Ao minuto19.06.2025

Tensões geopolíticas derrubam Europa. Petróleo avança mais de 2%

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quinta-feira.
Bolsas, mercados, vermelho
AP
Inês Santinhos Gonçalves e Ricardo Jesus Silva e Leonor Mateus Ferreira 19 de Junho de 2025 às 17:39
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19.06.2025

Juros disparam na Zona Euro após mensagem "hawkish" da Fed

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro encerraram a sessão desta quinta-feira com ganhos, num dia marcado por uma série de decisões de política monetária na região e por reações às mensagens cautelosas da Reserva Federal (Fed) norte-americana. Apesar de o Banco Nacional da Suíça ter reduzido as taxas de juro para 0% e o Banco de Inglaterra até ter sinalizado uma redução na próximo reunião, os investidores preferiram focar-se no "outlook" mais sombrio do banco central dos EUA. 

Apesar de os responsáveis da Fed terem optado por manter a política monetária inalterada, o , com o índice predileto do banco central a acelerar para 3%, e um desaceleramento do crescimento económico, com o PIB a ficar-se pelos 1,4% em 2025. 

Neste contexto, os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a Zona Euro, subiram 2,4 pontos base - o crescimento mais modesto da região - para 2,519%. Já a "yield" das obrigações francesas com a mesma maturidade disparou 5,9 pontos para 3,270%, enquanto o cupão exigido para de ter dívida italiana no mercado secundário avançou 7,5 pontos para 3,519%. 

Na Península Ibérica as movimentações foram semelhantes, com os juros da dívida soberana portuguesa a crescerem 4,3 pontos base para 3,041% e os da dívida espanhola a saltarem 5 pontos para 3,174%. No seu relatório anual, o 

Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas aceleraram 3,6 pontos base para 4,529%. 

19.06.2025

Stoxx 600 termina terceira sessão consecutiva no vermelho

As principais praças europeias encerraram a penúltima sessão da semana pintadas de vermelho, numa altura em que os investidores continuam bastante apreensivos em relação ao conflito entre Israel e Irão (que entrou no seu sétimo dia com uma troca de ataques) e estão de pé atrás com as novas projeções económicas da Reserva Federal (Fed) norte-americana. O banco central está mais pessimistas para a economia e vê a inflação a afastar-se do objetivo de 2% este ano. 

Neste contexto, o Stoxx 600, "benchmark" para a negociação europeia, terminou a terceira sessão consecutiva em território negativo, ao desvalorizar 0,83% para 535,86 pontos. Quase todos os setores terminaram em baixa, com as ações ligadas à energia a escaparem desta "onda vermelha", muito devido ao crescimento acentuado dos preços do petróleo no mercado internacional. 

No dia em que o Banco de Inglaterra decidiu manter as taxas de juro inalteradas, sinalizando um possível corte na próxima reunião agendada para agosto, o FTSE-100 conseguiu destoar do cenário de perdas avultadas dos restantes principais índices europeus, ao cair apenas 0,58%. O banco central está ainda mais otimista em relação à economia britânica, citando um impacto menos acentuado da política comercial dos EUA do que o previsto, embora continue a afirme que a evolução do PIB do país continua "fraca".

Entre as restantes praças europeias, Madrid cedeu 1,28%, Frankfurt caiu 1,12%, Paris deslizou 1,34%, enquanto Amesterdão perdeu 0,85% e Milão desvalorizou 1,21%. 

As mudanças nas estruturas das empresas foram um dos principais destaques da sessão desta quinta-feira. A Nestlé caiu 0,92% para 82,50 francos suíços, depois de a produtora de chocolates ter ido buscar à Inditex - dona da Zara - Pablo Isla para liderar a empresa a partir do próximo ano. Já a Vodafone avançou 1,01%, após ter escolhido Pilar López como o próximo CFO da empresa de telecomunicações. 

19.06.2025

Dólar valoriza ao recuperar estatuto de ativo-refúgio

O dólar segue em ligeira alta esta quinta-feira, com a ameaça de um conflito mais alargado no Médio Oriente a penalizar o sentimento dos investidores, enquanto uma série de decisões sobre taxas de juro na Europa destacou a dificuldade que os bancos centrais têm em lidar com a crescente incerteza.

