Europa divide-se entre ganhos e perdas. L'Oréal afunda mais de 6%
Gilts britânicas registam forte alívio. Juros da Zona Euro agravam-se
Libra cai contra o euro com inflação no Reino Unido. Iene recupera
Ouro continua em queda livre e atinge mínimos de duas semanas
Petróleo avança mais de 2% com EUA e Índia mais próximos de acordo
Wall Street divide-se entre ganhos e perdas. Netflix afunda mais de 7%
Europa pressionada por resultados do setor do luxo. L'Oréal e Hermès perdem mais de 4%
Inflação britânica abaixo do esperado dá forte alívio a juros das "Gilts"
Iene e euro ganham terreno. Libra cede face ao dólar
Ouro negoceia com ganhos após maior queda em 12 anos
Petróleo sobe perto de 2% e recupera de mínimos de cinco meses
Japão volta a fechar em máximos com mineiras e tecnológicas a pressionar a China
Europa divide-se entre ganhos e perdas. L'Oréal afunda mais de 6%
As principais praças europeias encerraram a sessão desta quarta-feira divididas entre ganhos e perdas, num dia em que os investidores estiveram a reagir a uma série de resultados trimestrais. Entre o leque de empresas que apresentaram contas ao mercado, a L’Oréal, a Hermès e o Barclays dominaram atenções, com as duas primeiras cotadas a registarem vendas que ficaram abaixo das estimativas dos analistas.
O Stoxx 600, "benchmark" para a negociação europeia, recuou 0,18% para 572,29 pontos, pressionado em grande perto pelo setor tecnológico e automóvel - que caíram ambos mais de 1%. "Estamos a assistir a maior valor e maior crescimento nos setores industriais, enquanto o consumidor continua cauteloso devido à grande incerteza em relação a tarifas, impostos e política", explica Anthi Tsouvali, estratega de ativos da UBS Global Wealth Management, à Bloomberg.
A L'Oréal afundou 6,70% para 371,35 euros, depois de ter registado vendas inferiores ao esperado pelos analistas no terceiro trimestre do ano. A empresa de cosméticos francesa viu as suas receitas crescerem 4,2% para 10,3 mil milhões de euros - um valor que fica aquém da subida de 4,9% estimada pelo mercado. Apesar dos resultados e da queda em bolsa, a L'Oréal continua a mostrar interesse no grupo Armani.
Já a Hermès caiu 2,27% para 2.199 euros, após a fabricante das malas Birkin ter divulgados receitas abaixo das expectativas dos analistas. Entre julho e setembro, a empresa francesa registou vendas de 3,88 mil milhões de euros, um crescimento de 9,6% impulsionado principalmente pelos EUA, mas que mesmo assim ficou ligeiramente aquém das estimativas de mercado - que viam um crescimento de 10%. Os analistas preveem ainda que a produção limitada da cotada - que a protegeu de maiores quedas em trimestres anteriores - sirva agora de obstáculo ao crescimento.
Por outro lado, o Barclays disparou 4,61% para 3,81 libras, a melhor sessão em seis meses, depois de o banco britânico ter revisto em alta a previsão relativa ao retorno sobre capitais próprios para este ano, além de ter anunciado uma recompra de ações no valor de 500 milhões de libras (cerca de 575 milhões de euros, ao câmbio atual).
Ainda em destaque esteve o setor tecnológico, que foi pressionado pelo impacto negativo dos resultados da norte-americana Texas Instruments nas ações ligadas ao fabrico de semicondutores. A fabricante de "chips" abalou o setor com uma previsão para o quarto trimestre do ano que ficou bastante aquém das expectativas. As europeias Infineon Technologies e STMicroelectronics caíram em reação.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX caiu 0,75%, o espanhol IBEX 35 avançou 0,09%, o italiano FTSEMIB desvalorizou 1,03%, o francês CAC-40 perdeu 0,63%, o britânico FTSE 100 ganhou 0,93% e o neerlandês AEX cedeu 0,06%.
Gilts britânicas registam forte alívio. Juros da Zona Euro agravam-se
Os juros da dívida soberana dos países da Zona Euro registaram agravamentos esta quarta-feira, com menor procura de obrigações por parte dos investidores, que estão a voltar aos ativos de risco.
Os juros das "Bunds" alemãs com maturidade a dez anos, e que servem de referência para a Zona Euro, subiram 1,1 pontos-base para 2,562%, enquanto a rendibilidade da dívida soberana francesa agravou-se em 1,2 pontos-base para 3,353%.
