"Earnings season" abaixo do esperado não abala praças europeias

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quarta-feira.
bolsas, subida, mercados, Europa
Kai Pfaffenbach/Reuters
Fábio Carvalho da Silva e Diogo Mendo Fernandes 25 de Outubro de 2023 às 17:52
Últimos eventos
Hong Kong com maior subida desde agosto à boleia de Pequim. Europa sem rumo

A sessão asiática fechou em alta, motivada pelo facto de Pequim ter aprovado mais estímulos para  impulsionar a economia do país.

Pequim aprovou um plano para aumentar o rácio do défice fiscal para este ano de 3% para 3,8%, Esta subida do tecto da dívida já conta com uma emissão de dívida adicional de mil milhões de yuans (130 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual).

Por outro lado, a pressionar o sentimento, esteve o primeiro incumprimento da Country Garden, que pela primeira vez não conseguiu pagar uma emissão em dólares.

Assim Hong Kong subiu mais de 3%, tendo registado a subida mais alta desde agosto. Entretanto, a praça reduziu os ganhos tendo terminado o dia a valorizar 1,3%.

Também Xangai encurtou os ganhos, tendo encerrado a sessão a valorizar 0,4%.

No Japão, o Topix sobe 0,61% e o Nikkei arrecada 0,67%. Na Coreia do Sul, o Kospi contrariou a tendência e perdeu 0,83%.

Na Europa os futuros sobre o Euro Stoxx 50 negoceiam praticamente inalterados.  

Petróleo cede pelo quarto dia de olhos postos no Médio Oriente

O petróleo cai pelo quarto dia, numa altura em que o mercado acredita que existem sinais de que, pelo menos para já, a guerra entre Israel e o Hamas deve manter-se contida.

O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – cede 0,41% para 83,4 dólares por barril.

O Brent do Mar do Norte – referência das importações europeias – desce 0,34% para 87,77 dólares por barril.

Esta terça-feira, a Casa Branca anunciou que os EUA e a Arábia Saudita concordaram em prosseguir os esforços diplomáticos para manter a estabilidade em todo o Médio Oriente, de forma a aliviar os receios dos investidores relativamente ao futuro do mercado petrolífero.

Ouro brilha após dois dias de perdas

O ouro valoriza após dois dias de perdas, numa altura em que os investidores se mantêm atentos ao desempenho das "yields" da dívida soberana norte-americana.

O metal amarelo sobe assim 0,14% para 1.973,67 dólares a onça. O paládio seguiu esta tendência positiva, enquanto prata e platina estão em queda.

Na segunda-feira, os juros da "treasuries" a 10 anos ultrapassaram a fasquia dos 5% pela primeira vez desde 2007, tendo entretanto aliviado abaixo deste patamar.

O agravamento dos juros tende a ser penalizador para o ouro, já que o metal amarelo não remunera em juros.

Euro recua face ao dólar. "Tranquilidade" dos investidores antes do BCE em mínimos de 20 meses

O euro recua ligeiramente (0,07%) para 1,0586 dólares, um dia antes da reunião de política monetária do BCE, que ditará o futuro dos juros diretores na Zona Euro.

No mercado de opções que têm como ativo subjacente este par cambial a volatilidade "overnight" (a um dia) cresce 599 pontos base para 12,11%, sendo o valor mais baixo para um dia antes de uma reunião do BCE, como não era visto desde as vésperas do encontro do banco central que ocorreu em fevereiro do ano passado.

O índice do dólar da Bloomberg –que mede a força da nota verde contra outras divisas – avança ligeiramente (0,07%) para 106,341 pontos.

O renmimbi cai 0,08% para 0,1367 dólares, depois de Pequim ter aprovado a subida do rácio do défice para impulsionar a economia.

Por outro lado, a pressionar o sentimento, esteve o primeiro incumprimento da Country Garden, que pela primeira vez não conseguiu pagar uma emissão em dólares.

Juros agravam-se na Zona Euro

Os juros agravam-se na Zona Euro, numa altura em que também a "yield" norte-americana segue a mesma tendência.

Este movimento ocorre ainda numa altura em que os investidores distribuem a sua atenção entre a guerra no Médio Oriente, os estímulos económicos na China e o decorrer da "earnings season" na Europa e nos EUA.

Os investidores aguardam ainda a reunião do BCE que decorre esta quinta-feira, e que ditará o futuro dos juros diretores na Zona Euro.

A "yield" das Bunds alemãs a 10 anos – "benchmark" para a Zona Euro – agrava-se 0,5 pontos base para 2,828%.

A rendibilidade da dívida portuguesa que vence em 2033 cresce 2 pontos base para 3,498%.

Os juros dos títulos espanhóis a 10 anos sobem 1,7 pontos base para 3,948%.

A rendibilidade da dívida italiana com a mesma maturidade soma 3,5 pontos base para 4,854%.

Nos EUA, a "yield" das "treasuries" a 10 anos soma 1,9 pontos base para 4,842%. Nos últimos dias as obrigações norte-americanas têm centrado as atenções dos investidores, depois de a dívida do país a 10 anos ter superado, pela primeira vez em 16 anos, a fasquia dos 5%, esta segunda-feira.