O índice do dólar, que mede a moeda em relação às principais pares, segue nos 98,9, mas prepara-se para fechar a melhor semana desde o final de fevereiro. A divisa norte-americana subiu 0,2% em relação ao iene, para 145,56, e também contra o euro. A moeda única cedeu 0,1% para 1,1473 dólares.

"O dólar ainda está em uma posição mais favorável do que as alternativas de refúgio seguro dependentes de energia (como o euro) neste ambiente", afirmou à Reuters Francesco Pesole, estratega do ING, defendendo que o facto os riscos geopolíticos e elevados preços do preços não estarem diretamente relacionados com os EUA (ao contrário da guerra comercial) ajuda a recolocar o dólar no seu tradicional papel de ativo-refúgio.

O Irão e Israel realizaram novos ataques aéreos no sétimo dia de conflito. As preocupações com um potencial envolvimento dos EUA também aumentaram já que o Presidente Donald Trump deixou em aberto a possibilidade de os Estados Unidos se juntarem ao bombardeamento israelita de instalações nucleares iranianas.

A Reserva Federal manteve as taxas de juro inalteradas na quarta-feira, tal como o Banco de Inglaterra esta quinta-feira, citando a elevada incerteza global e a inflação persistente como preocupações para as perspetivas económicas. A libra esterlina caiu inicialmente, mas depois recuperou a maior parte das perdas.

Já o franco suíço fortaleceu-se em relação ao dólar, após um corte esperado nas taxas pelo Banco Nacional Suíço. Mas a surpresa veio do Norges Bank, que anunciou uma redução de 25 pontos-base nas taxas, enquanto os mercados esperavam que o banco central norueguês mantivesse os níveis anteriores. O dólar e o euro valorizaram 1% em relação à coroa norueguesa, mas a moeda continua a ser uma das divisas com melhor desempenho em relação ao dólar este ano, com um ganho de cerca de 11%.

19.06.2025

Ouro recua apesar de novos ataques no Médio Oriente. Platina corrige de máximos de mais de dez anos

Mike Groll/AP

Apesar de o conflito entre Israel e Irão ter entrado no seu sétimo dia com uma troca de ataques entre as duas potências, o ouro está a negociar em território negativo. Os investidores continuam à procura de novos catalisadores para levar o metal precioso aos máximos atingidos em abril, numa altura em que a Reserva Federal (Fed) norte-americana aparenta estar cada vez mais cautelosa. 

"A Fed indicou que o risco de inflação continua elevado no país. Isto reduz as hipóteses de o banco central retomar os cortes nas taxas de juro, o que está a pesar sobre os preços do ouro", explica Soni Kumari, estratega de mercadorias do ANZ, à Reuters. Apesar disto, o “dot plot” – mapa trimestral que mostra como cada representante da Fed estima as mexidas nos juros diretores - continua a manter em cima da mesa o cenário de uma redução de 50 pontos-base da taxa dos fundos federais este ano, que deverá repartir-se por duas decisões de cortes de 25 pontos-base.

A esta hora, o ouro recua 0,16% para 3.364,10 dólares por onça, mantendo-se, mesmo assim, próximo do valor mais elevado que já atingiu na história, nos 3.500 dólares. O metal precioso está ainda a ver as suas perdas adensadas pela valorização do dólar, o que torna a compra de ouro mais cara no mercado internacional. 

Por sua vez, a platina recua 3,29% para 1.278,16 dólares por onça, depois de ter atingido máximos de mais de dez anos na sessão anterior. 

19.06.2025

Petróleo avança mais de 2% com tensões geopolíticas a ferver

Hakon Mosvold Larsen/AP

O barril de petróleo está a avançar mais de 2% esta quinta-feira, numa altura em que os investidores continuam a reagir à mais recente troca de ataques entre Tel Aviv e Teerão e antecipam uma possível entrada dos EUA no conflito. Mísseis iranianos atingiram, esta madrugada, um hospital no sul Israel e locais nos arredores da capital, ao que o país liderado por Benjamin Netanyahu respondeu com um ataque ao reator nuclear de águas pesadas de Arak, arrastando o conflito para o sétimo dia consecutivo. 

