Europa em queda após nova ronda de resultados. Rheinmetall avança mais de 2%
Europa em queda após nova ronda de resultados. Rheinmetall avança mais de 2%
Juros aliviam na Zona Euro. BCE centra atenções
Euro recupera de mínimos de três meses face ao dólar. Libra à espera do BoE
Ouro avança apesar de mercado laboral mais resiliente nos EUA
Petróleo recupera terreno perdido mas procura novos catalisadores
Ásia recupera após duas sessões em queda. Europa inalterada
Euribor sobe a três meses e desce a seis e a 12 meses
A taxa Euribor subiu hoje a três meses, mas manteve-se abaixo de 2%, e desceu a seis e a 12 meses em relação a quarta-feira.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 1,998%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,129%) e a 12 meses (2,211%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou hoje, ao ser fixada em 2,129%, menos 0,001 pontos do que na quarta-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a setembro indicam que a Euribor a seis meses representava 38,3% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 31,87% e 25,33%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também baixou, ao ser fixada em 2,211%, menos 0,001 pontos do que na sessão anterior.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses subiu para 1,998%, mas manteve-se abaixo de 2%, mais 0,008 pontos do que na quarta-feira.
Em relação à média mensal da Euribor em outubro esta subiu de novo nos três prazos, mas de forma mais acentuada a 12 meses.
A média da Euribor em outubro subiu 0,007 pontos para 2,034% a três meses e 0,005 pontos para 2,107% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou mais acentuadamente em outubro, designadamente 0,015 pontos para 2,187%.
Na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas diretoras, pela terceira reunião de política monetária consecutiva, como tinha sido antecipado pelo mercado e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, considerou no final da reunião na quinta-feira em Florença que a entidade se encontra "em boa posição" do ponto de vista da política monetária, mas que não é um lugar fixo.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 17 e 18 de dezembro em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa em queda após nova ronda de resultados. Rheinmetall avança mais de 2%
As principais praças europeias estão a negociar em território negativo esta manhã, depois de uma ligeira recuperação na sessão anterior com os investidores a aproveitaram as desvalorizações mais recentes para reforçarem as suas posições. O mercado encontra-se agora a reagir a uma série de resultados trimestrais, numa lista onde se incluem os alemães Commerzbank e Rheinmetall, bem como a britânica AstraZeneca.
A esta hora, o Stoxx 600 cede 0,17% para 570,95 pontos, depois de ontem ter conseguido recuperar uns ligeiros 0,23%. Os setores da energia e da construção são os principais penalizadores do "benchmark" europeu neste momento, com o setor tecnológico - que tem estado em foco após um grande "sell-off" - a encontrar-se praticamente inalterado.
Num dia marcado por uma grande afluência de resultados trimestrais, o banco alemão Commerzbank - que está a ser alvo de uma abordagem hostil por parte do italiano UniCredit - desliza 2,74% para 31,65 euros, depois de ter registado uma quebra de quase 8% nos lucros para 591 milhões de euros no terceiro trimestre, devido a um aumento de custos de 5% e a maiores encargos com impostos.
Já a Rheinmetall avança 2,34% para 1.747 euros, após ter assegurado os investidores que está num bom caminho para conseguir alcançar os seus objetivos para este ano. A empresa do ramo da defesa registou um aumento de 20% nas vendas consolidadas nos primeiros nove meses do ano, atingindo ainda um crescimento de 18% nos lucros operacionais para 835 milhões de euros.
Por sua vez, a britânica AstraZeneca cai 0,64% para 1.237 libras, isto apesar de até ter conseguido superar as expectativas dos analistas para o terceiro trimestre. As vendas dos medicamentos para o tratamento do cancro e de doenças cardiovasculares da empresa permitiram que a farmacêutica registasse um aumento de 12% nos lucros para 2,38 libras por ação - acima dos 2,3 previstos pelos analistas.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX perde 0,27%, o português PSI desliza 0,82%, o francês CAC-40 desvaloriza 0,40% e o neerlandês AEX perde 0,10%, enquanto o britânico FTSE 100 cede 0,17% e o italiano FTSEMIB recua 0,27%. Já o espanhol IBEX 35 contraria a tendência de perdas e valoriza 0,13%
Juros aliviam na Zona Euro. BCE centra atenções
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a aliviar esta quinta-feira, embora com movimentações limitadas, numa altura em que as principais praças da região negoceiam em território negativo. Os recuos acontecem ainda num dia em que uma série de membros do Banco Central Europeu (BCE) vão discursar, numa lista que inclui Isabel Schnabel, Joachim Nagel e Philip Lane, com os investidores atentos a possíveis pistas sobre o futuro da política monetária do bloco da moeda única europeia.