Ventos da "earnings season" empurram Europa para o vermelho. Dona da Gucci cai mais de 3%

Os ventos da "earnings season" já começam a mexer no sentimento do mercado, com os resultados de algumas empresas do segmento do consumo a alimentar a preocupação e a questão: quão está o abrandamento económico a prejudicar os lucros das empresas do bloco?

Numa tentativa de resposta dos investidores, as ações da Kering deslizam 3,58%, depois da dona da Gucci ter reportado uma quedas nas vendas, à medida que o mercado do luxo abranda.

Também a empresa de artigos para o lar Reckitt Benckiser cede 2,87%, depois das vendas terem ficado abaixo das estimativas dos analistas.

Como constata Patrick Saner, responsável pelo departamento de estratégia macro da Swiss Re, citado pela Bloomberg, "sem haver surpresas, registou-se uma desaceleração dos lucros, devido ao cenário macroeconómico desafiante e as margens de lucro no nível do índice continuam a cair".

Perante este cenário, o "benchmark" europeu Stoxx 600 regista uma queda de 0,45% para 433,13 pontos.

Entre os 20 setores que compõem o índice de referência europeu, imobiliário comanda as perdas, após o gigante chinês deste setor Country Gardens ter entrado em cumprimento, pela primeira vez, relativamente ao pagamento dos juros de obrigações emitidas em dólares.

Os setores das viagens e do retalho fecham o pódio da tabela das perdas.

Entre as principais praças europeias, Frankfurt cai 0,38%, Paris perde 0,53% e Madrid desvaloriza 0,78%.

Londres cede 0,09%, Amestrado negoceia na linha de água (-0,02%) e Milão cai 0,71%. Lisboa regista uma queda de 0,41%.

Wall Street abre mista. Resultados da Alphabet penalizam tecnológicas

Os principais índices em Wall Street abriram a negociar mistos esta quarta-feira, pressionados pelos resultados da Alphabet que ficaram abaixo do esperado, com a divisão de "cloud" a falhar as estimativas de receitas.

Outras "mega-caps" estão a ser penalizadas pela subida das "yields" da dívida norte-americana.

O S&P 500, referência para a região, perde 0,55% para 4.224,23 pontos, o industrial Dow Jones recua 0,29% para 33.236,01 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite desvaloriza 1,09% para 12.997,18 pontos.

Entre os principais movimentos de mercado, a Alphabet cai 8,59% para 126,89 dólares, apesar de ter apresentado lucros superiores ao esperado, viu o segmento de "cloud" registar o crescimento mais lento dos últimos 11 meses.

"Os investidores estão preocupados com o a Alphabet estar a perder para a Microsoft e para a Amazon num setor entendido como tendo um enorme potencial de crescimento dado o futuro da inteligência artificial", disse à Reuters o analista David Morrison da Trade Nation.

Já a Microsoft ganha 4,15%, para 344,24 dólares após ter superado as expectativas dos resultados do primeiro trimestre em todos os segmentos, incluindo o negócio da "cloud". A tecnológica lucrou 22,3 mil milhões de dólares no primeiro trimestre fiscal, uma subida homóloga de 27% e acima do esperado pelos analistas.

Depois de ter cortado o número de entregas para 737 este ano a Boeing avança 1,31%, após ter revelado, nas contas do terceiro trimestre, que vai manter os objetivos de gerar entre três a cinco mil milhões de fluxo de caixa.

Em termos de divulgação de dados, os investidores vão estar atentos às estatísticas da venda de casas em setembro nos Estados Unidos, bem como o PIB do terceiro trimestre que será conhecido na quinta-feira.

Ouro valoriza com escalada do conflito no Médio Oriente

O ouro está a valorizar ligeiramente, numa altura em que os investidores estão a optar por ativos que aportam menor risco.

O mercado continua focado no desenvolver do conflito no Médio Oriente, depois de uma noite em que Israel intensificou o bombardeamento em Gaza, mesmo com o aumento dos pedidos para uma pausa nos confrontos.

O metal amarelo avança 0,21% para 1.976,33 dólares por onça.

As preocupações geopolíticas não deverão desaparecer e vão, por isso, continuar a sustentar uma subida do ouro, disse à Reuters Bob Haberkorn, analista da RJO Futures.

A atenção dos investidores vira-se agora para os dados do PIB dos Estados Unidos que serão conhecidos na quinta-feira, bem como o índice de preços no produtor na sexta-feira, na expectativa de melhor compreenderem o estado da economia norte-americana e a decisão a tomar pela Fed na próxima reunião de política monetária.

"Earnings season" penaliza apetite pelo risco e leva a ganhos do dólar

O dólar norte-americano está a valorizar face ao euro e um conjunto de divisas rivais, numa altura em que o apetite dos investidores por ativos de risco está a diminuir. A pressionar estão os resultados de algumas empresas que colocam pressão nas perspetivas económicas nos Estados Unidos.

O dólar avança 0,02% para 0,9445 euros, enquanto o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da nota verde contra outras divisas – avança ligeiramente (0,07%) para 106,341 pontos.

