguido do industrial (+1,29%). Por outro lado, o único a desvalorizar, ainda que com perdas muito pouco expressivas, é o alimentar (-0,01%).
Entre os movimentos do mercado, as ações do Mediobanca e do Monte dei Paschi di Siena ganham ambas mais de 1%, num dia em que se espera que o diretor executivo da Mediobanca, Alberto Nagel, renuncie ao cargo, juntamente com a restante administração da instituição financeira, avança a Bloomberg, abrindo caminho para uma mudança na gestão do banco italiano, após o Banca Monte dei Paschi di Siena ter conquistado o controlo sobre a rival. Além disso, destacam-se ainda empresas do setor tecnológico, como a ASML (+3,26%), a Siemens (+2,18%) e a SAP (3,81%).
Juros da dívida sobem na Europa após decisão da Fed
Esta quinta-feira, as “yields” da dívida soberana europeia agravam-se em toda a linha, acompanhando o movimento global após o corte de 25 pontos-base anunciado pela Reserva Federal na véspera.
Na Alemanha, os juros das "Bunds" a dez anos, referência da região, avançam 2 pontos-base para 2,690%. Em França, a “yield” sobe 1,7 pontos-base para 3,494%, enquanto em Itália o acréscimo é também de 1,7 pontos, para 3,478%.
Na Península Ibérica, os juros da dívida espanhola aumentam 2,2 pontos-base para 3,248% e os portugueses 1,9 pontos, para 3,093%.
Fora da Zona Euro, as “gilts” britânicas a dez anos registam uma subida de 1,1 pontos-base, fixando-se nos 4,635%.
Dólar sustenta ganhos após corte da Fed com euro e libra em alta moderada
O dólar mantém-se firme esta quinta-feira, consolidando a recuperação face à queda para mínimos de três anos e meio registada na véspera, após a decisão da Reserva Federal de cortar as taxas de juro em 25 pontos-base. A esta hora, o índice do dólar (DXY) avança 0,06% para 96,93 pontos, segundo dados da Bloomberg.
O euro sobe 0,15% para 1,1831 dólares, depois de na quarta-feira ter chegado a tocar 1,1918, o nível mais alto desde 2021. A libra esterlina avança 0,07% para 1,3635 dólares, mantendo-se próxima dos máximos de dois meses. Os investidores aguardam agora pela decisão do Banco de Inglaterra, que deverá manter a taxa em 4%, mas poderá ajustar o programa de venda de obrigações.
O iene perde 0,09% face ao dólar, com a moeda norte-americana a fixar-se nos 147,12 ienes, numa sessão em que os mercados monitorizam a reunião do Banco do Japão. Já o franco suíço recua ligeiramente 0,04%, para 0,7885 por dólar.
De acordo com a Reuters, a correção nas moedas reflete o impacto da mensagem prudente da Fed, que, embora sinalize mais cortes até ao final do ano, adotou um tom considerado “ligeiramente ‘hawkish’” pelo mercado.
Ouro recua após recorde com dólar mais forte e cautela da Fed
O ouro recua esta quinta-feira depois de ter alcançado um máximo histórico na véspera, pressionado pelo fortalecimento do dólar e pelo tom cauteloso da Reserva Federal sobre o futuro das taxas de juro.
O metal precioso desvaloriza 0,33% para 3.647,70 dólares por onça, enquanto a prata perde 0,84% para 41,80 dólares e a platina avança 0,58% para 1.378,06 dólares. O ouro negoceia cerca de 70 dólares abaixo do pico de 3.707,57 dólares atingido na quarta-feira, quando a Fed reduziu as taxas em 25 pontos-base e sinalizou mais duas descidas até ao final do ano.
A postura da Fed foi percecionada como “ligeiramente mais 'hawkish'” do que o esperado, o que sustentou a valorização do dólar e levou os rendimentos das obrigações (Treasuries) subirem. “Estamos provavelmente um pouco sobrecomprados e poderemos ver uma correção até perto dos 3.600 dólares”, afirmou Edward Meir, analista da Marex, citado pela Reuters.
Na sessão anterior, o ouro fechou já em queda de 0,8%, numa reação à prudência do presidente Jerome Powell, que alertou para riscos inflacionistas relacionados com tarifas e frisou que o banco central permanece numa “situação reunião a reunião” quanto a novos cortes.