Na Península Ibérica, os juros da dívida portuguesa também a dez anos subiram 1,1 pontos para uma taxa de 2,936%, enquanto no país vizinho o aumento foi de 1 ponto para 3,089%. Em Itália, a rendibilidade da dívida foi a que menos cresceu na sessão de hoje, apenas 0,5 pontos-base, para 3,346%.
Em contraciclo e fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas, a dez anos, aliviaram significativamente: desceram 6 pontos-base para 4,416%, no dia em que os dados da inflação de setembro surpreenderam o mercado, com a taxa a permanecer inalterada em 3,8%, contrariando todas as apostas dos analistas, que previam uma subida. Assim, os investidores reforçaram as apostas numa descida dos juros pelo Banco de Inglaterra nas reuniões até ao final do ano.
Libra cai contra o euro com inflação no Reino Unido. Iene recupera
A libra está a perder terreno contra o euro, isto depois de a inflação no Reino Unido ter ficado abaixo das previsões. Em setembro, a taxa manteve-se em 3,8%, abaixo das expectativas dos economistas e do Banco de Inglaterra (BoE).
"Quando, recentemente, o BoE começou a enviar sinais mais agressivos, os governadores tinham uma visão 'fora do consenso' de que a inflação seria mais forte do que o que os mercados ou os economistas esperavam, o que não está realmente acontecer neste momento", disse Francesco Pesole, analista de câmbio do ING, à Reuters.
Os investidores apontam, assim, uma probabilidade de 75% do banco central britânico cortar as taxas de juro no final do ano, uma subida face aos 46% apontados antes dos dados desta quarta-feira.
O Goldman Sachs vê os dados como "significativos" e "genuínos" "e como um aumento do risco de que o próximo corte de juros do BoE ocorra antes do cenário base da reunião de fevereiro", numa nota citada pela agência.
Esta tarde, a libra estabiliza nos 1,3372 dólares e o euro sobe 0,27% para 0,8691 libras.
Já o dólar está a cair ligeiramente, com o índice DXY a recuar 0,13% para 98,81 pontos e o euro a subir 0,18% para 1,1620 dólares, numa altura em que o Presidente dos EUA, Donald Trump, rejeita o pedido dos principais legisladores democratas para se reunirem até o fim da paralisação do governo dos EUA, que já dura há três semanas.
O impasse no Senado complica a tarefa do banco central norte-americano para a reunião de política monetária de dois dias, que tem início a 29 de outubro. Ainda assim, tudo aponta para que a Reserva Federal reduza a taxa de juro em 25 pontos-base na próxima semana e novamente em dezembro, de acordo com uma pesquisa da Reuters.
O iene vai recuperando das quedas de ontem, quando atingiu mínimos de uma semana em relação ao dólar, com os investidores a reagirem à notícia de que a nova primeira-ministra, Sanae Takaichi, estará a preparar um pacote de estímulo económico que deverá exceder os 13,9 biliões de ienes do ano passado para ajudar as famílias japonesas a combater a inflação.
"As primeiras declarações de Takaichi como primeira-ministra sugerem que quer acalmar os mercados e não agravar nenhuma fraqueza do iene no momento", disse ainda Pesole, do ING. Esta tarde, o dólar cai 0,13% para 151,73 ienes e o euro negoceia na linha d'água nos 176,30 ienes.
Ouro continua em queda livre e atinge mínimos de duas semanas
O ouro está, mais uma vez, a negociar em território negativo, com perdas de quase 2%. O metal precioso atingiu esta quarta-feira mínimos de duas semanas, depois de ter chegado a registar a maior queda em mais de uma década na sessão anterior - tendo fechado a negociação com perdas superiores a 5%.
A esta hora, o ouro recua 1,75% para 4.052,56 dólares por onça, apesar de até ter arrancado o dia com pequenas valorizações. Os mais recentes máximos históricos do metal amarelo, agrupados com um alívios das tensões comerciais, levaram os investidores a aproveitarem o momento para proceder com a tomada de mais-valias, numa altura em que os mercados antecipam ainda os dados da inflação nos EUA referentes a setembro.
"Dada a forte subida ao longo das últimas semanas, não nos surpreende completamente ver alguma realização de lucros antes do relatório do índice dos preços no consumidor na sexta-feira", explica David Meger, diretor de negociação de metais da High Ridge Futures, à Reuters. Desde o início do ano, o ouro já acelerou cerca de 54% e chegou a tocar pela primeira vez na história nos 4.381,21 dólares por onça - antes de cair de forma abrupta.