"Penso que é principalmente uma história de afastamento do risco", disse à Reuters Shaun Osborne, analista do Scotiabank, acrescentando que "o fraco apetite parece estar a ser condutor da subida do dólar".

Cenário macroeconómico na Europa penaliza preços do petróleo

Os preços do petróleo estão a negociar em baixa, com a possibilidade de menor procura por esta matéria-prima na Europa, dado o cenário económico mais fraco, a sobreporem-se aos receios de um escalar da guerra no Médio Oriente.

O mercado acredita que o conflito entre Israel e o Hamas ficará para já contido na região. O anúncio, pela Casa Branca, de que os Estados Unidos e a Arábia Saudita vão efetuar esforços diplomáticos para garantir a segurança na região estão também a contribuir para uma redução dos receios de uma disrupção naquela parte do mundo.

O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, cede 0,2% para 83,57 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, recua 0,14% para 87,95 dólares por barril.

Um conjunto de dados sobre a produção industrial e os serviços na Europa vieram relembrar que um cenário macroeconómico mais fraco em algumas das maiorias economias do Velho Continente podem penalizar a procura, disse à Reuters o analista John Evans da PVM.

Estes dados, acrescentou, "vão contra a ideia de que o petróleo estará livre de complicações nas perspetivas de fornecimento este inverno no Hemisfério Norte".

Apesar dos riscos de uma escalada no Médio Oriente não poderem ser descartados, afirma Warren Patterson, analista do ING também à Reuters, a curto-prazo o mercado é mais sensível a preocupações económicas.

Juros agravam-se na Zona Euro com melhoria do sentimento das empresas na Alemanha

Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro agravaram-se esta quarta-feira, num dia em que os investidores se focaram nos dados sobre o sentimento das empresas na Alemanha que melhorou em outubro.

A "yield" da dívida soberana portuguesa com maturidade a dez anos subiu 8,4 pontos base para 3,552% - sendo a segunda que mais se agravou entre os países da moeda única. Já os juros das Bunds alemãs com o mesmo prazo, referência para a região, somaram 6,3 pontos base para 2,886%, o maior avanço numa semana.

A rendibilidade da dívida italiana avançou 8,9 pontos base para 4,832%, os juros da dívida espanhola subiram 6,4 pontos base para 3,995% e os juros da dívida francesa somaram 6,7 pontos base para 3,514%.

Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica a dez anos agravaram-se 7,2 pontos base para 4,605%.

"Earnings season" abaixo do esperado não abala praças europeias

Os principais índices europeus terminaram a sessão ligeiramente em alta, com os ganhos do setor de recursos básicos a aligeirarem o sentimento dos investidores, que foi penalizado por resultados abaixo do esperado de algumas das maiores empresas e que geram receios de uma desaceleração económica.

O índice de referência europeu, Stoxx 600, avançou 0,04% para 435,27 pontos, com o setor de recursos básicos a subir perto de 1%. A sustentar os ganhos estiveram os resultados da sueca Billerud Aktiebolag, uma empresa de pasta de papel, que excederam as estimativas. Os ganhos do setor mineiro também ajudaram a esta subida.

Em sentido oposto, o imobiliário caiu quase 2%, penalizado pela subida das "yields", enquanto o retalho perdeu mais de 1%.

Entre os principais movimentos de mercado, a "fintech" Worldline afundou 59%, depois dos resultados da empresa terem ficado abaixo do esperado e de uma revisão em baixa das previsões de crescimento para o resto do ano.

Também a Kering, que detém marcas como a Balenciaga ou a Gucci, caiu 3,47%, depois de a empresa ter revelado, nas contas do terceiro trimestre, uma queda nas vendas dada a desaceleração no segmento de luxo a nível global.

Em sentido inverso, o Deutsche Bank valorizou 8%, depois de o banco ter anunciado receitas melhores do que o esperado e ter revelado que ia aumentar a remuneração aos acionistas.

"Ainda é cedo na época de resultados do terceiro trimestre, mas até agora os resultados na Europa têm sido modestos e muitas empresas caíram em bolsa, após terem apresentado resultados", disse à Bloomberg Patrick Saner, analista da Swiss Re.

"Sem surpresas, regista-se alguma desaceleração nos resultados devido a um cenário macroeconómico desafiante e as margens de lucro continuam a descer", completou.

Em sentido inverso, o Deutsche Bank valorizou 8%, depois de o banco ter anunciado receitas melhores do que o esperado e ter revelado que ia aumentar a remuneração aos acionistas.

"Ainda é cedo na época de resultados do terceiro trimestre, mas até agora os resultados na Europa têm sido modestos e muitas empresas caíram em bolsa, após terem apresentado resultados", disse à Bloomberg Patrick Saner, analista da Swiss Re.

"Sem surpresas, regista-se alguma desaceleração nos resultados devido a um cenário macroeconómico desafiante e as margens de lucro continuam a descer", completou.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX somou 0,08%, o francês CAC-40 valorizou 0,31%, o britânico FTSE 100 subiu 0,33% e o espanhol IBEX 35 avançou 0,1%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,07%.

Em Milão, o FTSEMIB caiu 0,52%.

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