O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – ganha a esta hora 2,52% para os 77,03 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 2,15% para os 78,35 dólares por barril. O prémio de risco sobre o petróleo continua a aumentar, com os investidores à espera para ver "se a próxima fase do conflito entre Israel e o Irão é um ataque dos EUA ou negociações de paz", refere à Reuters o analista da IG, Tony Sycamore. 

Com Donald Trump a deixar a porta aberta a uma possível entrada no conflito, o Goldman Sachs considera que o prémio de risco de cerca de 10 dólares sobre o petróleo é "justificado", citando uma menor produção por parte do Irão e riscos de possíveis disrupções em toda a região. O banco norte-americano vê o Brent a chegar aos 90 dólares, caso as tensões geopolíticas continuem a ferver. 

O Irão é o terceiro maior produtor de crude entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), ao extrair cerca de 3,3 milhões de barris por dia. Uma grande parte desta produção passa pelo Estreito de Ormuz, que pode vir a ficar bastante vulnerável caso o conflito continue a alastrar. 


19.06.2025

Taxa Euribor desce no prazo a seis meses e sobe a três e 12 meses

A taxa Euribor desceu hoje no prazo a seis meses e subiu a três e 12 meses, permanecendo acima de 2% nos três prazos.

A Euribor a três meses fixou-se hoje em 2,036%, acima dos 2,014% de quarta-feira.

Também no prazo de 12 meses, a taxa Euribor subiu hoje ao ser fixada em 2,109%, acima dos 2,099% de quarta-feira.

Já a taxa Euribor a seis meses recuou para 2,050%, abaixo dos 2,061% anteriores.

Com as alterações de hoje, a taxa a três meses (2,036%) manteve-se abaixo das taxas a seis (2,050%) e a 12 meses (2,109%).

Em maio, as médias mensais da Euribor voltaram a cair nos três prazos, mas menos intensamente do que nos meses anteriores e mais fortemente no prazo mais curto (três meses).

Na última reunião de política monetária em 04 e 05 de junho em Frankfurt, o Banco Central Europeu (BCE) desceu as taxas de juro em 0,25 pontos base, tendo a principal taxa diretora caído para 2%.

Esta descida foi a oitava desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024 e, segundo os analistas, deverá ser a última deste ano.

A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 23 e 24 de julho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a abril indicam que a Euribor a seis meses representava 37,61% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. As Euribor a 12 e a três meses representavam 32,46% e 25,60% do mesmo 'stock', respetivamente.

19.06.2025

Europa pintada de vermelho de olhos postos no Médio Oriente. Ataque dos EUA ao Irão no horizonte

As principais bolsas europeias seguem a desvalorizar pela terceira sessão consecutiva, numa altura em que os mercados globais receiam um envolvimento dos EUA no conflito entre o Irão e Israel - a administração Trump já afirmou que um ataque ao Irão é uma possibilidade. T.

O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – cede 0,47% para os 537,79 pontos, tendo chegado a atingir, durante a manhã, mínimos de um mês.

Todos os setores negociavam no vermelho, com destaque para o dos bens domésticos, dos serviços financeiros, tecnológico e de viagens, todos com quedas acima de 1% - este último, o que regista a desvalorização mais acentuada, arrastado pelos preços do petróleo que sobem com o agravar das tensões no Médio Oriente.

Hoje, as bolsas norte-americanas estão encerradas devido a um feriado, o que pode reduzir a negociação na Europa. As movimentações têm sido moderadas - destaque para a Nestlé que cai 0,1% depois de ter anunciado que escolheu para "chairman" o executivo da Inditex Pablo Isla. Já a Vodafone beneficiou de uma troca de cadeiras: sobe 0,1% depois de nomear Pilar López como CFO.