Apesar de os economistas preverem que a inflação tenha ficado inalterada nos 3,1% em setembro, os mercados continuam a apostar em dois cortes de 25 pontos base nas taxas de juro até ao final do ano. Mesmo com os preços longe do objetivo de 2% estipulado pelo banco central, a Reserva Federal (Fed) norte-americana deve continuar a aliviar a sua política monetária de forma a dar algum alento ao mercado laboral - que continua a demonstrar sinais de arrefecimento.
Petróleo avança mais de 2% com EUA e Índia mais próximos de acordo
O barril de petróleo está a valorizar mais de 2% esta quarta-feira, marcando a segunda sessão consecutiva em alta, numa altura em que EUA e Índia mostram sinais de aproximação e, de acordo com a imprensa local, já estão a ultimar os detalhes de um novo acordo comercial - o que poderia levar Nova Deli a diminuir as importações de crude russo.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – avança 2,36% para os 58,59 dólares por barril, enquanto o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 2,09% para os 62,60 dólares por barril.
Na terça-feira, o Presidente dos EUA voltou a afirmar que a Índia estaria disposta a reduzir ou até mesmo a parar a compra de petróleo russo, após uma conversa com o primeiro-ministro do país, Narendra Modi. Donald Trump já o tinha sugerido, mas os mercados ficaram de pé atrás com a promessa, uma vez que não existiu nenhum sinal da parte de Nova Deli que indicasse um arrefecimento das importações de crude.
Entretanto, a imprensa local noticiou que os EUA e Índia estão prestes a alcançar um novo acordo comercial, após vários meses de negociação, que poderá reduzir as tarifas norte-americanas a produtos oriundos da nação asiática de 50% para os 15% ou 16%. Os jornais indianos indicam que a compra de crude russo pode vir a ser utilizada como moeda de troca para a redução das taxas alfandegárias, numa altura em que a Casa Branca tem aumentado os esforços para cortar as fontes de financiamento de Vladimir Putin e da guerra com a Ucrânia.
"Os preços do petróleo subiram após relatos sugerirem que os EUA e a Índia estão perto de finalizar um acordo comercial, que poderá levar a Índia a reduzir gradualmente as importações de petróleo bruto russo, potencialmente aumentando a procura por outros tipos de petróleo", explica Soojin Kim, analista da MUFG, à Reuters.
Wall Street divide-se entre ganhos e perdas. Netflix afunda mais de 7%
Os principais índices norte-americanos arrancaram a sessão desta quarta-feira divididos entre ganhos e perdas, sem grandes movimentações, num dia em que os investidores se encontram a reagir aos resultados da gigante do streaming Netflix - que acabaram por ficar abaixo das expectativas dos analistas.
O S&P 500 arrancou a ganhar 0,04% para 6.737,77 pontos, enquanto o industrial Dow Jones perde 0,12% para 46.867,27 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite cai 0,05% para 22.942,68 pontos. Os três principais índices dos EUA já tinham encerrado a sessão anterior divididos, com o Dow Jones a ser o único a terminar em território positivo, impulsionado por uma onda de novos resultados de uma série de cotadas, como a 3M e a General Motors.
Com o foco ainda na "earnings season", a Netflix está a afundar 7,53% para 1.147,85 dólares, depois de ter apresentado um lucro por ação de 5,87 dólares - bastante aquém das estimativas dos analistas que apontavam para os 6,94 dólares. Os resultados foram negativamente impactados por uma disputa fiscal no Brasil, que levou a gigante do streaming a apresentar lucros operacionais trimestrais de 3,24 mil milhões, cerca de 400 milhões abaixo das projeções da empresa.
A pressionar Wall Street está ainda a Texas Instruments, que mergulha a esta hora 7,95% para 166,46 dólares. A fabricante de semicondutores abalou o setor dos semicondutores com uma previsão para o quarto trimestre do ano que ficou bastante aquém das expectativas. A empresa estima que o seu lucro por ação na reta final do ano fique entre os 1,13 e 1,39 dólares - abaixo do previsto pelo mercado, que apontava para os 1,41 dólares.
O "guidance" acabou por pintar o setor dos semicondutores de vermelho, com a Peers Microchip Technology a cair 3%, a ON Semiconductor a ceder 2,5% e a Analog Devices a perder 3,58%. Já a Nvidia consegue resistir e valoriza, a esta hora, 0,44% - tendo apresentação de resultados marcada para 19 de novembro.