Neste contexto, os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a Zona Euro, cedem 0,9 pontos base para 2,662%, enquanto a "yield" das obrigações francesas com a mesma maturidade cai 0,7 pontos para 3,448%. Já em Itália, os juros recuam na mesma magnitude, negociando nos 3,413%.
Pela Península Ibéria, a tendência de pequenos alívios mantém-se, com a "yield" das obrigações portuguesas a dez anos a caírem 0,7 pontos base para 3,018% e as espanholas a deslizarem 0,4 pontos para 3,174%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas também a dez anos recuam 0,2 pontos base para 4,459%, num dia em que o Banco de Inglaterra deve manter as taxas de juro inalterada, mas sinalizar um novo corte para o arranque do próximo ano.
Euro recupera de mínimos de três meses face ao dólar. Libra à espera do BoE
O dólar está a perder algum do terreno conquistado nas últimas sessões, que levaram a "nota verde" a negociar em máximos de três meses, embora as movimentações não sejam muito expressivas. Já a libra avança com cautela, num dia em que o Banco de Inglaterra vai decidir se avança - ou não - com um novo corte nas taxas de juro.
A esta hora, o euro valoriza 0,17% para 1,1511 dólares, enquanto a libra acelera 0,11% para 1,3066 dólares, recuperando de mínimos de sete meses contra a moeda norte-americana. Já a "nota verde" continua a perder espaço para a divisa japonesa, ao desvalorizar 0,27% para 153,71 ienes.
Embora os investidores não estejam convencidos de que o Banco de Inglaterra (BoE) vá mesmo avançar com um corte de 25 pontos base nas taxas de juro na reunião que se realiza esta quinta-feira, é esperado que adote um tom mais "dovish", à medida que a inflação diminui e a economia dá sinais de desaceleramento.
"É difícil imaginar que a libra esterlina tenha um aumento neste caso. Mesmo que não haja corte... acreditamos que o banco sinalizará que um corte está a caminho", explica Rodrigo Catril, estratega de mercados cambias do National Australia Bank, à Reuters. O analista refere ainda que, caso a moeda caia abaixo do nível de resistência de 1,30 dólares, poderá voltar a testar os mínimos de abril, quando chegou a negociar na casa dos 1,27 dólares.
Nas criptomoedas, a bitcoin desvaloriza 0,62% para 103.249,60 dólares, depois de ter chegado a negociar abaixo dos 100 mil dólares nas duas últimas sessões. Estas perdas seguem-se ao primeiro mês no vermelho para a moeda digital mais famosa do mundo desde 2018, numa altura em que a incerteza nos mercados tem castigado os criptoativos.
Ouro avança apesar de mercado laboral mais resiliente nos EUA
A onça de ouro está a negociar em terreno positivo esta quinta-feira, apoiada num dólar mais fraco e na incerteza em torno da economia norte-americana, numa altura em que o atual "shutdown" do governo federal é já o maior da história. Na sessão de ontem, dados da ADP - uma empresa privada de processamento de salários - demonstraram um mercado laboral mais resiliente do que o antecipado, mas os investidores continuam à espera de dados oficiais para medir o pulso à maior economia do mundo.
A esta hora, o ouro avança 0,71% e volta a negociar acima da marca dos 4 mil dólares por onça, chegando mesmo aos 4.007,66 dólares. O metal precioso atingiu máximos históricos a 20 de outubro deste ano, nos 4.381,21 dólares, mas desde aí já desvalorizou cerca de 9%, pressionado, em grande parte, pela diminuição das expectativas em torno de um corte nas taxas de juro em dezembro por parte da Reserva Federal (Fed).
O mercado de "swaps" vê agora uma probabilidade de 63% do banco central avançar com uma flexibilização monetária na próxima reunião. É um valor bastante abaixo dos 90% registados na semana passada, antes de Jerome Powell dizer que um novo corte estava tudo menos garantido em dezembro. Os novos dados da ADP parecem ter tido pouco impacto nestes valores, apesar de terem apontado para a criação de 42 mil postos de trabalho em outubro - acima das perspetivas de 28 mil.
"O ouro está a contrariar a tendência, subindo apesar dos dados macroeconómicos mais fortes nos EUA, uma vez que os investidores não perderam de vista o facto de a atual paralisação do governo ser a mais longa até à data", explica Tim Waterer, analista de mercados da KCM Trade, à Reuters. "O dólar caiu um pouco, o que está a facilitar a tarefa do ouro em termos de ganhar força para subir", concluiu.