"Não consigo ficar muito entusiasmado com o mercado de ações nesta conjuntura. Há riscos de inflação e é provável que a volatilidade tarifária regresse. Tudo isto no verão, quando a liquidez já tende a secar", disse à Bloomberg Dan Boardman-Weston, diretor de investimentos da BRI Wealth Management.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX perde 0,49%, o britânico FTSE 100 recua 0,32%, o espanhol IBEX 35 desvaloriza 0,35%, o italiano FTSEMIB desce 0,33% e o francês CAC-40 cede 0,77%. O holandês AEX que regista perdas de 0,54% .

19.06.2025

Juros na Zona Euro agravam-se em toda a linha em dia de decisão de bancos centrais

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro seguem a registar agravamentos em toda a linha, em dia de vários anúncios de política monetária por bancos centrais. O Banco Nacional da Suíça reduziu os juros para 0% e espera-se que o Banco de Inglaterra e o Norges Bank mantenham as taxas em 4,25% e 4,5%, respetivamente. Ontem, a .

Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, agravam-se em 3,3 pontos-base, para 3,030%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento sobe 3,5 pontos, para 3,159%.

Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa cresce 4,2 pontos-base para 3,252%. Já os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, agravam-se em 3,1 pontos para 2,526%.

Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, seguem a tendência sobem 3,6 pontos-base para 4,529% em dia de reunião do Banco de Inglaterra,  nos doze meses até maio, abaixo dos 3,5% de abril.

19.06.2025

Possível ataque dos EUA ao Irão e avisos da Fed sobre inflação dão força ao dólar

AP

O dólar ganha força esta quinta-feira, com a moeda a recuperar o seu estatuto de ativo-refúgio,

Agora, com a possibilidade do escalar do conflito entre o Irão e Israel e com um ataque dos EUA iminente, a "nota verde" valoriza, animada também pelos alertadas deixados ontem pela Reserva Federal dos EUA, que podem sinalizar um freio na flexibilização da política monetária.

Esta manhã o dólar valoriza face ao euro, ao iéne, à libra e ao franco suíço. O índice do dólar, que mede a força da "nota verde" face aos pares, avança 0,098% para 98,872 pontos. 

Na quarta-feira, a . Em março, a projeção apontava para 2,7%.

19.06.2025

Alertas da Fed ofuscam conflito Israel-Irão e pressionam ouro

Ilya Naymushin / Reuters

O ouro segue a desvalorizar, apesar das - como ativo-refúgio por excelência, o metal amarelo tende a valorizar perante cenários de incerteza geopolítica. No entanto, o ouro reage também aos alertas, deixados ontem pela , o que dá força à ideia de menos cortes nas taxas de juro - uma redução da flexibilização monetária pode ser negativa para o ouro, que não remunera juros.

O metal amarelo recua ligeiros 0,16% para 3.363,86 dólares por onça.

A queda do ouro pode ser, no entanto, temporária, com os EUA a avaliarem a possibilidade de intervirem militarmente no conflito entre o Irão e Israel. As várias tensões internacionais, juntamente com o crescente apetite dos bancos centrais por ouro, já fizeram o metal precioso subir quase 30% este ano.

19.06.2025

Petróleo ganha após ataque israelita a central nuclear iraniana

Pascal Rossignol/Reuters

O petróleo valoriza depois de Israel ter atacado o reator nuclear de águas pesadas de Arak, no Irão. Isto depois de mísseis iranianos terem atingido um hospital no sul de Israel e locais nos arredores de Telavive.

O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – ganha a esta hora 1,05% para os 75,93 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 0,74% para os 77,27 dólares por barril.

Os EUA continuam a deixar em cima da mesa a possibilidade de lançarem um ataque ao Irão, o que tem feito oscilar os preços do crude. A grande preocupação para o mercado do petróleo centra-se no Estreito de Ormuz, ainda que, até agora, Teerão não tenha dado sinais de que pretende perturbar o transporte de crude por essa via - é por ali que passa cerca de um quinto do petróleo do mundo.

"Não consideramos que seja um cenário provável neste momento, mas dado o estado precário em que o regime do Irão se encontra, penso que toda a gente deve estar atenta" ao Estreito de Ormuz, disse à Bloomberg Mike Sommers, presidente do Instituto Americano do Petróleo.

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