Ainda nas Sete Magníficas, a Tesla vai ser a primeira do grupo seleto de cotadas a prestar contas ao mercado. A fabricante de veículos elétricos liderada por Elon Musk divulga resultados depois do fecho da sessão, com os analistas a anteciparem uma redução substancial nas receitas da empresa, que devem passar, em termos homólogos, de 25,18 mil milhões de dólares para 24,55 mil milhões no terceiro trimestre.
Apesar dos resultados das três cotadas citadas anteriormente, esta "earnings season" está a ser especialmente positiva para as empresas norte-americanas. Das 78 cotadas do S&P 500 que já apresentaram contas, 87% conseguiram ficar acima das previsões do mercado, de acordo com dados do LSEG, citados pela Reuters. Os analistas antecipam agora que os lucros das empresas cresçam 9,2% no terceiro trimestre - uma revisão em alta da estimativa de 8,8% do início do mês.
Europa pressionada por resultados do setor do luxo. L'Oréal e Hermès perdem mais de 4%
Os principais índices europeus negoceiam com uma maioria de perdas nesta quarta-feira, numa altura em que a divulgação de resultados de cotadas como a L’Oréal e a Hermès seguem a pressionar as bolsas do Velho Continente. Isto depois de o “benchmark” se ter aproximado ontem de máximos históricos.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – cede 0,21%, para os 572,11 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX cai 0,24%, o espanhol IBEX 35 avança 0,35%, o italiano FTSEMIB desvaloriza 0,72%, o francês CAC-40 perde 0,71%, o britânico FTSE 100 ganha 0,71% e o neerlandês AEX mantém-se inalterado.
Após um forte início da temporada de apresentação de contas das cotadas europeias, impulsionado por empresas de artigos de luxo como a LVMH e a Kering, cotadas do mesmo setor estão hoje a pressionar a negociação, numa altura em que os investidores procuram por desenvolvimentos nas negociações comerciais entre os EUA e a China.
"Estamos a ver mais valor e mais crescimento nos setores industriais, é aí que vemos mais valor, enquanto o setor de consumo ainda está em baixa porque há muita incerteza no que diz respeito à política de tributação de tarifas”, disse à Bloomberg Anthi Tsouvali, da UBS Global Wealth Management. Nesta linha, a L'Oréal segue a cair mais de 6,50%, após ter reportado um crescimento de vendas no terceiro trimestre abaixo do esperado pelos mercados, com a fraqueza no mercado norte-americano a superar agora os sinais de melhoria no consumo de artigos de luxo na China – o maior mercado do setor.
Também francesa Hermès desvaloriza mais de 4%, já que à semelhança da L‘Oréal, também apresentou resultados que ficaram aquém das estimativas dos analistas.
Entre os setores, o automóvel recua 1,44% e o dos químicos perde mais de 0,80%.Por outro lado, as “utilities” lideram os ganhos com uma subida de 0,60%, seguindo-se o dos recursos naturais que avança 0,58%.
Entre outros movimentos do mercado, o Barclays valoriza 4,19%, depois de ter melhorado o seu "guidance” de retorno sobre o capital tangível para este ano e anunciado uma recompra de ações no valor de 500 milhões de libras.
Inflação britânica abaixo do esperado dá forte alívio a juros das "Gilts"
A taxa de juro da dívida do Reino Unido a 10 anos está a aliviar 7,5 pontos base, para 4,401% depois de a inflação britânica ter estabilizado nos 3,8% em setembro, abaixo dos 4% esperados pelos analistas. Esta leitura da inflação reforçou a expectativa de que o Banco de Inglaterra corte as taxas de juro.
Na Zona Euro, as "yields" agravam-se ligeiramente, com os juros das "Bunds" alemãs, referência para a Europa, inalterados nos 2,550%, enquanto em França a "yield" sobe 0,6 pontos base, para 3,347%.
A rendibilidade da dívida portuguesa sobe 0,6 pontos base, para 2,931%, enquanto no país vizinho a "yield" agrava-se igualmente em 0,6 pontos, para os 3,085%. Em Itália, os juros sobem 0,3 pontos, para os 3,344%.
Iene e euro ganham terreno. Libra cede face ao dólar
O dólar segue a perder terreno contra o iene, recuando do seu valor mais alto em uma semana face à divisa japonesa, depois de a queda do preço do ouro ter levado “traders” a fortalecerem posições noutros ativos-refúgio, como é o caso da moeda japonesa.
A esta hora, o dólar cai 0,06%, para os 151,797 ienes.