Apesar da correção recente, o ouro acumula ganhos próximos de 40% em 2025, superando o desempenho do S&P 500 e ultrapassando o recorde ajustado pela inflação de 1980. De acordo com a Bloomberg, este movimento tem sido apoiado pela procura dos bancos centrais, pelas entradas em fundos cotados e pelas tensões comerciais e geopolíticas.
Petróleo recua após corte de juros da Fed e aumento de reservas nos EUA
Os preços do petróleo mantêm-se em queda esta quinta-feira, refletindo a reação do mercado ao corte de 25 pontos-base nas taxas de juro decidido pela Reserva Federal dos EUA e ao aumento dos inventários de combustíveis norte-americanos.
A esta hora, o Brent, referência europeia, cede 0,26% para 67,77 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate, referência americana, recua 0,34%, para 63,83 dólares. O movimento segue a descida de 0,8% registada na véspera.
Apesar de taxas mais baixas tenderem a estimular a procura energética, os investidores já tinham antecipado a decisão da Fed e desfizeram posições defensivas que apostavam num corte mais profundo, segundo a agência de notícias financeiras Bloomberg. Ao mesmo tempo, o aumento das reservas de destilados nos EUA, que atingiram o nível mais elevado desde janeiro, acrescentou pressão negativa.
As cotações continuam ainda condicionadas pelos riscos geopolíticos, incluindo os ataques ucranianos contra infraestruturas energéticas russas, a rápida retoma da oferta da OPEP+, que aumenta os receios de excesso de oferta até ao final do ano e os impactos económicos das tarifas implementadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
Ásia fecha entre ganhos e perdas depois de corte de juros nos EUA
Os índices asiáticos oscilaram entre ganhos e perdas na sessão desta quinta-feira, com as ações de tecnologia a impulsionarem os índices japoneses e sul-coreano, num dia marcado pela flexibilização dos juros diretores nos EUA pela primeira vez este ano. Pela Europa, os futuros apontam para uma abertura com ganhos, numa altura em que o Eurostoxx 50 avança 0,30%.
Entre os principais índices chineses, o Shanghai Composite caiu 1,21%. Já o Hang Seng de Hong Kong perdeu 1,65%. Pelo Japão, o Nikkei valorizou 1,13% e o Topix ganhou 0,46%. Já o sul-coreano Kospi pulou 1,28%.
Pelo Japão, os ganhos foram liderados por empresas de tecnologia, com o iene a registar perdas em relação ao dólar, depois de as expectativas de cortes agressivos nas taxas de juro pela Reserva Federal dos EUA terem sido, para já, descartadas. A atenção dos investidores voltou-se também para a disputa pela liderança do Partido Liberal Democrático, atualmente no poder no país asiático.
Entre as cotadas nipónicas, a Nomura Research acabou por fechar o dia a ganhar quase 2%, enquanto a empresa química Resonac pulou mais de 11%. Já pela Coreia do Sul, a Samsung avançou 2,69% e a SK Hynix disparou mais de 5,55%.
Já no que toca à flexibilização da política monetária nos EUA, embora o banco central tenha concretizado o corte, os responsáveis salientaram que a política futura será decidida “reunião a reunião” e alertaram que “não existe um caminho sem riscos”. Mesmo assim, os membros da Fed preveem agora cerca de dois cortes adicionais de um quarto de ponto este ano, mais um do que o previsto em junho.
“Vai ser tudo como de costume”, disse à Bloomberg Andrew Jackson, da Ortus Advisors. O mercado continuará “a perseguir a alta em tecnologia e IA, com muito pouca realização de lucros a emergir do evento do Fed, apesar de a maioria dos índices estar perto de seus máximos históricos”, acrescentou.
Na sua reunião de ontem, a Fed reduziu as taxas de referência em um quarto de ponto percentual e previu mais duas reduções este ano, após meses de intensa pressão da Casa Branca para que o decisor de política monetária reduzisse os custos dos empréstimos. No Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), 11 dos decisores votaram a favor de reduzir as taxas em 25 pontos-base e apenas um votou contra. Assim, as taxas diretoras fixam-se agora no intervalo de 4% a 4,25%. A única dissidência veio do governador da Fed Stephen Miran, um aliado próximo de Donald Trump, que foi a favor de uma redução maior.
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