Bolsas e juros das obrigações com quedas históricas por medo do coronavírus
Os mercados em númerosPSI-20 recuou 3,85% para 4.671,50 pontos
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Stoxx 600 caiu 3,67% para 366,80 pontos
S&P 500 desvaloriza 2,58% para os 2.946,00 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos aliviam 0,9 pontos base para 0,278%
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Euro avança 0,78% para 1,1325 dólares
Petróleo em Londres afunda 8,92% para os 45,52 dólares por barril
Bolsas voltam a sucumbir perante o Covid-19
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A generalidade das bolsas europeias recuou para mínimos de pelo menos um ano na sessão desta sexta-feira, 6 de março, um dia em que o medo quanto ao impacto do coronavírus numa economia global em abrandamento voltou a prevalecer no sentimento dos investidores.
O índice Stoxx600 terminou o dia a perder 3,67% para 366,80 pontos, na segunda sessão consecutiva no vermelho, deixando o índice de referência europeu em mínimos de agosto de 2019. Com todos os setores do velho continente a penalizar, o setor petrolífero liderou as perdas na Europa, acompanhando a descida acentuada do preço do petróleo nos mercados internacionais.
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Já o lisboeta PSI-20 caiu 3,85% para 4.671,50 pontos, para negociar na cotação mais baixa desde dezembro de 2018. Apesar de a semana ter voltado a ser dominada pela evolução da epidemia do vírus chinês, tanto o Stoxxx600 como o PSI-20 baixaram as perdas semanais para 1,98% e 2,36%, respetivamente, o que compara com as perdas semanais registadas na semana passada (-11,53% e -12,25%).
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A bolsa grega (-6,22%) e a bolsa francesa (-4,14%) transacionaram em mínimos de fevereiro de 2019, enquanto os principais índices da Alemanha (-3,37%) e de Itália (-3,50%) caíram para mínimos de agosto do ano passado.
Os títulos bolsistas voltaram a ser fortemente pressionados pela aposta dos investidores em ativos considerados mais seguros, o que permitiu às "yields" da dívida dos Estados Unidos recuarem para mínimos históricos. O medo de que o coronavírus irá mesmo impactar negativamente a evolução da economia mundial voltou a prevalecer e a sobrepor-se aos dados robustos relativos ao mercado laboral norte-americano.
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Juros prosseguem tendência de alívio na Zona Euro
Os custos associados às dívidas públicas dos países que integram a área do euro apresentam novamente uma tendência de alívio, o que se verifica de forma mais visível nas taxas de juro da dívida alemã, pois é esta que os investidores consideram mais segura num contexto de perturbação nos mercados.
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A taxa de juro correspondente aos títulos soberanos de Portugal a 10 anos caíram 0,9 pontos base para 0,278%. Já a "yield" correspondente às obrigações da Alemanha recua 3,8 pontos base para -0,728% numa sessão em que os juros das "bunds" germânicas voltaram a atingir novos mínimos históricos na sétima descida consecutiva. Algo que aconteceu também novamente com os juros da dívida norte-americana.
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Já os juros associados à dívida de Itália com maturidade a 10 anos negoceia inalterada nos 1,063%, o que é ainda assim suficiente para interromperem um ciclo de dois dias a subir.
Euro em máximos de sete meses contra o dólar
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O euro valoriza pela segunda sessão seguida nos mercados cambiais face ao dólar, estando a apreciar 0,78% para 1,1325 dólares, estando assim a negociar em máximos de julho de 2019 em relação à divisa norte-americana. Já o dólar transaciona em mínimos de fevereiro do ano passado contra um cabaz das principais moedas mundiais.
A moeda única europeia está a beneficiar da escassa margem de que o Banco Central Europeu (BCE) dispõe para baixar os juros diretores na Zona Euro, em especial se for comparada com a capacidade de atuação de outros bancos centrais relevantes. É o caso da Reserva Federal dos Estados Unidos que esta semana decretou um corte dos juros de 50 pontos base.
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Falta de acordo na OPEP+ leva a queda de 8% no petróleo
O petróleo está a cair mais de 8% tanto em Nova Iorque como em Londres após ter sido noticiado que não há acordo entre as nações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para cortar mais a produção.
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Segundo a Bloomberg, formalmente a reunião da OPEP+ ainda decorre em Viena, na Áustria, mas os delegados de vários países já disseram que não haverá um acordo. O bloqueio está a ser exercido pela Rússia cuja economia e Orçamento do Estado é mais resistente a uma cotação mais baixa do barril.
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O problema é agravado por um outro pormenor: segundo a Bloomberg, a redução já existente de 2,1 milhões de barris por dia não irá continuar para lá do final de março.
O WTI, negociado em Nova Iorque, desce 8,56% para os 41,97 dólares por barril, negociando em mínimos de agosto de 2017. Desde o início do ano, o WTI perde 30,56%.
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Já o Brent, que é transacionado em Londres e que serve de referência para as importações portuguesas, desvaloriza 8,92% para os 45,52 dólares por barril. Na semana passada, o Brent perdeu 13,64%, registando a pior semana desde a crise financeira de 2008. Desde o início do ano, o Brent cede 29,91%.
Ouro cai após estabelecer novo máximo
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O metal preciso está a desvalorizar 0,14% para 1.669,82 dólares por onça, isto numa sessão em que até chegou a tocar no valor mais alto desde janeiro de 2013 (1.690 dólares por onça).
Apesar de ter invertido, com uma valorização de 5,13% acumulada até ao momento durante esta semana, o ouro encaminha-se para registar a maior subida semanal desde fevereiro de 2016.
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