Pelos EUA, as expectativas de que o "shutdown" do Governo Federal termine em breve estão a diminuir, de acordo com o site de previsões Polymarket, que estima uma probabilidade implícita de 40% de o Governo dos EUA poder permanecer encerrado até 16 de novembro ou mais tarde.
O impasse complica a tarefa que a Reserva Federal (Fed) enfrenta na sua próxima reunião de política monetária a 28 e 29 de outubro - já que o “shutdown” tem influenciado a divulgação de importantes dados económicos -, mas ainda se espera que o banco central reduza as taxas diretoras em 25 pontos-base na próxima semana e novamente em dezembro.
Do lado de lá do Atlântico, o índice do dólar ganha 0,05%, para 98,985 pontos.
Por cá, a moeda única avança tímidos 0,03%, para 1.160 dólares. Ainda pela Europa, a libra desvaloriza 0,34% para os 1,333 dólares.
Ouro negoceia com ganhos após maior queda em 12 anos
Depois de ter registado, na sessão de ontem, a sua maior queda em mais de 12 anos, o ouro segue a negociar com ganhos, à medida que um dólar mais fraco e os preços mais baixos do metal amarelo ajudam o ouro a recuperar algum terreno perdido.
A esta hora, o metal perde 0,36%, para os 4.140,160 dólares por onça.
"O facto de as tensões comerciais entre os EUA e a China estarem em ‘lume brando’ foi o floco de neve que causou a avalanche e a reversão do ‘momentum’ do ouro”, disse à Reuters Matt Simpson, da StoneX.
O analista vê a queda de ontem como um reposicionamento técnico num mercado que “claramente precisava de uma retração” após um movimento prolongado acima dos 4 mil dólares por onça. “Suspeito que já vimos o pior da volatilidade diária, pois as quedas provavelmente ainda serão compradas”, acrescentou.
No plano comercial, Nova Deli e Washington estarão perto de um acordo há muito paralisado que reduziria as tarifas dos EUA sobre as importações indianas de 50% para 15% a 16%, de acordo com o jornal indiano Mint.
Os preços do ouro já subiram cerca de 56% este ano, atingindo um máximo histórico de 4.381,21 dólares por onça na segunda-feira, impulsionados por incertezas geopolíticas e económicas, compras sustentadas de bancos centrais e apostas em cortes nas taxas diretoras – valor que levou muitos “traders” a aproveitarem para retirar mais-valias na terça-feira.
Petróleo sobe perto de 2% e recupera de mínimos de cinco meses
Os preços do petróleo negoceiam com fortes ganhos nesta quarta-feira, recuperando de mínimos de cinco meses, impulsionados por possíveis riscos no abastecimento de crude e por esperanças de que Pequim e Washington consigam chegar a um entendimento comercial, ainda que durante a noite de ontem, Trump tivesse ameaçado impor tarifas de 155% à China a partir do dia 1 de novembro.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – avança 1,85% para os 58,30 dólares por barril, ainda que esteja a reduzir alguns dos ganhos registados anteriormente. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 1,76% para os 62,40 dólares por barril.
O risco ligado ao abastecimento de petróleo surgiu com a notícia de que uma cimeira entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o Presidente russo, Vladimir Putin, foi adiada, bem como com o receio de perturbações alimentado pela pressão ocidental sobre as compras de países asiáticos de petróleo russo.
“Apesar do sentimento geral de baixa impulsionado pelo excesso de oferta de petróleo e pela fraca procura, o risco de interrupção do abastecimento em pontos críticos como a Rússia, a Venezuela, a Colômbia e o Médio Oriente permanece e impede que o preço do petróleo fique abaixo dos 60 dólares”, disse à Bloomberg Mukesh Sahdev, da XAnalysts.
Além dos fatores acima, os "traders" também acompanharam a tensão entre os EUA e a Venezuela, um importante produtor de petróleo. Isto depois de nos últimos meses, Trump ter ordenado ataques a pelo menos seis navios ao largo da Venezuela que os EUA suspeitavam de transportar narcóticos.
Os investidores também estão focados nos desenvolvimentos das negociações comerciais entre os EUA e a China, com um encontro marcado para esta semana entre autoridades dos dois países na Malásia.
Já o Departamento de Energia dos EUA disse na terça-feira que pretende comprar 1 milhão de barris de petróleo bruto para entrega à Reserva Estratégica de Petróleo, numa tentativa de aproveitar os preços relativamente baixos do "ouro negro" para ajudar a reabastecer as suas reservas.
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