Petróleo recupera terreno perdido mas procura novos catalisadores
O barril de petróleo está a recuperar ligeiramente esta quinta-feira das quedas registadas nas duas sessões anteriores, numa altura em que os investidores digerem o maior aumento de "stocks" de crude nos EUA desde julho, bem como o corte nos preços por parte do maior produtor da matéria-prima na Arábia Saudita.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – sobe 0,45%, mantém-se abaixo da marca dos 60 dólares por barril, encontrando-se a negociar nos 59,88 dólares. Já o Brent – de referência para o continente europeu – soma 0,38% para 63,76 dólares por barril.
De acordo com o American Petroleum Institute, os inventários de petróleo bruto nos EUA aumentaram em 6,5 milhões de barris na semana passada - o maior aumento desde julho deste ano. No entanto, os "stocks" de combustível acabaram por diminuir em 5,65 milhões no caso da gasolina, atingindo mínimos de cinco anos, e em 2,46 milhões de barris no caso dos destilados.
Já na Arábia Saudita, a gigante petrolífera Saudi Aramco decidiu reduzir os preços do crude para os clientes asiáticos de forma drástica, mas que ficou em linha com as expectativas dos analistas, numa altura em que se antecipa um excedente de petróleo para o próximo ano. "Espera-se que a pressão descendente continue a dominar o mercado atual, uma vez que as preocupações com a procura persistem", explica Kim Kwangrae, analista de commodities da Samsung Futures, à Bloomberg.
Desde o arranque do ano, o Brent já caiu cerca de 15%, pressionado pela reversão dos cortes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e por perspetivas de um excedente para 2026. No entanto, as sanções norte-americanas às petrolíferas russas, bem como os ataques da Ucrânia às instalações energéticas do país vizinho, acabaram por reduzir o tamanho das perdas.
Ásia recupera após duas sessões em queda. Europa inalterada
Depois de dois dias em "sell-off", as principais praças asiáticas encerraram a sessão desta quinta-feira em modo de recuperação, numa altura em que os investidores aproveitam as desvalorizações mais recentes para reforçarem as suas posições - o chamado "buying the dip". Os resultados trimestrais resilientes das empresas, aliados a dados económicos mais fortes do que antecipado, acabaram por afastar, mesmo que momentaneamente, os receios do mercado de que as ações, particularmente as ligadas à inteligência artificial (IA), poderiam estar sobrevalorizadas.
"O mercado está a recuperar, com os 'dip buyers' a dominarem”, começa por explicar Takehiko Masuzawa, diretor de negociação de ações da Phillip Securities Japan, à Bloomberg. “Os investidores estão cautelosos com as empresas de semicondutores de IA, mas não continuam a vender —porque todos ainda querem comprá-las", acrescenta.
Após terem vivido a pior sessão desde abril, quando o Presidente norte-americano, Donald Trump, apresentou ao mundo a sua nova política comercial, o MSCI AC Asia-Pacific acelerou 1,1% - com Hong Kong e Tóquio a encabeçarem os ganhos regionais. O Hang Seng acabou por crescer mais de 2% esta quinta-feira, enquanto o Nikkei 225 ganhou 1,34%.
As ações do Softbank Group estiveram em destaque nesta sessão, depois de terem afundado mais de 10% na quarta-feira. O banco japonês foi castigado pelos investidores devido à grande exposição da sua carteira de investimentos ao setor tecnológico. A correção chegou, com a cotada a acelerar quase 3%, num dia em que se soube que a instituição financeira considerou comprar a fabricante de semicondutores norte-americana Marvell Technology.
Os movimentos registados nas principais praças asiáticas seguem-se a uma recuperação em Wall Street, com as grandes tecnológicas a servirem de motor para uma sessão de ganhos. A negociação esteve ainda a ser impulsionada por dados que mostram que o mercado laboral norte-americano não está assim tão frágil como antecipado, o que, embora diminua (ainda mais) as expectativas em torno de um corte nas taxas de juro já em dezembro, acaba por afastar preocupações que a maior economia do mundo pode estar a enfrentar demasiada turbulência.
Pela Europa, e depois de uma sessão em alta, a negociação de futuros do Euro Stoxx 50 aponta agora para uma abertura sem grandes movimentações, num dia em que os investidores vão estar a reagir à evolução das vendas a retalho na União Europeia e à decisão de política monetária do Reino Unido - bem como uma série de resultados trimestrais.
Mais lidas
O Negócios recomenda